Capítulo 4

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Miguel chegou ao posto que seu destacamento havia montado em uma das ilha do rio Araguaia, ainda não eram seis horas e o lugar estava apinhado de oficiais, soldados e crianças. Parou observando-os, o projeto social bombeiros mirins Anjinhos do Araguaia é desenvolvido todos os anos durante a alta temporada do Araguaia, em média duzentos e cinquenta crianças participam, o objetivo principal dessa ação é capacitar as crianças como agentes multiplicadores dos princípios adotados pelos bombeiros militares, focando a prevenção de acidentes e promovendo boas práticas ambientais.

Correndo o olho pelo local onde os bombeiros mirins recebiam seus kits e treinamentos, observou-os por algum tempo, tentando encontrar o que precisava. Após refletir um pouco optou por chamar a responsável por eles.

— Tenente Jade! Preciso falar com você. — Miguel chamou-a enquanto se dirigia para sua sala improvisada.

— Em que posso ajuda-lo, capitão? — perguntou.

— Preciso que você escolha dez dos bombeiros Mirins, preciso que sejam os mais velhos e os mais espertos — fitou-a — e que de preferência saibam guardar segredos.

— Capitão, o que está acontecendo, gostaria de saber, pois estes meninos e meninas estão sobre meus cuidados e não permitirei que nada lhes aconteça. — disse de forma séria, fitando-o.

— Acha mesmo tenente que eu seria capaz de colocar qualquer um sob meu comando em risco, lembre-se que eles tão sob seu cuidado, porém, todos aqui estão sob o MEU cuidado. — afirmou de forma séria e ríspida.

— Não duvido nem por um minuto de suas boas intenções senhor, mas gostaria de saber para que precisa desse grupo especifico. — a mulher observou seu capitão soltar o ar lentamente e passar a mão pela cabeça, ela já havia percebido que o gesto significava que ele estava irritado ou preocupado.

— Lembra-se dos garotos que resgatamos do rio no decorrer do mês? — Miguel tirou o óculos de sol e apertou os olhos — pois bem, a maioria deles tiveram causa morte afogamento, porém todos apresentavam um alto indicie de entorpecentes no sangue, ou seja, nenhum estava em seu juízo normal quando entrou no rio.

— Meu Deus!! — Miguel podia ver o ódio nos olhos de sua tenente — então o senhor quer que os meninos fiquem de olho caso vejam algo estranho?

— Exatamente, não podemos deixar que a noticia espalhe, até agora fomos capazes de esconder da população essa parte, mas se as coisas continuarem assim, não sei até quando conseguiremos abafar.

— Se a noticia se espalhar agora, no inicio da alta temporada seria um caos. — concordou.

— Exatamente, por isso preciso que você selecione muito bem quem vai ficar de olho nisso para mim. — parou à porta da tenda e ficou observando o treinamento da garotada — não quero colocar nenhum deles em risco.

— Pode deixar capitão, até o final da tarde passarei a lista com os escolhidos — Jade já estava saindo quando Miguel parou-a, segurando seu braço.

— Gostaria que essa conversa ficasse somente entre nós, como disse, não quero que ninguém corra perigo.

— Pode contar comigo, capitão. — afastou-se e saiu.

Miguel voltou a observar o treinamento, mas foi interrompido pelo toque do celular. Olhando viu ser o prefeito.

— Alô!

— Miguel, acabamos de montar o stand com a exposição educativa, precisamos saber se você conseguiu alguém para fazer as palestras? — questionou-o — precisamos montar um cronograma, pois além das palestras quero incluir um passeio ao museu de taxidermia.

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