Olá!
Última vez aqui, desta vez, quebra de tempo até a primavera. Espero que gostem!!
Para: Todos que leram, que comentaram e votaram. Sério, vocês são demais!
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O céu cinza caia, trazendo respingos cintilantes na janela da sala.
Alguns amigos não gostavam das chuvas de primavera, mas ele adorava. Adorava o cheirinho que ficava na grama, adorava que as flores ficavam mais coloridas e vivas, adorava o cheirinho cítrico que expandia do limoeiro na pracinha...
Acima de tudo, adorava a cor do céu quando chovia, porque ele se lembrava dos olhos do Dragão. O cinza era tão sutil, mas brilhava quando os relâmpagos tomavam conta.
Harry sempre gostou de observá-los quando se abraçavam, sentia como se algo estivesse certo, um quentinho na boca do estômago...
Sentia que ali era seu lugar, sua casa.
Quando o loiro havia pedido sua amizade, há 5 anos atrás, originalmente era pelo menino o lembrar do personagem de um dos seus livros prediletos.
"Draco havia passado pelo deserto e encontrado um aviador? Conversou com uma raposa? Cuidava de uma rosa, tão bela aos seus olhos, que a tornava diferente de todas as outras?" - Pensava o menino, alguns meses depois após conhecê-lo, ainda debaixo daquele pé de limão.
— Você veio de muito longe? - Perguntou enquanto o outro se deitou ao seu lado na grama.
— Não! Vim de uma cidade perto daqui. Por que a pergunta? - Indagou o outro menino, olhando curiosamente para seu novo amigo.
— Porque me lembrou de um livro que papai lê antes de ir dormir. - Explicou, virando de lado para encarar o amigo.
Malfoy era legal, estava sempre com ele.
Ele queria que a amizade deles durasse para tooodo sempre!
Draco ficou pensativo por uns instantes, até que sorriu e falou:
— Você pode pensar que sou ele, o Príncipe! E juntos, vamos ser até o fim uma dupla imbatível!
— Mas não sei quem eu seria, como seria sua dupla? - Disse Harry, e o loiro o encarou atentamente por alguns segundos.
— Suas sardas me lembram uma Raposa... - Os dedos do loirinho traçaram cada uma delas com cuidado, como se tocasse na mais delicada pétala. - Tem alguma raposa na história?!
Com alegria, Harry acenou e se levantou num pulo.
— Sou a Raposa, e você o Príncipe! Juntos, ninguém pode com a gente!
Rindo, o pequeno Malfoy também se levantou e segurou a mão de Harry enquanto, na outra mão, bradava uma espada imaginária.
— Juntos desde o início até o fim, Hazz!
— Do início até o fim, Dragão!"
O aguaceiro aos poucos parava, e o céu voltava a se tornar azul. O cheiro de biscoitos caseiros de chocolate inundava a casa, Moony cantarolava alguma música melosa e Pads admirava o marido escorado no balcão.
Harry contemplou a cena do casal antes de torcer o nariz. Ele esperava que nem todos os casais fossem assim, e não conseguia se imaginar sendo meloso nesse nível com alguém.
Toc toc
Seus ouvidos se atentaram com as batidas na porta, e sua expressão se iluminou tanto quanto mil sóis. Sabendo quem era, Harry calçou os sapatos ansiosamente e logo foi abrir a porta, sorrindo brilhantemente quando encontrou seu melhor amigo.
— Draco! Que saudades! - Ele abraçou o amigo e foi prontamente retribuído.
— Eu também senti muita saudade, Hazz! Quase não sobrevivi sem você! - Dramatizou o menino, que apertava ainda mais o abraço.
Silenciosamente, os adultos que estavam na cozinha se aproximavam.
— Ah, por favor! Vocês se viram anteontem, nem teve tempo de criar saudade. - Resmungou Sirius, olhando mortalmente para a criança loira que ainda abraçava seu bem mais precioso.
Seu corpo tremia de desespero só de lembrar de quando o mini-Malfoy pediu a mão de seu pacotinho para si. Esperava que isso nunca acontecesse.
Na verdade, gostaria que seu bebê se casasse só após os trinta, e sempre que comentava isso, Remus fechava a cara, sorria e dizia:
"Não seja reclamão, Padfoot. Você vai ver os seus netinhos frequentemente, não há motivo pra desespero."
Black tinha calafrios só de imaginar... Apesar de, possivelmente, amar seus futuros netos tanto quanto ama os biscoitos que Moony faz.
— Não precisa ficar com ciúmes, Tio Pads. - Provocou Draco, enquanto puxava Harry sutilmente para o lado de fora. - Eu divido Harry com você!
Se segurando para não dar a língua ao menino – ele era um adulto, poderia muito bem lidar com isso - Sirius resmunga baixinho e abraça Remus para ser consolado. O mais alto, que ria silenciosamente da cena, sorri e diz aos garotos:
— Podem ir brincar lá fora, mas tomem cuidado para não escorregar na grama!
Mais que felizes, eles cumprem o que lhes foi passado, indo imediatamente até o limoeiro da pracinha.
Por algum motivo, sempre começavam as brincadeiras ali, como se aquele lugar os puxasse como imã, e eles estavam mais que felizes em ser atraídos até aquele lugar.
Em silêncio, Harry procura uma pedra pontiaguda e Draco procurava flores.
O céu, antes cinza, agora esboçava um preguiçoso tom claro em anil. Como Harry imaginou, o cheiro cítrico estava presente naquele pé de limão, a grama esbanjava gotículas d'água brilhante e as flores pareciam tão vívidas...
Aos poucos, um arco-íris nasceu no canto do céu.
Após encontrar o que procurava, o moreninho procura pelo o amigo, e o encontra soprando alguns dentes-de-leão. O cabelo loiro mantinha ondas naturais e se mexia com a brisa primaveril que por ali passava. Os olhos cinzas brilhavam quando o olhar se encontrou com o dele.
Draco Malfoy era um verdadeiro príncipe.
— Dragão? - Chamou.
— Sim, Harry?
— Vamos ficar juntos para todo o sempre, não é?
Rindo, o loirinho se aproxima e acena.
— Para todo o sempre e depois!
Sem perceber, Lupin-Black sorri.
— Então vem comigo!
Harry segura a mão de Draco, e o arrasta até o limoeiro imenso que já floria. Se aproxima delicadamente duma parte mais baixa da árvore e, com cuidado, esculpe algo no tronco.
No lugar, em respeito ao tempo, aparentemente a natureza se silenciou, e só se ouvia o barulho da pedra riscando a árvore.
Afasta-se e contempla seu trabalho, sorrindo quando entrega a pedra pontiaguda para seu melhor amigo.
— Toma, sua vez!
Antes de perguntar o que era, seus olhos encontram as marcas desenhadas e um sorriso grande toma conta de seu rosto. Com alegria, ele pega a pedra na mão e repete o mesmo processo, completando onde Harry havia deixado incompleto.
Sorrindo, os dois se encaram e correm pela praça, de alguma forma sabendo que iriam brincar de pega-pega pelo resto da tarde, e provavelmente um deles tomaria um capote por pisar em falso na grama escorregadia.
Em poucos segundos, o cheiro cítrico fica mais forte, e de alguma forma a escultura no tronco se torna mais forte e é eternizada.
Feliz, a natureza comemora com outro arco colorido, celebrando o começo de algo que seria eterno.
Obrigado a todes que leram até aqui, de coração, vocês fizeram essas semanas serem especiais de uma forma q eu sorrio toda boba!
Um beijo, e se cuidem! <3
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Meu Limoeiro
Short StoryQuando a promessa de algo eterno é escrito nas raízes dum pé de limão.