(09%) Confissões, Conexões e Contradições

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Estou pegando minha bolsa para visitar Renata e, antes que o caos consuma o resto do meu dia, penso em marcar aquela consulta com a médica que ela indicou ontem à noite

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Estou pegando minha bolsa para visitar Renata e, antes que o caos consuma o resto do meu dia, penso em marcar aquela consulta com a médica que ela indicou ontem à noite. A conversa foi breve, mas o suficiente para plantar a dúvida sobre o teste de gravidez que ainda não tive coragem de fazer. E como se isso não bastasse, há todo o drama de tentar sobreviver a esta cidade, onde a superficialidade se confunde com o oxigênio.

Desde que cheguei, tudo é uma confusão. E não é apenas a mudança ou o choque cultural. É também essa maldita tensão com os sogros. James Scott, um homem tão sério e observador que parece enxergar através das pessoas. Suas interações são quase frias, mas ele é respeitoso, o que é o melhor que posso esperar dele. Já Naomi Scott, bem... se o inferno fosse uma pessoa, teria o nome dela. Superficialidade é sua marca registrada, mas a crueldade é seu verdadeiro talento. Não consigo contar quantas vezes ela conseguiu reduzir a minha autoestima a pó com um único comentário. Ela me odeia, e não de uma forma comum. É um ódio refinado, lapidado ao longo de anos de preconceitos e amarguras, e eu sou o alvo perfeito.

Ela simplesmente não consegue digerir o fato de que Victor me escolheu. Abandonou Rachel Zane, a menina dos olhos dos Scotts, e em poucas semanas estávamos casados. E eu? Uma "ninguém". Sem fortuna, sem prestígio, sem os vínculos importantes que ela tanto valoriza. Eu sou uma afronta viva às expectativas controladoras de Naomi. Ela nunca olhou realmente para o filho, ou teria percebido que Victor terminou com Rachel porque não suportava mais o vazio daquela relação.

Ele me contou que Rachel era fútil, um envolvimento pós-solteirice prolongada. Não era amor, era conveniência. Rachel, por sua vez, parecia determinada a conquistar os sogros como uma espécie de apólice de seguro matrimonial. Mas Victor estava em busca de algo real, algo que fosse além das aparências. Ele precisava de alguém que o enxergasse além do sobrenome.

Descobrir quem Victor realmente era, foi um choque. Durante nossa temporada na Europa, ele sempre foi modesto. Não esfregava o dinheiro na cara de ninguém. Eu sabia que ele trabalhava em um escritório renomado, mas não fazia ideia de que era parte de um império jurídico com filiais em vários continentes. Quando chegamos à América, ele finalmente explicou um pouco sobre seu legado e a razão pela qual a rede de escritórios dos Scotts era quase invisível na internet. Tudo estava relacionado à discrição. Eles lidam com bilionários e contratos que exigem níveis absurdos de confidencialidade. Eles não precisam de publicidade, precisam de resultados. E eles entregam. É como Victor diz: "Nós resolvemos problemas de grande escala". Cinzento demais para o meu gosto, mas intrigante. Quando perguntei a ele exatamente o que a empresa fazia, a resposta foi simples e desconcertante:

— Tudo. Absolutamente tudo.

Essas palavras ecoaram na minha mente enquanto eu descia as escadas, tentando me distrair com tarefas inacabadas. Mas a tensão estava lá, como uma nuvem pairando. Victor disse que iria resolver a tutela de um cliente, e eu estava a caminho da casa de Renata. No entanto, ao atravessar o hall, escuto sua voz.

BONECA ELEITA (DARK +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora