Cap.8

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— Aqui é o seu quarto. — A governanta abre uma porta no segundo andar me deixando entrar. — Eu volto daqui a pouco, fique á vontade. 

Havíamos andado por toda a casa até chegarmos aqui. A fachada é nas cores marrom e creme, tendo várias plantas no jardim da frente e um telhado ecológico cujas plantas estavam tão grandes que caiam por sobre a fachada. Como a casa estava a alguns níveis acima do terreno subimos uma escada de concreto flutuante para entrar nela. 

Passamos pela sala, sala de jantar, cozinha, salão de jogos, banheiros nos dois andares, lavanderia, escritório de Alex, onde não entramos e nem devíamos, dois quartos de hóspedes, até finalmente chegarmos no meu. Um quarto que antes era de hóspedes e que fica ao lado do quarto de Alex. 

Meu quarto é impessoal, não consigo pensar em outro adjetivo para caracterizar suas paredes brancas, mobílias marrons claro e a falta de minhas coisas. Até mesmo a colcha da cama é toda branca, e provavelmente o que tem embaixo também o é. De certa maneira isso não é ruim, morarei aqui por muito tempo, dá para arrumar tudo isso.

Há outras duas portas dentro do meu quarto que dão para outros cômodos, uma na direito e a outra na esquerda. Vou primeiro na da direita e vejo que é um banheiro com uma banheira redonda para uma pessoa virada para a parte de trás do terreno, onde ainda não fui. Daqui já consigo ver uma piscina e muitas plantas, além de uma construção hexagonal bem no final.  

Aqui também tem uma ducha e uma pia espaçosa com armário embaixo e um grande espelho na parede acima ao lado da qual há outra porta. Abro-a entrando em um closet já preenchido com muitas roupas. Aqui é onde vejo itens que combinam mais comigo, apesar de eu estar vendo bastantes vestidos e saias, itens que não tenho tanto costume de usar. Mesmo assim as roupas são simples e tem um pouco mais de cor do que todo o restante.

Volto para o quarto e vou até a porta do lado esquerdo tentando abrir, mas ela está trancada. Quando eu tiver oportunidade pergunto para Alex o que tem atrás dali. Por hora vou tentar não pensar muito nisso.

O que realmente não saí da minha cabeça foi o jeito com que Alex saiu sem nem me levar até a porta de sua casa, sendo que seria muito educado da parte dele se tivesse me mostrado tudo, ainda mais pelo momento sensível pelo qual estou passando.

Tiro minha roupa ali no meio do quarto mesmo deixando-as no chão, ninguém vai me incomodar e não é como se eu tivesse que manter um padrão de comportamentos socialmente aceitos quando ninguém está me vendo. Eu posso ficar peladona e andar pelo quarto.

Bocejo, estou extremamente cansada e com muita vontade de dormir sem tomar banho, mas também sei que estou muito suja, principalmente com a ida ao hospital. Encho a banheira com água e com espuma de banho de rosas que achei na prateleira ao lado. Quando já tem o suficiente de água eu entro nela.

Deixo minha cabeça encostar na borda e me ajeito de uma maneira confortável, permitindo que a água morna acalme meus músculos e relaxe meus pensamentos. Eu nunca havia tomado banho de banheira, eu não poderia deixar essa oportunidade passar de hoje, apesar de saber que a banheira não saíra correndo de mim. 

Esfrego meu corpo com aquela água tão cheirosa e em seguida pego o sabonete líquido e a esponja para esfregar meu corpo. Antes de começar a fazer isso ouço duas batidinhas na porta.

— Dona Katherine, sou eu, Margaret. — Esse é o nome da governanta, que já havia se apresentado formalmente para mim ao me receber. — Trouxe um lanche. 

— Pode entrar Margaret. — Deixo meu corpo submerso na água onde nada poderia ser visto. Não me incomodaria ficar nua na frente de Margaret se eu já conhecesse ela a mais tempo. Quem sabe isso não aconteça um dia.

— O senhor Alex me ligou e me pediu para fazer algo para você comer. — Ela trás nas suas mãos uma grande bandeja, que coloca apoiada nas bordas da banheira á minha frente, sem riscos de cair. — Ele disse que a senhorita gosta de morangos, café forte sem açúcar e rocambole doce. 

— Muito obrigada Margaret, estou realmente faminta. — Abro um sorriso gentil para a senhora. Mas estou me perguntando como Alex sabe tanto de mim, quando eu não sei absolutamente nada dele. Será que é perigoso estar morando com um desconhecido? Bom, a resposta é óbvia. Muito perigoso. Mas deve valer o risco por minha mãe. 

— Vou me retirar senhorita Katherine. Qualquer coisa estarei na cozinha. — Mesmo tendo dito que ela poderia me chamar de Kath várias vezes durante nosso curto passeio, ela insiste em não o fazê-lo.

Margaret sai e eu começo a comer logo em seguida. Eu realmente amo muito tudo o que ela trouxe e termino de comer com o estômago feliz e com meu corpo já ficando enrugado por causa da água.

Coloco a bandeja no chão ao lado da banheira com cuidado para não derrubar as louças brancas que estavam ali. Tudo tem cores claras demais, eu imaginava uma casa cinzenta para Marcus, combinaria com ele. Mas aqui é claro demais até para mim.

Termino meu banho e saio da banheira. Decido deixar a bandeja ali até a hora que eu fosse descer, o que seria apenas depois de dormir. Seco bem meu corpo e enrolo meu cabelo na toalha me permitindo deitar um pouco, talvez uma escolha errada pois logo sinto meus olhos pesarem e eu começar a ser embalada pelo sono. Sem força de vontade para resistir, acabo dormindo.

Olá amores, espero que estejam gostando do livro!

O que vocês esperam dessa nova rotina que a Kath vai começar a ter? Sinceramente estou ansiosa para escrever mais!

Nos vemos semana que vem...

XOXO.

Destinada à EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora