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O facto de eu saber que esta não é a melhor altura para me preocupar se me devo ou não afastar de Zayn, deixa-me levemente descansada. Porque uma coisa é certa, se o termo 'pensar' estivesse realmente aqui presente, ou ele tivesse levado isso minimamente em consideração, não estariamos assim e ele não teria vindo ter comigo. Mas mais importante de tudo é que ele veio, ele é a única pessoa neste momento a quem eu me estou a entregar e estou a deixar entrar totalmente na minha vida, quando nem sei se isso é algo bom ou mau.

"Como é que soubeste?"

"Como é que soube o quê?" Sinto-o falar por a sua cabeça estar pousada em cima da minha.

"Que a minha suposta mãe morta, voltou do além? Ou até mesmo que ela tinha morrido?" Estas duas simples perguntas passam na minha cabeça desde que ele chegou e me deu a entender de que sabia.

"Porque eu sei tudo sobre ti." Espero que ele ria, para me dar a entender que é uma espécie de brincadeira, mas ele não o faz. Como assim? Quero perguntar-lhe o que ele quer dizer com isto, mas percebo que se o fizer um clima de instabilidade se vai instalar entre nós, e com certeza vai destruir este momento.

"E sabias que eu estava aqui como?" Passo para outra pergunta que me deixou de certa maneira intrigada. Ele suspira e aperta-me mais nos seus braços.

"Ally, cala-te." Não sei de hei-de levar isto como uma ofensa por ele me mandar calar, ou se apenas faço o que ele disse, e que o disse para apenas apreciar o momento e o silêncio. Okay, vou optar pela segunda opção.

****
Sento-me na cama passando as mãos pelos lençóis, relembrando algumas das memórias que já aqui tive. Certo que algumas delas não foram das melhores, mas continuam a ser memórias. Deito a cabeça na almofada e sinto o cheiro dele...deixando-me de certa forma mais calma. Deus, suponho que isto é algo que eu precisava...serenidade. Serenidade essa que às vezes, só ele me a consegue dar. A porta abre-se de repente e sou rápida em levantar-me da cama sentindo as minhas bochechas ficar vermelhas numa questão de momentos. O riso de Zayn ecoa pelo quarto e sorrio levemente olhando para baixo de seguida.

"Mais calma?" Ele cruza os braços e encosta-se à parede, olhando com uma certa atenção para mim. Abano com a cabeça afirmativamente e espero que ele acredite, porque sinceramente, não. A minha vontade é nunca mais voltar àquela casa e nunca mais olhar para a cara da mulher que pelos vistos me abandonou quando eu mais precisava. E, claro, esforço-me para não pensar no facto de o meu pai ainda se encontrar amnésico no quarto de um hospital.

Eu não sei como isto foi acontecer, simplesmente não cabe na minha cabeça. Honestamente, só agora eu estou a pensar direito sobre tudo isto: o meu pai está amnésico; ele não sabe quem eu sou, aquilo que nós somos, o que ele mesmo é. Só agora estou a medir a importância disto, a maneira como tudo o que aconteceu na sua vida até agora foi apagado como o giz de um quadro. Todas as nossas memórias, boas e más, estão completamente apagadas da mente dele, temporariamente ou não. E se ele nunca mais se lembra? Este incidente pode vir - irá, de certeza - mudar as vidas de nós os dois para sempre, de uma maneira radical. E, se há coisa para qual eu não me sinto preparada, é para mais uma mudança na minha vida.

"Quantas vezes te preciso de dizer que não me consegues enganar?" Ele suspira e move-se até a mim, baixando-se e colando praticamente a cara dele à minha. O meu ritmo cardíaco aumenta drasticamente numa questão de sgundos. "Admite que te sentes uma merda." Ele empurra o meu corpo para trás, mas ainda assim com a cara colada à minha. Sinto os lábios dele rasparem nos meus enquanto fala " Admite, Allyson, admite e deixa-me cuidar de ti." A sua boca passa pela minha orelha, sugando de uma maneira agradável. Fecho os olhos passando as minhas mãos na bainha da camisola dele, puxando-a levemente. "Deixa-te levar, eu prometo que te faço sentir muito bem..." Inclino a cabeça para trás quando as suas mãos passeiam pelo meu top, arriscando a qualquer momento tirá-lo. Os meus lábios colidem com os de Zayn, trabalhando em conjunto com as minhas mãos quando estas puxam o pescoço dele para mim. "vai correr tudo bem"

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