A História de Lúcifer: A Grande Queda

O pecado original

O jovem Semyaza, da linha de ataque o último anjo criado. Manuseava sua espada contra o simples nada, repetia uma sequência de movimentos, horizontais e verticais almejando ficar cada vez mais rápido. Ele já estava tão cansado que sua respiração se esforçava para pegar a maior quantidade de ar possível, seus cabelos como brasa vermelha estavam molhados por causa do extremo suor. Gadrel, aquele que mais lhe auxiliava nesses tempo, chega ao seu lado carregando sua espada.

- Não se desgaste tanto assim garoto... - Tocou levemente a espada do rapaz lhe abaixando. - Até anjos ficam exaustos.

Suspirou três vezes e disse a ele:

- Eu treino tanto... Para vocês pararem de me chamar de garoto.

- Mas você não é? - Ficou de frente a ele.

- Eu já sou um igual a vocês, também luto as guerras de vocês.

- Mas ainda não luta a guerra interna dentro de você. Não alcançou a maturidade espiritual.

- Do que é que você está falando? Faço minhas adorações todos os dias, confio totalmente na santidade.

- Você confia em Deus, mas não em si mesmo. Quão grande é esse medo que te impede de dar o próximo passo?

- Eu não tenho medo! - Seu corpo reagiu em defesa das palavras de Gadrel.

- Ora, você quer lutar? Então me prove que não tens mais controvérsias. - Cruzou os braços subestimando o rapaz. - Venha. - Anunciou.

Semyaza avançou, mas vergonhosamente errou. Gadrel esquivou com facilidade do simples avanço do menino, o qual cambaleou, mas não caiu.

- Cuidado, não vá se esburrachar no chão. - Brincou, provocando ainda mais a ira do garoto.

- Fica parado! - Expressou sua raiva almejando golpear seu mestre com um corte vertical, novamente ele conseguiu fugir do ataque. Isso se repetiu por diversas vezes até que simplesmente usou o peso do próprio corpo do rapaz para derruba-lo, dando um leve empurrão em seu ombro ao atacar.

- Você deixa a parte traseira de seu corpo muito exposta, isso é uma grande brecha que pode se tornar o seu ponto fraco. Não notou que está sempre muito perto de seu oponente?

- Mas não é você quem disse que uma investida mais perto e rápida causa mais efeito? - Intercalou deixado no chão, a espada estava jogada ao seu lado.

- Sim, mas lembra que eu também disse que o seu oponente deve estar aberto para isso?

- Ah... Esqueci. - Pegou a lâmina afiada e se levantou.

- Você ouve só o que lhe convém ao ataque, é ansioso por natureza.

- Vamos de novo! - Rápido e pronto, aparou o estado de sua arma, respirou fundo. Gadrel reparou na nova aspiração do jovem, logo remexeu-se descruzando os braços.

Em um só avanço alcançou Gadrel, em uma velocidade tão forte que só deu para ver um borrão. Em estantes ele chegou de cara a cara com seu oponente, se Gadrel não estivesse com a guarda fechada ele teria sido atingido direto em seu abdômen, mas o guerreiro é esperto. Por pouco se retirou do caminho da grande lâmina. Sem dar-lhe a chance de pensar duas vezes, Semyaza atacou de novo na direção direita a qual o soldado se pôs. Gadrel espantou-se, jogou seu corpo para trás entortando sua coluna e deixando a espada passar por cima. Ao voltar a sua posição inicial foi surpreendido com uma cotovelada.

Mas não teve tempo de se lamentar, Semyaza avançou pra cima dele novamente almejando acertar seu pescoço, ele então foi obrigado a ergue sua espada, o impacto das duas armas angélicais ecoou pelo jardim, os dois dialogavam através do olhar, sem dizer uma palavra, apenas a cena dos dois dizia por si próprio.