Estados Unidos
Finalmente a sorte havia sorrido para Benedict. Não que não tivesse demandado esforço, porque havia sim, e muito.
Mas depois de todo aquele tempo, de todas as noites em pequenos clubes, de todas as partituras rasgadas, melodias jogadas fora, depois de tanta dúvida e questionamento e dedos cansados.
Ele finalmente estava onde devia estar.
E não, não era sobre estar fisicamente nos Estados Unidos.
Era sobre ser conhecido. Não a figura dele, de fato, ele não ligava se o reconhecessem seu rosto ou não. Mas sim, a música dele. Haviam pessoas que gostavam da música dele, que compravam seus discos, que iam em suas apresentações apenas para ouvi-lo tocar.
E maldito fosse ele se isso não o fazia feliz de alguma forma. Realizado.
A turnê na América foi um grande passo. Tanta coisa aconteceu e havia tantas coisas em Paris, que foi impossível não se ver inseguro diante da oportunidade. Não eram muitas cidades, mas a última era a que mais o assustava.
E era onde ele estava agora. Los Angeles.
Benedict tentou fingir que não se importava, ele realmente tentou. Mas quanto mais o destino se aproximava, mais inquieto ele ficava. As possibilidades de que algo inesperado acontecesse eram remotas, e ainda assim assombravam suas noites.
Quando ele enfim chegou na cidade, ele decidiu parar de se importar. Los Angeles era grande, populosa e ele tinha muitas coisas para ver, alguns shows para se preocupar, e outras obrigações para ocupar sua mente. Ele tinha que deixar essa ideia de lado.
E foi o que ele fez.
Se você perguntasse para Benedict, no fim do show naquela noite, como ele se sentia, ele diria que nunca esteve melhor. O show fora maravilhoso, e ele e seus companheiros saíram para comemorar em outro bar ainda naquela noite. Sem muita farra, apenas o bom e velho drink pós-show.
Ele estava rindo de uma história de um show mal sucedido que Malcom contava, certamente exagerando nos detalhes. Foi quando as luzes do local diminuíram. Ele não deu muita atenção ao fato, distraído com a piada e acostumado ao ambiente e suas transformações para qualquer que fosse a performance da noite. Ele sequer aguçou os ouvidos, pois estava realmente exausto de tanta cacofonia. Quando a melodia começou e ele ignorou, apesar do volume.
Mas ele foi incapaz de ignorar a voz.
Aquela voz que ele reconheceria a qualquer distância. O timbre ressoou por todo lugar percorrendo seu corpo, atravessando seu peito, seu ouvido, seu tímpano. Retumbando por seus ossos.
O mundo parou, sua respiração entalou e ali não existia mais ninguém. Porque aquela voz só poderia pertencer a uma pessoa, e ele jamais esperou ouvi-la novamente tão de perto.
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i hear a symphony
FanfictionEm 1924, Benedict é pianista em um conhecido bar de jazz. Sem inspiração e desanimado com o futuro, sua música ganha outro sentido quando Sophie, a namorada de seu patrão, passa a frequentar o local. Juntos, os dois terão que decidir o que é mais im...