"A ferida ainda está aberta"

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Aquela inquietação comentada por Barral se tornava cada vez mais presente com o decorrer das semanas, consequentemente, na passagem de ano e parecia se espalhar, pois em uma visita despretensiosa à casa de Pedro e Teresa, Isabel comentou ter se sentido exatamente da forma descrita dias atrás pela grande amiga de Pedro. Ao mesmo tempo em que, seu marido, Gastão, que em vida era conhecido por: Conde D'eu, alegou não sentir nada de diferente até o momento.

Semanas depois, Leopoldina visitou a casa dos pais, recebendo um grande abraço dos patriarcas e adentrando a residência com seu marido, Luís Augusto, o antigo Duque de Saxe.

Passaram o dia juntos, onde mais tarde, às 20h, a filha e o genro dos ex-Imperadores puderam participar com eles do Santo Terço pelo Brasil.

Agora rezado a quatro vozes, Pedro pedia pelo amor dos brasileiros pelo próprio país... Este amor que parecia morrer cada vez mais, mas que ele, como o Protetor Perpétuo do Brasil, jamais poderia permitir.


— Também rezamos pela esperança. A esperança de que tudo vai melhorar... Porque vai. — falando rápido, Leopoldina, que estava ajoelhada ao lado de seu pai, acrescenta nas intenções das orações.


Pedro sorriu para a filha, orgulhoso de seu amor por sua terra de origem e pelos filhos do Brasil.

Após todas as 53 Ave Marias, 6 Pai Nossos, 1 Creio e 6 Glórias, a família faz o sinal da Cruz, finalizando a oração.

Luís Augusto estende a mão para sua esposa e a ajuda a se levantar, em seguida oferece ajuda ao sogro, dando-lhe o braço que foi muito bem aceito.

Na saída do quarto, Leopoldina parou de andar de repente, ficando para trás, já que a família seguiu andando. Incomodada com algo, ela esfregou uma mão na outra. Teresa, notando que a filha já não os acompanhava, olhou para trás, vendo que ela havia parado no meio do corredor.


— O que houve, mi bambina?


— Um... formigamento. Mas já passou. — disse Leopoldina, jogando a sensação para o lado e se apressando para alcançar a mãe.


As duas foram juntas para a sala, onde se encontraram com seus esposos. Teresa se senta na mesma poltrona que estava mais cedo, enquanto Leopoldina vai se sentar ao lado do marido no sofá cinza.


— Pedro, Leopoldina acabou de sentir um formigamento... Isso tudo é repercussão da novela?


Pedro suspira e olha para sua esposa com aquele marcante olhar sereno. Leopoldina, curiosa, inclina a cabeça e olha para os pais, alternando a direção do olhar implorando mentalmente para que eles compartilhassem mais informações a respeito.


— Acredito que sim... Mas Barral disse que ela só vai ao ar no fim deste ano. Imagine só, Teresa: nas escolas, vão poder ver o conteúdo com mais vida! Como algo mais próximo deles. — Pedro responde.


Leopoldina suspirou entediada apenas por escutar o sobrenome de Luísa. Não a odiava mas achava impressionante como mesmo após a morte, ela ainda seguia próxima da família.

Pedro adorava a ideia de que os alunos e os professores poderiam, mesmo que de forma mínima, vivenciar alguns fatos históricos junto com eles, representados pelos renomados atores brasileiros.

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