Por outros olhos

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Após a intensa batalha as tropas terminavam em fila guiando seus monstros alados. Muitos feridos em gemido carregando o que puderam de seus membros arrancados, os mais graves eram carregados pelos amigos e os mortos agrupados em uma pilha de corpos levados por um gigante. Entre eles Abbadon estava indiferente, como um jovem soldado que acabara de conhecer os horrores da guerra, com certeza ele não é um novato, mas nunca esteve do lado do time perdedor, apesar de ter saído de uma vitória, contra os anjos de Deus, uma vitória nem sempre é uma glória.

- Porque andas tão disperso novato? Não havias conhecido os horrores da guerra? - Perguntou uma mulher demônio de longos cabelos crespos, as quais usava para caminhar, logo diminuiu o tamanho de seuas tranças pada alcançar Abbadon ao chão.

- Não, é que nós nunca tínhamos levado uma surra como essa.

- Surra? Nós vencemos, foi a nossa melhor batalha, isso graças ao general Asmodeus. De que área você veio novato?

- Sou da legião do sul, obedeço ao nome de Lux.

- Lux? Eu nunca ouvi falar desse general. Ele é novo?

- Sim, e você faz muitas perguntas.

- É que nós não recebemos tantos membros novos, aliás, foi assim que eu conheci minha companheira.

- Companheira?

- A sim, ali está ela.

Chegando na estalação a mulher saiu da aglomeração e foi correndo na direção de outra demônio que desceu de seus ombros uma criança correndo na direção da mulher junto de sua irmã.

- Mamãe! - Gritaram as duas abraçando-a.

- Meus nenéns! Hum... - Entrelaçou os braços ao redor dos corpos pequenos das meninas aconchegando-as em seus cabelos.

- Como foi lá mamãe!? Matou muitos anjos!? - Exclamou a mais hiperativa.

- Mais do que eu posso contar.

- Legal!

- Mamãe, trouxe alguma lembrancinha pra gente? - Perguntou a outra de extrema diferença.

- Mas é claro. - De dentro do volume de cabelos ela retirou uma braço recém decapitado. - Aqui. - Lhes entregou, as duas ficaram encantadas agarrando sem pensar duas vezes correndo para brincar logo em seguida.

Sua parceira chegou mais perto de si com intimidade.

- Você está bem?

- Sim, não me machuquei.

- Tem certeza? - Retrucou aparentemente preocupada.

- Sim Krak, não tem o que se preocupar.

- Prefiro me preocupar... Quem é esse aí? - Si referiu a Abbadon que ainda ali permaneceu apenas como telespectador.

- A, me desculpa, sou Abbadon. Ave Satan!

- Ave! - Corresponderam as duas em único tom.

- Ainda não me apresentei, eu sou Medusa e essa é minha esposa, Krakatoa.

- Vocês duas são... Companheiras uma da outra?

- Sim, porque?

- Não, por nada, é que deve ser difícil manter um relacionamento com duas guerreiras, as meninas devem ficar muito sozinhas.

- A não, não. Foi por isso mesmo que eu abandonei o posto, e isso faz muito tempo. - Disse Krakatoa com regalo em sua expressão ao lembrar da época gloriosa. - E sabe de uma coisa? Eu não me arrependo nem um pouco. - O motivo de sua felicidade muda ao observar suas crias correndo com o pedaço do anjo.

A História de Lúcifer: A Grande Queda Onde histórias criam vida. Descubra agora