Uma Flecha no Coração - Trilogia do Coração ♥ Vol. II

Capítulo 11.

Um momento onde tudo muda, não é? Talvez não.

Georgina se arrependeu no momento que colocou os pés na biblioteca. Ele estava lá, dormindo com um livro no colo, como no primeiro dia. Isso se estivesse dormindo. Mesmo sabendo que deveria dar meia volta e voltar ao quarto, ainda sim, se viu indo em direção á ele e observando atentamente e pela respiração pesada, estava realmente dormindo.

Henrique St. John era lindo, ela sabia isso desde que o vira pela primeira vez e dormindo, conseguia ser ainda mais. Ela sentou na poltrona na frente dele, observando aquele homem que lhe fez ter desejos que jamais teve, que a fez ficar brava e provocou varias vezes, e que acabou machucando-a. Deveria ter beijado ele aquele dia no estábulo, por agora, por mais triste que estava, queria saber como era ser tocada por ele, beijada por ele.

Ah, ela sabia como era beijar, havia pedido isso e feito com Brandon, o melhor amigo do irmão que jamais poderia saber ou ambos estariam ferrados. Ela lembrava-se da expressão dele de choque quando pediu, recusando imediatamente, mas então ela o segurou pelo colarinho com força e o beijou. Brandon tentou recuar, mas sua mão ainda o segurava, e então quando ele finalmente cedeu, foi maravilhoso. As mãos dele segurou sua cintura de maneira firme, seus lábios abriram o dela, surpreendendo com a língua, mas havia gostado e como. Ficara completamente sem fôlego, e eles haviam se beijado novamente depois de recuperar o fôlego, depois entraram em um acordo que ninguém e principalmente Philip deveria saber.

Levantou da poltrona, sabendo o perigo de estar ali com ele sozinha, mas quando passou perto, não conseguiu passar reto, então parou. Observando um único cacho castanho claro caindo sobre o olho e quando viu estava passando o dedo delicadamente, impedindo de ficar perturbando-o, mas isso o fez acordar, abrindo os olhos cinza azulados, surpresos.

Georgina respirou fundo, prestes a sair correndo quando ele a pegou pelo pulso puxando para cima dele, em seu colo e aprendendo ali.

-O que está fazendo? –ela perguntou tentando sair.

Mas ele somente a segurou contra si até que ela parasse de se debater e ouvisse o que ele estava dizendo.

-Sinto muito. Sinto muito. –sussurrava contra o ombro dela. –Sinto muito.

Ela paralisou ao ouvir o pedido de desculpas.

-Eu fui um canalha, um monstro, um grande filho da puta. –disse ele o rosto ainda encostado no ombro dela.

-Você foi. –ela disse engolindo em seco.

-Perdoe-me, Georgina. –ele disse novamente.

-Não sei se posso. –respondeu.

Dessa vez ele ergueu o rosto, o olhar, a expressão era devastadora.

-Por favor, me dê á chance de mostrar que realmente estou arrependido. Eu não queria dizer aquelas palavras. –disse. –Eu retiro cada uma delas.

-Não dá para retirar depois que as disse. –falou desvencilhando dos braços dele, ficando em pé. –E você não tem o direito de quebrar alguém só porque você está quebrado.

Ela viu o choque dele e depois o suspiro, somente ficando na poltrona olhando para a lareira que ainda queimava.

-Tem razão, estou quebrado e não tinha o direito de fazer isso com você. –disse. –Não tinha o direito de trazer jovens damas aqui quando eu mesmo estou tão quebrado. Você me disse que eu merecia alguém que me fizesse feliz, que Katherine não faria, mas por isso a escolhi e também sei que ela não se importaria comigo quebrado.