Capítulo um

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A grande verdade era que a vida de Evan tinha mudado a muito tempo atrás. Mais especificamente a cinco anos, quando ele entrou para o departamento de polícia de Nova York como médico legista… E no caso se você sabe um pouco sobre o mundo mágico definitivamente está se perguntando:

Como em nome de Merlin isso é possível!?

Sim, Evan Marks era ninguém mais que Evan Nott, o segundo herdeiro da grande renomada família britânica responsável pelos diários, grimórios e registros do Sagrado 28. Sendo o segundo filho de Thomas Nott e Ethel Marks (uma bruxa puro sangue americana), Evans não precisou se preocupar em assumir o legado da família já que seu irmão mais velho Theodore o fez diligentemente, permitindo assim, que o caçula dos Nott seguisse seu sonho e se dedicasse a Medmagia assim que se formou em Hogwarts.
Num mundo bruxo pós-guerra foi tolo da parte do jovem Nott esperar que o passado obscuro de seu pai servindo sob o nome de Voldemort não fosse o assombrar. Na cabeça do estudante de Medmagia era papel de seu irmão lutar para limpar e reerguer o nome dos Nott se assim Theo o quisesse, Evas apenas queria salvar vidas e foi exatamente nisso que ele falhou.

   Cinco anos atrás ele perdeu sua primeira paciente grave, e mesmo que não tenha sido por erros médicos a sociedade bruxa o condenou simplesmente pelo sobrenome que carregava. Sendo ele filho de um falecido comensal da morte era óbvio que negligenciar o tratamento da jovem que tinha sido amaldiçoada e faleceu em sua mesa de cirurgia no St. Mungus. A denúncia chegou até o conselho de Medmagia que analisou o caso o absolvendo, mas o estrago em sua reputação já estava feito depois dos diversos artigos falaciosos publicados por Rita Skeeter.

Evans tinha sido inocentado, mas ele próprio não tinha se perdoado, apesar de saber racionalmente que não era culpa dele, ainda se culpava. Todo estardalhaço da mídia não ajudou, e assim um promissor e brilhante medbruxo decidiu abandonar sua carreira e varinha para recomeçar. Deixou Londres, deixou seu sobrenome e deixou o mundo bruxo. Foi para a América onde alguns parentes de sua mãe o receberam e assim ele se dedicou a cursos forenses trouxas, afinal trabalhar com o que ele não poderia matar e mesmo assim usar de suas especialidades como médico era aceitável.

E assim Evan Marks se tornou o mais novo médico legista do departamento de polícia de Nova York. Quando ele foi oficialmente apresentado à corporação por Bishop, seu olhar foi irrevogavelmente atraído pela jovem detetive Catherine Chandler. Assim como ele, ela também era novata no departamento, tendo a vantagem de apenas três dias. Cath era quatro anos mais nova do que ele e apesar de tudo ter começado com flertes e brincadeiras inocentes apenas para descontrair  e quebrar a tensão do trabalho desconhecido, Evan tinha talvez sem querer se apegado demais a sensação boa que era flertar com sua colega de trabalho durante o trabalho. Era satisfatório as retrucadas que Catherine dava a ele, ou até mesmo as bochechas coradas que ele raramente conseguia com algum comentário mais ousado. Por Merlin! Ele sempre achava graça dos comentários de Tess (a detetive parceira de Cath) sobre um dia ainda encontrá-los nus na mesa do necrotério!

Não que ele não quisesse aquilo, mas se fosse para ser escondido e no trabalho, que ao menos fosse num dos almoxarifados da delegacia, não na sua mesa de trabalho! Se ao menos ele tivesse uma mesa convencional com um computador e posts it 's tudo bem, mas  a realidade não era aquela.

Evan Marks Nott estava se apaixonando pela detetive Chandler, mas não era correspondido. Ora, se seu irmão mais velho e o melhor amigo estivessem aqui, o fariam correr atrás da mulher e conquistá-la, mas como estava só, Evan se rendia aos sites de namoro online em uma tentativa desesperada de esquecer Catherine.

Ah, antes ele não tivesse feito isso!
Quem diria que precisaria ele começar a namorar para que a mulher que ele realmente queria finalmente desse uma chance a ele em seu aniversário de vinte e nove anos, hum? Bem, tecnicamente não foi uma chance chance, mas Cath o tinha arrastado para aquela máquina de fotografia instantânea pedindo para tirar fotos com ele quando estava prestes a ir embora e apesar de muito relutante por estar em um ambiente apertado e pequeno com a protagonista das suas fantasias mágicas, ele tinha cedido o seu pedido.

Médico ou MonstroOnde histórias criam vida. Descubra agora