Cruzo os braços e fico à espera de uma possível explicação que a minha mãe me queira dar.
Espero com todas as minhas forças que o que ela venha a dizer seja algo minimamente credível. Ou que faça o mínimo de sentido, acho que mereço algo como isso.
"Eu não podia voltar...tu nunca entenderias o porquê nem eu te o posso contar mas eu acho que o que realmente te devia importar era o facto de eu aqui estar, posso não ter estado quando precisas-te mas estou agora" Não sei realmente o que pensar sobre isto. Não sei se a abraço por ela aqui estar, por a minha mãe finalmente aqui estar ou se tenho uma enorme discussão com ela pela desculpa de treta que ela me deu. Suponho que a escolha seja a primeira quando os braços da minha mãe rodeiam o meu corpo trémulo. Posso ter demorado a reagir mas acabei por o fazer a alguma altura sentindo o cheiro da mulher à minha frente. Depois de praticamente 15 anos sem a ver o cheiro da minha progenitora continua o mesmo e isso é algo que me traz paz.
"Filha" Ela deixa escapar num sussurro enquanto que me aperta mais nos seus braços.
"Mãe" Falo como que a ter a ceteza de que ela realmente aqui estava. Sonhei com este momento quase toda a minha vida e agora não sei o que fazer. "Promete-me que nunca mais me deixas"
"Eu prometo..."
~ flashback on ~
"Mãe" eu rio-me estericamente enquanto que ela faz pequenas cócegas por todo o meu corpo. As lágrimas escorrem pela minha cara de tanto me rir.
Tento finalmente acalmar tanto o meu ritmo cardíaco como a minha respiração quando ela, depois de eu pedir enumeras vezes para parar, decide finalmente fazê-lo.
"Mamã prometes-me uma coisa?" Escondo a minha cara nas minhas mãos e encosto-me ao seu peito.
"O quê?" Ela olha-me com um sorriso carinhoso a brincar nos seus lábios.
"Nunca me vais deixar?" As palavras saem atrapalhadamente pela minha boca.
"Nunca bebé"
~ flashback off ~
No dia seguinte ela "morreu". Irónico? Talvez. Quem sabe ela amanhã de manhã já aqui não esteja. Porque de uma coisa eu tenho a certeza...apesar de tudo as minhas esperanças com ela ainda estão mortas, e para as conseguir de volta ela vai precisar de fazer muita coisa. Todo o sofrimento por que eu e o meu pai passamos não serão facilmente ignorados e muito menos esquecidos. Pelo menos não agora.
"Eu acho que alguém aqui deve um pedido de desculpas." Niall resmunga e eu quero revirar os olhos para ele, mas acabo por não o fazer. Afinal, ele acabou de exigir aquilo que eu queria na verdade exigir. É sempre mais fácil quando não é a nossa mãe e quando se é un descarado.
A minha mãe afasta-se de mim e olha o rapaz ao meu lado de alto a baixo, como se estivesse à procura da melhor zona para lhe acertar com um bala. Eu noto o esforço que a mulher faz para não rir ironicamente ou algo parecido, sendo que a mesma apenas suspira e olha de novo para mim, "Desculpa..."
"Eu desculpo..."
****
O meu corpo está estendido no sofá numa posição preguiçosa enquanto que a minha mãe está na outra ponta do sofá a observar algo na televisão que de momento não me interessa. Isto à apenas dois dias não passava de um sonho e agora eu estou realmente ao lado dela.
"Hum...mãe eu preciso de te contar um coisa"
"Conta amor" O seu tom doce faz uma espécie de flashback passar na minha cabeça.
"O pai...ele...ele está no hospital" o meu tom soou mais frio do que aquilo que eu pretendia.
"E isso seria porque...?" O seu olhar de alerta em cima de mim.
"Um problema com um lutador, ele está amnésico mãe" Controlo-me para não me descair em frente da mulher que de momento me encara com olhos brilhantes.
"Vamos ao hospital" Ela levanta-se numa questão de segundos e pega na sua bolsa puxando-me com ela até ao seu audi preto. Mas que raio? Como é que ela arranjou maneira de...sabem que mais? Desisto de tentar entender.
Assim que ambas nos encontramos dentro do carro ela acelera não se importando minimamente com as regras de estrada. Consigo ver a preocupação no seu olhar e isso deixa-me emocionalmente instável.
"Já o visitas-te?" O seu olhar paira levemente sobre mim mas rapidamente muda de posição, de novo para a estrada.
"Não"
"Porque não?"
"Porque não." O meu olhar mantem-se atento na estrada.
"Porque não, não é uma resposta"
"Para mim é."
Ouço-a suspirar uma e outra vez, se ela usa o cérebro sabe que não lhe vale de nada tentar arrancar-me uma explicação agora. Talvez mais tarde, mas é muito cedo para este tipo de sentimentalismos.
Sinto o carro parar e o hospital ocupa toda a minha visão fazendo-me arrepiar. Já aqui estive demasiadas vezes para o meu gosto. Ambas saimos do carro e sigo a minha mãe que vai a um passo apressado para dentro do edifício.
"Desculpe seria possível ver o Mr.Mccall?"
"E a senhora é...?"
"A mulher dele" Esta pequena frase soou tão repreendedora que garanto ter visto o médico dar um passo atrás. "Agora se não se importa..." Ela acena-lhe com a cabeça sorrindo novamente para o homem que se parece arrepender de ter alguma vez parado à nossa beira.Desculpe-nos mas a minha mãe voltou dos mortos com um bocado de mau feitio. Ele aparenta ter uns 40 anos e mesmo assim não sabe como se comportar com este tipo que reações que a minha mãe acabou de ter. Por amor de deus, deveria ter pelo menos mais alguma experiência.
"Quarto 22" Ele aponta para um corredor com um monte de pessoas a andar de um lado para outro. Sempre que aqui venho consigo ouvir gritos desesperados de pessoas "hospedadas" nos quartos o que me causa uma enorme impressão para ser sincera.
Quando olho para a frente consigo observar a porta do quarto do meu pai já aberta e a minha mãe desapareceu da minha vista. Posso garantir-vos que ela está apressada. Entro no quarto, os batimentos cardíacos do meu corpo parecem disparar de maneira a assustar-me.
"Mãe?" Chamo por ela e o meu coração desfaz-se quando vejo lágrimas escorrerem pelo seu bonito rosto. Porra. "O que é que aconteceu?"
"Nada, apenas custa." Ela limpa as lágrimas com a palma das sua mão direita, borratando levemente a sua maquilhagem, que é o menos preocupante de momento.
"O que é que custa?"
"Ouvi-lo perguntar-me quem eu sou" Ela vira-me a cara olhando para o meu pai que nos olha notavelmente confuso. Estou ciente que faço uma careta às suas palavras.
"Pai? Tu sabes quem eu sou certo?" Prendo a minha respiração à espera da resposta, os meus batimentos cardíacos de novo no seu auge.
"Não. E agradecia que ambas as senhoras se retirassem do meu quarto" Só me apercebo que estou paralisada a olhar para ele quando a mão da minha mãe me agarra o braço puxando-me para fora do quarto, batendo com a porta atrás de si. As mãos dela passam na minha cara limpando-me as lágrimas que teimam em descer.
"Tem calma sim? Agora temos de levar isto com toda a calma possível Allyson" Aceno com a cabeça apesar de ter ouvido apenas metade do que ela me disse. Procuro o seu corpo puxando-o para mim.
O som do meu telemóvel a tocar faz-me empurrar a minha mãe para longe pedindo-lhe desculpa de imediato.
"O que é que tu queres Zayn?"
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OMDS DESCULPEM-ME EU AMO-VOS MUITO EU SEI QUE DEMOREI SÉCULOS, DÉCADAS, MILÉNIOS MAS A SÉRIO DESCULPEM-ME
I LOVE YOU GUYS SO MUCH E ADMIRO A VOSSA PACIÊNCIA COMIGO NOT EVEN KIDDING
ESPERO QUE GOSTEM DO CAP E CONTINUEM A LER PORQUE VAI VALER A PENA, AINDA HÁ MUITO PARA VIR... GARANTO-VOS ;)
caylen <3
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Obsession |pausa|
Random"I didn't want to fall in love. Not at all. But at some point you smiled , and, holy shit, I blew it"