13

437 31 7
                                    

As luzes acesas na sala fazem-me sorrir. Não imaginam o que eu senti falta disto.

Pressiono os meus dedos na campainha que emite um ruído que eu admito nunca ter gostado. A porta abre-se em menos de um minuto e os olhos arregalados do meu pai permitem-me saber que ele não estava de todo à minha espera. Estava à espera que ele me abraçasse e me dissesse que sentiu a minha falta mas não. Ele abriu a porta, olhou para a filha antes desaparecida e foi simplesmente embora, sentando-se novamente no sofá.

"Nós precisamos de ter uma conversa séria" A voz dele soa demasiado baixa apuro os meus ouvidos para o conseguir ouvir.

"Pai eu..."

"Nem penses Allyson" Ele interrompe-me e eu mantenho-me à beira da porta. O melhor que tenho a faze neste momento r é esta calada. "Qual foi a tua ideia?" Ele levanta-se e eu baixo a cabeça. Não quero de todo fazer contacto visual com ele agora. Consigo senti-lo a aproximar-se cada vez mais de mim. Mentalizo-me para as palavras duras que estou prestes a ouvir. "Levanta a cabeça" Ele fala quase num sussrurro e pausadamente. Levanto-a determinada e a mão pesada do meu pai bate na minha cara, obrigando-me a soltar um suspiro que confesso não saber que estava a segurar. Uma pequena lágrima escorre pelo meu rosto quando a sua mao bate mais uma vez no meu corpo, ele repete o gesto vezes e vezes sem conta em sítios diferentes do meu corpo e eu encolho-me contra a parede. As lágrimas a escorrerem pelo meu rosto e os soluços a escaparem-se pela minha boca sem a minha permissão. Fecho os olhos e escondo a minha cabeça quando deixo de sentir qualquer tipo de coisa a embater no meu corpo dorido.

"Eu nunca precisei de encostar um dedo em ti Allyson, mas isto é demais, fugires de casa assim é demais" Abro os olhos e encaro os seus olhos marejados. "Custou-me mais a mim dar do que a ti receber" Ele sussurra mais uma vez e sai de casa quase nem batendo a porta.

Sinto a minha garganta seca e tento levantar-me mas a tentativa saiu tremendamente falhada. Qual foi o ponto disto se eu não tive culpa de tudo o que aconteceu. Qual é o ponto de eu precisar de aprender uma lição quando não há uma lião para ser aprendida, Deus eu não fiz demais, ele fez demais. Tento a todo custo cessar as lágrimas que teimam em aparecer, mas sem sucesso algum. Encosto a minha cabeça à parede deixo os meus olhos fecharem-se, acabando a perguntar-me se se a minha mãe estivesse viva alguma destas coisas teria acontecido. Provavelmente não, ela nunca permitiria que o meu pai tivesse sequer chegado perto de mim, eu sabia que ela pediria uma explicação antes de cometer um erro tão grande como aquele que o meu pai acabou de cometer..

****

Tento abrir os olhos quando a claridade atinge o meu corpo. Espreguiço-me mas as dores fortes por todo o corpo impedem-me de o fazer por completo. Pois estou lastimável não só pelo sucedido de ontem mas também porque passei a noite sentada no chão, encostada à parede da cozinha. O meu dia começou defenitivamente da melhor das maneiras. Levanto-me cuidadosamente e dou uma olhadela pela sala acabando por perceber que o meu pai nem sequer veio dormir a casa. Enfim. Ele é que está chateado e amuado, mas quem cometeu o maior dos erros foi ele, quando decidiu pôr sequer uma mão em cima de mim. Subo as escadas e acabo por escolher umas calças de ganga preta e uma camisola florida para vestr, Deixo o meu cabelo solto e calço as minhas vans pretas. Sinto-me obrigada a pôr base quando noto algumas nódoas negras ou até mesmo marcas na minha pele.

(...)

O caminho até à escola è feito rapidamente ao som da minha banda preferida. The Fray. Ajuda a esquecer as dores apesar de elas estarem bem presentes no meu corpo. Não me sinto minimamente entusiasmada para o dia de hoje. Sei que me vou reencontrar com o Niall, a Charlie e o Damon e isso é algo que eu me tenho de mentalizar que não vai correr das melhores das maneiras.

Obsession |pausa|Onde histórias criam vida. Descubra agora