Capítulo 1

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Alaska

Você pensa que tudo na sua vida é uma merda a cada vez que você respira.

— Concentre-se. -disse o meu mestre.

Eu fiquei em posição de combate, pronta para lutar contra o meu adversário.

— Lutem.

Ele avançou contra mim, com um movimento eu desviei de seu ataque.

Eu inspirei fundo, só mais essa e eu estou livre, estou tão cansada que tudo o que quero é um bom banho, um livro e minha cama, apenas.

Desviei outra vez.

— Invista, Alaska. -ele grunhiu.

Inferno.

Eu desviei de novo e de novo.

Eu acertei um chute na lateral do corpo do rapaz que tombou, ele direcionou um soco e eu agarrei seu punho, o puxando com brusquidão.

Ele fora lançado por cima do meu corpo, indo ao chão com pesar, eu saltei ficando por cima dele, o prendendo em um mata leão.

O sufocando.

Ele ofegou, puxando o ar com dificuldade, batendo no chão em três toques, rendição.

Eu o soltei.

— Treino encerrado. -disse ele.

Eu saí de cima do garoto, lhe estendendo a mão.

Ele a aceitou, e com um puxão eu o trouxe de volta para cima.

— Lutou bem. -murmurei, um sorriso amigável.

— Não o bastante, eu não venci. -ele disse cortante, um olhar frio.

Então saiu.

Eu suspirei.

Sou péssima em fazer amizades.

Será que eu fui mal educada?

Eu sacudi a cabeça, cabelos brancos sacudindo junto.

— Até amanhã, mestre. -murmurei acenando para o meu professor de kung-fu.

— Esteja aqui às....

— Sete em ponto, alguma vez não fui pontual? -o encarei.

— Não. —um sorriso de lado— nos vemos amanhã, lótus.

Sorri para ele, pegando minha bolsa de academia e meus tênis, os calçando no caminho.

Eu caminhei pelas ruas frias do Canadá, estava no inverno, logo começaria a nevar.

Eu peguei um metrô, suspirando, meus músculos doloridos.

Um banho quente, era tudo o que eu queria, um livro... Talvez um chocolate quente e ficar embaixo das cobertas macias.

Eu suspirei sorrindo fraco pensando na sensação.

Sonhando acordada com aquilo.

Quando eu saí, eu virei mais algumas ruas, enrugando o nariz para o bairro.

Eu não gostava muito da vizinhança, problemática. E minha família era mais ainda.

Eram apenas eu minha mãe e o meu pai, apenas.

Mas é quase o mesmo que ser apenas eu sozinha, eu e os hematomas de surras.

Eu peguei as chaves, abrindo a porta e então adentrei minha casa.

Deixei minha bolsa no canto da parede quando desviei caminho para a cozinha, estava com fome...

Ouvi um bater estrondoso de porta e ergui rapidamente meu olhar para o meu pai, pelo o cheiro de álcool, estava bêbado, e pelo o som do vidro quebrando, ele estava destruindo a nossa casa de novo.

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