Capitulo 2

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 Eu dormira por quase um dia todo após Mergam limpar meus ferimentos, agora já melhor e apenas com uma leve dor de cabeça, eu sabia que precisava ir embora naquele momento, procurei meus tênis pelo casebre de Mergam e logo me preparei para volta a floresta, o sol já havia se pondo e a floresta estava bem escura e perigosa.

  Ao passar pela porta senti uma rajada de vento gelado cortar minha pele, hesitei por um tempo mas decidi seguir em frete, já havia anoitecido faz um tempo quando eu cheguei na parte mais densa da floresta, o céu estava nublado e iria chover logo, então não consegui me guiar pela estrelas, depois de andar por quilômetros mata a dentro eu já estava exausta e com fome, estava perdida e sabia que estava bem longe da entrada da reserva, não reconhecia mais o tipo de vegetação característica na minha cidade, me perguntei se ainda estava no Espirito Santo, avistei uma pequena vila próximo a um grande rochedo a alguns quilômetros de distancia de onde eu estava, imaginei ser algum distrito nas redondezas de vila velha, então pensei que lá seria o lugar ideal para eu encontrar um telefone e tentar ligar para minha melhor amiga Samanta, ela com certeza viria me buscar, então fui em direção ao lugar. 

   Com forme fui me aproximando da vila  fui notando coisas estranhas, as construções eram bem rusticas e simples, as casas eram feitas de madeiras grossas e pedras, não lembrava de ter construções assim na minha cidade, haviam muitos jardins e a viela principal eram bem iluminada  e tinha um lindo chafariz bem no centro, me esgueirei pelas sobras das casas ao perceber que havia um certo movimento pelas ruas de pedra, coloquei  o gorro da jaqueta na cabeça e  os cabelo para frente e resolvi entrar em um estabelecimento que parecia um bar, com certeza alguém teria um celular a li. 

  Ao atravessar a porta pesada de madeira fui recebida por um som muito alto de uma musica tocada por flautistas, a melodia era suave e animada, as pessoas dançavam alegremente no estabelecimento, mas só depois de uns dez minutos hipnotizada pela energia do lugar que eu me dei conta de que as pessoas no local eram diferentes, meu coração gelou e eu tentei não chamar atenção e fui para um canto vazio perto do balcão, se as historias daquela velhas eram verdade, eu acabei de entrar no olho do furacão, eu estava prestes a ter um ataque de pânico, quando uma moça de pele alva e olhos assustadoramente amarelos e cabelos acinzentados me abordou me oferecendo bebida, neguei timidamente com a cabeça baixa. 

   - Olá. qual é seu nome? 

- Oi, sou brianna 

-  você não parece ser daqui, de onde você veio ? 

- não sou, estou apenas de passagem . Foi tudo que eu conseguir dizer sem fazer muito contato visual com a moça, ela era linda, nunca havia visto esse tipo de beleza, senti uma pontada de inveja, eu não me achava tão ruim assim, mas não era alta e não tinha os seis fartos dessa moça, me perguntei se era isso que incomodava Eduardo, pois fiz de tudo por ele e não foi o suficiente, talvez minha aparecia não era boa assim, ao analisar bem as pessoas em volta percebi que ninguém a li teria um celular e que eu realmente estava perdida e mais sozinha do que nunca em um lugar cheio de pessoas supostamente perigosas segundo Mergam, reparei a garçonete voltando novamente em minha direção. 

  - desculpe, mas que vilarejo é esse ? 

- ah aqui é a vila de  alfena, única zona neutra entre as terras feéricas e silien, aqui é onde os soldados de ambos os territórios costumam tirar uns dias de descaço durante os conflitos. 

  A garçonete percebeu quando eu arregalei os olhos ao ouvir o que ela disse, então era mesmo real essa historia de fadas e elfos, meu deus eu estava ferrada, muito ferrada. A moça bonita parou na minha frente estendeu a mão. 

 - Desculpe, que falta de educação, eu sou Mellina. Eu só consegui sorri para ela, me perguntei o que uma moça daquela estava fazendo servindo mesas para soldados. Mellina me olhou, analisando tudo em mim e finalmente perguntou . 

 - Você precisa de um lugar para ficar ? tem oque comer ?  . Engolir em seco, será que eu aparentava estar precisando de ajuda assim? , assenti com a cabeça quando minha barriga roncou alto e me entregou, mal lembrava oque eu tinha comido pela ultima vez. 

   Olhei envergonhada para Mellina. - Estou com fome sim mas não tenho como pagar pela comida. -A não se preocupe, minha família é dona desse lugar a séculos, temos um quarto nos fundos, você pode passar a noite lá, e se estiver faminta é só ir na cozinha que nossa criada vai te servir algo para comer. Mellina me deu um sorriso entusiasmado e me puxou em direção aos fundos do estabelecimento. O quartinho era pequeno mas aconchegante, tinha uma cama pequena de canto com 2 travesseiros, um cobertor grosso de retalhos, uma mesinha e uma cadeira no canto do quarto e uma espécie de banheiro mais ao fundo, o lugar era quentinho e acolhedor naquele momento, Mellina logo apareceu com uma muda de roupas limpas que acreditava ser de algum empregado do estabelecimento, agradeci com um sorriso largo pelas roupas limpas. -Bem voce pode ficar a vontade, falarei para um dos garçons para deixar um prato de cozido quente para você logo logo, a e se quiser pode tomar banho a li atrás. Mellina sorrio e saiu do quartinho me deixando sozinha, alguns minutos se passaram quando escutei um barulho na porta, ao abrir reparei em um homem jovem branco feito a neve, de olhos verdes e gordinho com um prato de comida fumegante em suas mão -Sua comida senhora. -Obrigada !

   Agradeci o rapaz e fechei a porta diante de mim, levei o prato fumegante e cheiroso para mesinha, minha barriga estava roncando, mas eu precisava tomar banho primeiro, fazia exatamente 2 noites que eu não tomava uma ducha, ainda havia sangue seco da pancada que  que levei na floresta nos meus cabelos, tirei aquela roupa suja e abri o chuveiro  improvisado do  banheiro, agradeci aos céus quando a água morna bateu na minha pele e relaxou meus músculos, eu nunca estive tão sozinha na minha vida, e por mais irônico que pareça esse sempre foi meu maior medo, minha maior insegurança, lembrei de Eduardo com um aperto no coração, pois ele me dizia que jamais me deixaria sozinha que sempre estaria ao meu lado, cuidando de mim e me amando para sempre, e eu confiei com toda minha alma nessas promessas. Lagrimas se misturavam a agua do chuveiro no meu rosto, meu coração havia sido partido pela pessoa que eu mais amei nessa vida, ele não lutou pelo nosso relacionamento, simplesmente me descartou feito lixo. 

  Já limpa me sentei na mesa para comer minha comida que ainda estava bem quente, saboreei o cozido e não deixei sobrar nada, não sabia quando comeria de novo antes de chegar em casa, ao terminar lavei os pratos na pia do banheiro e os coloquei para secar sobre a mesa, me deitei na cama para relaxar pela primeira vez desde quando me perdi na floresta, não sabia que estava tão cansada até pegar no sono rapidamente. 







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