Larissa 🧿
Almocei em paz, pois nada me importava além da comida. Não conversei nada com o Marcos, a verdade é que eu carregava a dor da Beatriz sim! Se ela não fazia isso, eu sentia.
Ver alguém que eu amo sendo magoada por alguém que eu amava também me deixa puta e levo pro peito mesmo. Porém, como o que aconteceu não foi comigo, a única coisa que eu podia fazer era me afastar da pessoa, é assim fiz com o Marcos.
Não vou mentir, eu amava ele como amigo, me escutava e me aconselhava, me tirava da bad e me mimava como irmã, só que hoje eu olho pra ele e vejo um estranho, um estranho que machucou quem deu tudo por ele, apenas isso. Além do mais, não esqueço do surto dele que me empurrou, sabe sei lá o que teria feito se o Gabriel não tivesse comigo.
E também sei que por mais horrível que seja, Beatriz era apegada aos momentos bons e as boas partes do relacionamento, besta o suficiente pra deixar isso ficar na frente da traição. Mas eu não julgo não, quem sou eu? Jamais vou falar um bagulho pra pagar com a língua da pior forma.
Lari: Amor, você me trairia? - Falei baixo e ele nem se mexeu, continuo deitado com a cabeça na minha barriga olhando pra tv, onde se passava o desenho do Heitor.
Neguinho: Boto fé que não.- Fiz carinho em seus cabelos.
Lari: E se tipo, Kim Kardashian? - Ele pensou e me olhou.- Tá tudo bem amor, te trocaria fácil por ela.
Neguinho: Então tamo no mermo barco.- Sorriu.- Por que a pergunta?
Lari: Curiosidade.
Neguinho: Te dei alguma desconfiança? - Falou sem entender e eu sorri.
Lari: Ao contrário disso.- Dei um selinho nele.
Marcos: Larissa? - Chamou nossa atenção e eu olhei pra ele, que sentou no sofá da frente.- Como tu tá?
Beatriz subiu as escadas e minha mãe tava terminando de passar pano na cozinha.
Lari: Tô bem...- Me limitei a isso.- E você, tá conseguindo assimilar tudo?
Marcos: Tá complicado ainda, pra mim ela sempre vai tá lá em casa.- Falou com a voz baixa.- Eu queria saber se tu vai no enterro, vai ser agora de tardezinha e seria importante pra mim se tu fosse...
Lari: Vou sim.- Afirmei.- Nós vamos, não se preocupa.
Marcos: Jae, vou meter o pé então pra resolver as últimas coisas.- Se levantou, ele saiu agradecendo a Maria, ela respondeu educadamente eu olhei pro Gabriel.
Neguinho: Quer ir mesmo? Bagulho não tá bom pra tu tá andando por aí com essa perna machucada.
Lari: Crescemos juntos, é uma boa forma de dizer que ele pode contar comigo.- Pisquei.
Neguinho: Então amor, vai cuidar pra se arrumar. A gente sai mais cedo porque eu vou te levar pra comprar uns bagulhos comigo, pode ser? - Eu ia responder, mas ele me cortou.- Pode ser não, já dei o papo. Vai se arrumar que daqui uma hora eu volto.
Lari: Tirou a moral do cu, né? - Brinquei.- Tá bom.
Beatriz: Marcos já foi? - Desceu as escadas e falou com a gente.
Lari: Sim.- Gabriel se levantou do meu colo.- O que tá rolando entre vocês? - Ela me olhou com raiva.
Beatriz: Qual teu problema? A mãe do garoto morreu, a mãe! - Destacou.- Não tô dando pra ele, muito menos ficando com ele. Não tem nada a ver com nosso antigo relacionamento ou a traição, tem a ver com amizade, a amizade de anos que eu sei que faria o mesmo por mim.
Maria: Não fala assim com tua irmã, ela só fez uma pergunta...- Falou olhando pra ela.
Beatriz: Isso é chato, é insuportável. Parece que eu tô cometendo um crime mas eu só tô ajudando alguém que já me ajudou, porque eu sei a dor de perder alguém e você deveria saber também.- Apontou pra mim.- Sua mãe morreu, lembra? A mesma dor que ele tá sentindo, tu também já sentiu.
Lari: Não precisa colocar minha mãe no meio, eu só te fiz uma pergunta...- Falei com a voz baixa, exalando chateação.
Beatriz: E já que sua curiosidade só parte por causa do 2k, deveria saber que eu sempre escolhi ele, desde quando a gente ficou juntos. Recebi mensagens do Marcos mil vezes quando estava com o 2k, mas sempre preferi ele. Se ele não consegue entender que eu só tô ajudando alguém, realmente a gente não deva ficar juntos.
Lari: Isso tu fala pra ele, eu não tenho nada a ver com isso.- Olhei pro Heitor que prestava atenção na conversa e fiquei calada, por ele.
Mas minha vontade era de explodir e chorar, eu sempre evitava tocar no assunto minha mãe, pois sempre me dava vontade de chorar como uma criancinha, eu morria de saudades e ela sabia disso.
Me levantei passando pelo Gabriel que apenas me encarou, Heitor passou correndo pro meu lado e eu subi pro quarto, ele se jogou na minha cama me observando e eu sorri pra ele, me sentando ao seu lado.
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Crime Perfeito
Teen FictionO amor sempre vence, seja da pior ou da melhor maneira, o amor sempre vai ser a melhor forma de expressar tudo, mesmo da forma errada, no final o amor tem que vencer... ou será que não?