20 - Posfácio

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Havia uma expectativa ansiosa na massa de água em torno de uma bela sirena que olhava para os sete ovos no aquecedor de esponja macio que fora cuidadosamente esculpido por si. Suas palmas continuavam se abrindo e fechando, como se ela quisesse estender a mão e cutucar os ovos, mas resistia a fazê-lo.

A fenda em que ela estava era bastante hostil, sem ninguém por perto além dela, exceto pedras pontiagudas e caminhos estreitos em ambos os sentidos. Para aumentar a aura misteriosa do lugar, o sol se recusou a surgir naquele dia, tornando as águas acinzentadas e turvas.

— Vamos... — Ela murmurou, mordendo os lábios. — É previsto para ser hoje. Não cometi um erro nos cálculos.   

Nenhuma resposta veio para sua angústia, nenhuma oposição ou garantia também. A sirena afastou uma mecha perdida de cabelo do rosto com bastante raiva, suas bochechas arredondadas incharam em evidente aflição. Ela não conseguia afastar a sensação de um pressentimento iminente nas águas, e ficou nervosa por estar sozinha lá fora com uma ninhada de ovos que estava prestes a eclodir.

Os ovos à sua frente pareciam saudáveis ​​e cheios de vida. Se ela se concentrasse bastante, poderia ver os movimentos por trás da membrana espessa. Com isso, seus olhos profundos se encheram de orgulho, apesar da dor de cabeça que carregava consigo.  

— Vocês, pequeninos, não me façam esperar mais. Venham logo.

Mas nenhum dos movimentos dos ovos indicava que eles estavam prontos para chocar, então a sirena se inclinou e embalou a cama de esponja contra o peito. Se acomodou contra um pedaço liso de rocha fria e começou a falar:

— Vocês, pequeninos, devem saber que sua mãe os ama muito e mal pode esperar para ver suas lindas bochechas e pequenas nadadeiras. Mesmo que... mesmo que eu tenha dado à luz você por dever, eu amo vocês. 

Sua voz estava áspera como se ela tivesse chorado antes de chegar lá. 

— Vocês, continuarão com a linhagem de sacerdotisas e serão protetores generosos e ferozes de suas irmãs e irmãos através do grande mar azul. Então venham conhecer logo a mãe de vocês. Ela quer vê-los antes de cumprir seu último dever.

E como se os alevinos tivessem ouvido seu pedido, o primeiro ovo começou a se mover, com mais insistência e força do que antes. O rosto da sirena iluminou-se de admiração e entusiasmo enquanto observava seu primeiro bebê rasgando a parede do ovo e escorregando para fora.

Mas sua maravilha e felicidade se transformaram em pavor frio, quando ela foi forçada a assistir seu recém-nascido remexendo o seu pequenino corpo descontroladamente e soltando gritos agudos de apertar o estômago. Ela entrou em pânico, segurando o pequeno corpo em suas mãos.

— Espere! O que há de errado? Pequeno, o que está acontecendo? — Seus gritos de medo ressoavam na fenda.

Os gritos do alevino cessaram logo em seguida, seu corpo destruído também relaxando. A sereia observou com olhos arregalados e cheios de terror enquanto o corpo inteiro de seu bebê ficava coberto de bolhas, e quanto mais o tempo passava, mais profundas as contusões se tornavam até que o minúsculo cadáver derreteu em uma mistura de sangue e outros fluidos.   

Challenger Of Heaven • Yoonmin  Onde histórias criam vida. Descubra agora