Capítulo 1.

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Bem vindo, caro/a leitor/a. Vamos começar esse romance.


Inglaterra, Hampshire - Ano de 1870.


Aquela maldita chuva não parava de jeito nenhum, e Henrique St.John estava começando a se sentir um prisioneiro em sua própria propriedade. Não era a chuva, ele bem sabia, mas podia culpá-la no momento ainda mais com o whisky escocês em seu sangue. Seu escritório acabara se tornando sua parte favorita da casa, afinal raramente vinham se intrometer na sua vida quando estava nesse local, então passou os olhos pelo ambiente, vendo a lareira acessa, deixando quente e confortável, o sofá enorme de couro macio estava forrado com uma coberta e o travesseiro já que andava dormindo por ali mesmo nesses últimos tempos, a mesinha de centro estava com várias marcas de copos já que nunca usava os descansa-copos como uma de suas empregadas dizia. Bem, ele não se importava com as malditas manchas. Seu olhar ergueu-se para a pintura emoldurada que estava encostada no chão e coberta por um pano branco, escondendo a beleza que estava do outro lado. Ele não precisava retirar o pano para saber o que havia ali, uma bela mulher de cabelos loiros escuros, olhos gentis e amáveis em um tom azulado claro, o corpo esbelto e curvas nos lugares certos, estava usando um vestido rosa e cheio de detalhes que ele não se importava com o nome. Seria o presente de casamento que ele daria á Julieta.

Sentiu a pontada em seu coração e em seu orgulho ainda ferido. Sua mão subiu automática para a cicatriz enorme no olho direito que quase o deixou cego. Ainda conseguia ver alguns borrões com ele, mas se forçasse muito poderia acabar com dores de cabeça terríveis.

Já fazia um ano e ele ainda não havia superado tudo que acontecerá.

Ele rosnou quando alguém bateu á porta do escritório. Tentou ignorar, mas bateram com mais convicção novamente.

-Entre. –rosnou de novo.

-Senhor. –disse o mordomo, um homem de meia idade, com os cabelos grisalhos e um sorriso gentil, este era Peter Smith. –Chegou uma carta para o senhor de Londres.

-Quem? –perguntou observando o homem caminhar firmemente até a mesa onde ele se encontrava.

-Sua irmã, a Condessa de Bryer. –disse colocando a carta em sua mão. –Deixarei lê-la em paz, com sua licença.

Henrique esperou o mordomo sair e então abriu a carta. Cassandra tinha uma letra extremamente elegante e delicada.

"Meu querido irmão,

Como tem estado? Está alegre sozinho nessa imensa casa sombria? Não me diga que conseguiu ficar ainda mais irritável? Impossível, eu creio, mas sinceramente, tudo é possível, meu caro.

Eu cheguei a feliz conclusão de que você precisa se casar! Espere, espere não se desespere! Olhe, eu sei rimar. Eu sei que provavelmente não quer ouvir falar em casamento, mas meu irmão, você é o Marquês de Stormborn e precisa de um herdeiro.

Eu pessoalmente escolhi jovens que poderiam ser excelentes esposas para você e para que tenha a chance de conhecer cada uma, eu as convidei para irem até Hampshire, na propriedade Stormborn para passarem um mês em nossa presença. Sim, você leu certo, NOSSA. Eu e o Conde de Bryer iremos até á propriedade e cuidaremos de tudo para que não tenha muito estresse e dores de cabeça.

Sou uma irmã maravilhosa, eu sei disso e muito obrigada.

Irmão, eu sei que não gosta quando as pessoas se intrometem em sua vida, mas sou sua irmã, não posso vê-lo se afundar cada vez mais e não fazer nada. Acredite em mim quando digo que uma família vai lhe fazer bem. Meu marido, Malcom, é incrível e me faz feliz a cada dia de minha vida. Sei que nem todos tem a chance de casar por amor, mas mesmo que isso não aconteça com você, espero que se de bem com sua futura esposa.

Uma Flecha no Coração - Trilogia do Coração ♥ Vol. IIOnde histórias criam vida. Descubra agora