—"bom, por onde eu posso começar...é..." hobi estava confuso, ele olhava para o teto e mordia o lábio inferior, parecia estar pensando
—"pode começar me contando desde a sua infância, oque acha?" eu interrompi os pensamentos dele, pedindo para que ele me contasse desde a infância
—"ah, sim, claro, na verdade eu não lembro-me muito da minha infância, vou começar contando oque eu fiquei sabendo quando minha avó me contou" ele respirou fundo, olhou mais uma vez em meus olhos e perguntou
—"posso começar?"
—"quando quiser." respondi com um sorriso fechado no rosto
—"minha avó quando cuidava de mim, ela sempre sentava nessa poltrona e começava a dizer do meu passado, ela dizia que eu sempre fui um menino sorridente, carismático, brincalhão, e muito, mais MUUUITO pestinha, eu adorava correr atrás das galinhas que tinha na fazenda do meu avô, más, quando os papéis invertiam, eu corria para os braços do meu pai com medo da bendita galinha" hobi encava o teto de olhos fechados e sorria enquanto me contava a história, com certeza ele estava imaginando a cena assim como eu
—"aos meus 2 anos de idade, eu disse a minha primeira palavra, e não foi papai, nem mamãe, nem vovó e nem vovô, foi...." ele deu uma pausa na história e me olhou, como se quisesse que eu adivinhasse oque ele havia dito
—"galinha?" palpitei
—"quase isso, eu disse "cocó", eu apontava pra galinha e dizia isso toda vez que eu via alguma. Aos meus 9 anos de idade, meu avô faleceu de câncer, eu lembro que eu havia ficado muito mal, eu chorava todos os dias sem controle algum, foi uma parte de mim que havia partido, e a outra parte estava quebrando aos poucos quando eu via a minha avó todos os dias sentada na beirada da cama encarando o quadro deles que ficava pendurado na parede do quarto, eu entrava no quarto, sentava ao lado dela e abraçava ela, enquanto chorávamos e acariciávamos uns aos outros"
enquanto hoseok me contava aquela parte da história, a vontade de chorar era imensa, más, eu tinha medo de começar a chorar e fazer ele chorar também, então respirei fundo e permiti que ele continuasse a contar
—"eu considerava meus avô e minha avó como meu pai e minha mãe, já que eu era mais próximos deles do que dos meus pais realmente. Depois que meu avô faleceu, não demorou muito para que minha avó entrasse em depressão, e é ai que começa todo a parte digamos que complicado..minha casa ficava perto da casa da minha avó, então, todos os dias quando eu acordava, eu corria tomar um banho, e depois pegava minha bicicleta e ia pedalando até a casa dela, que dava mais ou menos uns 5min de bicicleta. Eu chegava lá e ela sempre estava sentada na ponta da cama olhando o quadro, todos os dias de manhãzinha, eu dizia bom dia a ela e depois sempre dava um beijinho na testa, em seguida eu ia na cozinha preparar o meu café e o dela.."
—"caraca, tudo isso com 9 anos?" perguntei impressionada
—"é pois é, meus pais, avós e amiguinhos diziam que desde pequeno eu sempre fui muito prestativo, eu sempre gostei de ajudar e cuidar do próximo, mesmo sendo tratado do jeito oposto de vez em quando por algumas pessoas"
—"sei como é isso, te entendo perfeitamente, e isso machuca demais.." eu lembrei de todas as vezes em que fui uma ótima garota com muita gente, más, fui tratada igual um lixo pelas mesmas
—"sim, dói sim, más, hoje eu sei que o erro não está em NÓS e sim naqueles que nos tratam com tamanha frieza e ignorância, pois nós estamos ajudando e dando o nosso melhor, estamos fazendo a nossa parte, oque os demais vão fazer ou falar, é um problema deles, o caráter imundo fica com eles e não comigo, entende?" ele me olhava no fundo dos olhos enquanto dizia aquelas palavras lindas pra mim
—"eu queria ter o mesmo pensamento que o seu, na verdade, queria ter a mesma personalidade que a sua, forte, corajoso, batalhador, sabe?" eu desencostei o queixo das costas de minha mão, me ajeitei na poltrona como se eu fosse deitar, e com o braço direito eu dobrei sob o braço esquerdo e deitei a minha cabeça em cima do mesmo
—"eu apanhei muito na vida pra ser da forma que sou hoje larinha, más, mesmo com todo o desgosto que eu já passei, eu nunca deixei de ser quem eu sou, só fui aprimorando alguns jeitinhos meus, e é como meu avô dizia, temos que ser gentis e educados, só não podemos ser TROUXAS, existe uma grande diferença entre ser gentil e ser trouxa, e antigamente eu não sabia distinguir os dois, hoje eu já sei, e entender isso me ajudou demais!"
—"eu espero que eu aprenda a ser dessa forma esse tempo que ficarei aqui, com certeza você precisa me ensinar a ser assim" eu sorri ao ver hobi ficar pouco envergonhado e sorridente
—"claro, eu ensino sim, más, você também irá aprender muitas coisas, não só comigo, más com o resto dos meninos também, principalmente com o namjoon, o cérebro inteligente do nosso grupinho de amigos" hoseok revirou os olhos mais riu logo em seguida, e fez uma cara como se demonstrasse orgulho de seu amigo
—"ele é o mais velho entre vocês sete?" perguntei
—"parece né? más, não, o mais velho é o seokjin, porém, ele só é velho na idade, a mente continua parada no ensino fundamental, más, ele é um dos meus melhores amigos, pra ser sincero, os 6 são meus melhores amigos"
—"más, dentre os 6, qual é oque você mais tem um afeto gigantesco? tipo, sei que você ama todos, más, aquele que você é completamente apaixonado, no sentido de amizade?"
—"yoongi." hoseok respondeu sem pensar duas vezes
—"esse cara é tudo pra mim, depois que minha avó se foi e mesmo quando ela estava aqui, ele foi a segunda pessoa que mais me ajudou e não permitiu que eu desistisse, ele aparenta ser durão, ter um coração de pedra, más, eu como melhor amigo de min yoongi, posso dizer e provar que as aparências realmente enganam"
—"e eu posso afirmar que enganam sim, nunca na vida eu iria pensar que seokjin era o mais velho entre vocês, isso é inacreditável, ele não tem UMA ruga, ou espinha, ele esta literalmente na flor da pele, como pode????" perguntei a hoseok ainda indignada por saber que seokjin era o mais velho entre eles
—"produtos ivone" hoseok segurava a risada enquanto me olhava pra ver se eu havia entendido
—"não..." eu disse meio entusiasmada
—"uhum" ele fazia movimentos de vai e vem com as sombrancelhas
—"não acredito que você assiste todo mundo odeia o chris?????" eu fiquei encarando ele esperando por uma resposta
—"é claro que eu assisto, todos os santos dias, desde uma parte da minha infância" ele sorriu ao me ver ficar super feliz com aquela resposta
—"a gente precisa maratonar isso qualquer dia desses" eu segurei na beirada da poltrona ainda entusiasmada
—"claro, por que não??? eu topo ainda hoje"
—"yessss" fiz um gesto de felicidade ao ouvir ele dizer
—"enfim, me conta o resto da história e vou ver oque tem para fazermos mais tarde."
—"ok madame, como quiser" ele debochou
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Uma Última Vez [Jung Hoseok +18]
FanfictionJung Hoseok, um menino de 26 anos com traumas psicológicos, e uma doença fudida que o acompanha desde os 16 anos, más que nunca foi descoberta ainda. Desde os 16 anos, Hoseok se tornou dependente das pessoas para cuidar do mesmo, já que está impossi...