Uma Flecha no Coração - Trilogia do Coração ♥ Vol. II

Epílogo.

Nós despedimos aqui. Obrigada.

Inglaterra, Hampshire. Três anos depois.

Georgina acordou suando e olhou para o lado, vendo Henrique adormecido. Ela suspirou e levantou da cama, pegando a vela em cima da mesinha ao lado da cama que ainda estava queimando e saiu de fininho do quarto, descendo as escadas em direção á cozinha, onde preparou um leite quente e um prato com biscoitos amanteigados. Levou tudo com muito cuidado em uma bandeja até seu local preferido na casa: a biblioteca. Colocou em cima da mesa e não precisou ir buscar livros, afinal havia três de diferentes temas empilhados na mesa, algo que provavelmente Henrique fizera. Seu marido logo percebeu sua insônia e que sempre ia para a biblioteca, portanto ele começou a escolher alguns livros que ele conhecia para que ela lesse.

Pegou o primeiro, um mistério e começou a ler, aconchegada na poltrona que ela tomou como sua mesmo sendo a preferida do marido. Leu por uma hora antes que a porta da biblioteca abrisse e seu marido entrasse com o filho deles, de dois anos quase três, no colo coçando os olhos.

-Ei. –ela disse para os dois que a olhavam sonolentos.

-Mamãe. –murmurou Ethan, já esticando os bracinhos para ela pegá-lo.

-Olá, meu anjo. –disse segurando-o no colo e dando um beijo em sua testa.

O menino se aconchegou na mãe, recebendo o abraço quentinho. Henrique sentou no braço da poltrona e deu um beijo no topo da cabeça da esposa.

-Perdeu o sono? –perguntou os olhos fechando e abrindo.

-Você deveria dormir. –disse ela colocando a mão em sua perna.

-Como dormir sem você? –ele resmungou sonolento. –É ruim.

Ela deu uma risadinha baixa.

-Eu já venho. –disse ele saindo da biblioteca.

Ela pegou o livro apoiando na poltrona enquanto a outra mão acariciava as costas do filho, murmurando uma canção de ninar, sentindo a respiração ficar regular, indicando que estava dormindo.

Quando a porta se abriu de novo, Georgina não viu de primeira o marido, mas sim um colchão de casal de algum quarto.

-Henrique? –ela perguntou confusa.

-Acredito que será mais útil deixar isso aqui. –disse ele jogando perto da poltrona, não longe da lareira que queimava fraca. –E também isso. –falou jogando uma coberta.

-Não precisava trazer isso. –disse fechando o livro e colocando em cima da mesa, não muito longe da poltrona.

-Precisava. –disse ele pegando o filho que dormia agora e deitando no colchão. –Assim nos dois podemos ficar com você.

Georgina sorriu, sentindo-se completamente amada e inteira. Henrique não saíra um segundo do seu lado depois que soube da gravidez, e vê-lo tão animado e feliz a encheu de felicidade, uma felicidade pura e indescritível. Lucinda, sua amiga, ajudara muito com dicas e como lidar com o começo. Não foi fácil, Ethan acordava muito no começo de madrugada e ambos queriam não perder nada, nem mesmo as partes que os faziam ficar acordados á noite toda garantindo que ele estava dormindo e alimentado. Eles só iam dormir de manhã quando a babá acordava e os mandava ir dormir antes que assustassem a criança. Quando Ethan começou a andar, foi á felicidade de Henrique que contagiou a casa, até mesmo os empregados, que agora mimavam Ethan o tempo todo.

Ela levantou da poltrona e deitou-se com eles, sentindo a coberta sendo puxada para ela por Henrique. Ethan dormia tranquilamente virado para o pai, a mãozinha segurando firmemente a camisa.