•O INVERNO CRUEL•

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Atual Presente

Uma manhã gélida começava a se formar junto ao sol que estava aparecendo no oriente. O País das Maravilhas já tivera manhãs mais calorosas e animadas que aquela, isso não era algo bom. Um bom sinal se fazia distante.
As ruas vermelhas estavam vazias, os coretos abandonados e a nova decoração era bem mais evidente que as belas rosas brancas, agora vermelhas pois haviam sido banhadas em sangue daqueles que tentaram escapar. O destino se mostrara ser um só para quem não cumpria a lei,e a Rainha fazia questão de tornar público todo e qualquer tipo de traição contra si e a coroa.
A alegria e a felicidade que tinham... na verdade a ideia de alegria e a falsa felicidade que o antigo governante promovia, fez com que os moradores de Vermelho se revoltassem e se decepcionassem em seus lares por não ser mais como antes. Copas agora estava mais parecido com as Torres Negras que em qualquer outra época. As Torres Negras ainda um mistério para aqueles que acreditavam na esperança de que um dia seriam livres.
Nas ruas daquela manhã os únicos ocupantes eram os soldados Copas e Espadas que desfilavam com suas lanças, espadas e seus arqueiros com seu arco e flecha. Os Espadas não faziam tanto o patrulhamento ali, eles ficavam nas Torres vigiando e fazendo com que tudo que havia dentro ficasse dentro e qualquer que tente escapar sofresse um único e terrível destino.
Dinah estava mais fria que o normal, não que seja possível, mas fez com que Lucy, sua cuidadora que sempre estava ao seu lado e amava ela como filha, se decepcionasse por ter perdido a doce e ingênua garotinha.
Era difícil ver que traumas mudam tanto a personalidade e os sentimentos de alguém. Ela tinha certeza que se tentasse não seria poupada sua cabeça com certeza estaria fincada enfeitando os muros do País Vermelho ao lado dos traidores que ousaram questionar e duvidar de seu reinado. Dinah havia assim ficado tão fria a ponto de matar Lucy? Era alguém que ela amava assim como Harris e Charles.
A resposta para essa pergunta é uma linha tênue ao mistério de que a que ponto um coração endurecido era capaz de ir.
Isso seria apostar de olhos fechados e ela não se daria a esse luxo de perder suas fichas. Porém a Rainha ainda a mantinha por perto, significava que algum sentimento existia bem lá no fundo. Aquele silêncio ensurdecedor que se fazia evidente na sala do trono não deixava a jovem Rainha incomodada realmente. Por um momento, ali parada em frente aquelas enormes janelas de vidro, observava a natureza a sua volta. Observar a natureza era algo que sempre amou, era seu pequeno ponto de paz, algo bom que ela nunca havia deixado de apreciar. Por um instante num ponto de luz o dia parecia que se faria bonito e um pequeno sorriso feliz brotou em seus lábios mas tão rápido quanto a velocidade da luz desapareceu, o dia seria como todos os outros, ousaria e arriscaria dizer que até mais agradável que os outros.
Apesar de não haver mais comemorações ou alegria emanando nos quatro cantos de Copas, ela sentia falta de ter calor humano a sua volta. Mas não havia nada que pudesse fazer certo? Como ela conseguiria mudar o que os outros pensavam? Dar uma ficha branca e um ponto de esperança a seus súditos seria o fim. Ultrapassariam os limites e gerariam desordem, e esse pequeno pensamento que como as ondas do mar, ele ia e vinha no seu mais profundo pensar.
Lucy ainda estava naquele ambiente sórdido da sala do trono junto à rainha, a disposição esperando uma ordem ser dada para que ela pudesse sair da posição mórbida em que se encontrava. Dinah se afastou das enormes janelas de vidro e voltou a desfilar graciosamente com seu ar de superioridade e graça pelo salão indo em direção ao trono. Ela flutuava a cada passo dado pois seu elegante vestido vermelho cobria seus pés,seus cabelos encaracolados,eram tão alaranjados quanto às folhas de outono e seus olhos, verdes, como esmeraldas. Mas nessa profundidade preciosa uma tempestade se formava e seu olhar perdendo aos poucos o maravilhoso brilho e escurecendo se tornando mais um verde pântano.
Isso a deixava estranhamente mais atraente, dizer que Dinah não era bonito seria mentira pois a jovem era linda, senão a mais bela do reino, pode parecer um eufemismo mas não, não é.
As enormes portas do salão foram abertas revelando os soldados encarregados de fazerem a ronda nas misteriosas Torres Negras e que não deveriam estar ali, afinal os únicos que tinham um contato tão grande com a realeza era o Capitão de Copas. Contudo, quem se aproximava era o Chefe dos Espadas com alguns soldados.
A uma distância de 5 metros, apenas, Lucy, que até então estava imóvel, se aproxima para saber se deve ou não tal aproximação. Lucy perguntou aos soldados o que desejavam e reparou seus semblantes de desespero e medo. Os Espadas tinham uma fama e para fazer parte desse exército um treinamento específico é requerido. O desespero e o medo não tem lugar, aliás, nenhuma emoção deve ser permitida.
Vê-los assim era novidade para Lucy e todos que habitavam Vermelho.
Dinah permitiu a aproximação,
"Majestade"
E uma reverência foi feita a rainha
"Infelizmente, sua presença é solicitada no gabinete das Torres Negras"
Após o Comandante de Espadas dizer isso desviou o olhar para baixo terrivelmente apavorado com o que a nova governanta poderia fazer.
Dinah, como de costume, não esboçou nenhuma emoção apenas arqueou as sobrancelhas.
"Comandante" a voz firme e suave ao mesmo tempo da rainha vibrou por todo o salão  
"Se minha presença é solicitada, creio que seja um assunto de extrema urgência e importância, afinal as Torres Negras ficam além dos muros de Vermelho, vai ser uma longa viagem até chegar lá"
Dinah olhou interrogativa, porém continuou com sua postura inquebrável e indiferente sentada em seu trono. Esperando uma decisão oficial do Comandante
"Sim, majestade eu vim pessoalmente a mando do Capitão para escoltar vossa alteza até lá para que não ocorra complicações no caminho"
O Espada disse com a voz falha tentando soar firme e decido com medo da decisão que Dinah tomaria.
Afinal, a viagem seria bem longa. Para chegar às Torres primeiro se passaria pelo labirinto, logo após pela Floresta Retorcida, além do País Branco e enfim chegaria ao destino.
Mas deixar por tanto tempo seu trono seria terrível. Seu reinado acabaria e todo o país entraria em colapso. Contudo ela era a rainha e apesar de ter se tornado o que é, ela nunca deixou de se importar, não de verdade. Para sua presença está sendo solicitada o assunto realmente era sério.
Virando-se para Lucy uma ordem se fez
"Arrume meu cavalo iremos partir em poucos minutos, deixarei Francis para tomar decisões sábias enquanto eu estiver ausente"

Lucy assentiu e se retirou, Francis foi solicitado ao salão real onde o foi passado instruções de como agir.
Francis era um homem de meia idade e uma das pessoas de confiança de Dinah ele fez parte da corte real e conselheiro do rei, mas divergências aconteceram e o antigo governante o baniu para as masmorras. E logo assumindo a posição de conselheiro, Cheshire.
Francis foi muito bom com a pequena princesa,  agora rainha. Ele era um homem muito sábio e bondoso, não concordava muito em como ela delegava as leis em Vermelho mas entendia que tudo isso foi resultado de como ela foi criada e tudo o que passou. Francis foi umas das figuras paternas de Dinah, ele e Harris, graças a ele ela soube o que era amar alguém que pudesse chamar de pai.
Francis fez a reverência, onde Dinah curvou um pouco a cabeça e deu um pequeno e quase imperceptível sorriso, dispensando essa cordialidade. Francis se aproximou de sua pequenina, não pequena mais, garotinha e deu um beijo em sua festa e um abraço ao qual ela aceitou de bom grado.
"Cuidarei das coisas por aqui fique tranquila, boa sorte minha menina e tome cuidado"
Essa demonstração de afeto não durou muito, afinal ela era uma Rocha impenetrável e deveria continuar sustentando essa visão que todos tinham dela. Porém com Francis era diferente, sempre foi, ela jamais negaria um abraço a ele, afinal não poderia e nem conseguiria.
A coroa ficou guardada em seu aposento dentro de uma caixa de vidro. Colocou um vestido preto e uma capa cinza por cima, saiu de seu quarto indo em direção a seu lindo cavalo branco e seus soldados que já estavam apostos para a acompanhar. Haviam cinco guardas de Copas e cinco de Espadas, ela achou isso tudo exagerado mas não contestou. Abotoou sua capa na frente e puxou o capuz que cobriu sua cabeça e um pouco de seu rosto, avançaram sobre a tempestade que estava se intensificando como se estivesse com raiva cortando seus corpos e a cada vento parecia um soco a neve não parava de cair e cobrir tudo a sua volta, afinal era inverno e o inverno no País das Maravilhas era cruel.

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Recadinho para vocês ^-^


SAIUUUU UUFAAA FINALMENTE
CAP.2 para vocês, sinto muito pela demora tentei desembolar minhas ideias o mais rápido que pude.  Tem muitaaaa água pela frente ainda e essas Torres Negras em, muito misteriosas sei não em.
Enfim agora eu tô cheia de ideias para o próximo capítulo e tô doida para colocá-las aqui.
O próximo capítulo se chama
"BATALHA NO LABIRINTO"
Nenhum pouco influenciada por titio Rick né kakakak Percy Jackson fez seu trabalho direitinho.
Até a próxima chuchus
Não desistam da mana aqui em
Votem e comentem gosto de interagir com vocês
Beijinhos e até logo¡

Perdão caso tenha erros ortográficos ou de digitação Qualquer erro ortográfico me avisem

Rainha em Vermelho [Em Desenvolvimento]Onde histórias criam vida. Descubra agora