Capitulo 02

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Gabriel narrando

Quando eu tinha 14 anos o meu pai quebrou uma garrafa de cerveja na minha cabeça, eu lembro nitidamente a dor que eu senti, é uma dor insuportável, eu preferia ter morrido em vez de ter sentido aquela dor, eu só sei que a dor foi tão forte que eu desmaiei, e quando eu acordei, eu estava no chão, e envolta de mim tinha muito sangue, eu entrei em desespero ao perceber que aquele sangue era meu.

Eu liguei para a minha tia que trabalhava como enfermeira, ela era uma ótima tia, desde que a minha mãe morreu ela vem tentando me tirar do meu pai, e eu sempre serei grato por ela tentar, mas eu sei que ela não irá conseguir, mesmo assim, eu sei que ela tentou, mas desde aquele dia eu ando com um pé atrás com o meu pai, não que antes eu já não estivesse, só que agora é mais sério, agora ele anda mais agressivo que o normal.

Desde o acontecido eu venho fazendo o plano de fugir, mas sempre que eu tento ele chega em casa, mas eu já sei o que fazer, eu vou colocar um sonífero na bebida dele, e vou fugir quando ele estiver dormindo, como era eu que pegava as bebidas para ele seria fácil, ele nem iria perceber, eu só tinha que ser cauteloso, e no dia 18 de novembro de 2015 eu botei o meu plano em prática e consegui fugir de casa, só que para onde eu iria agora? Eu não poderia ir para a casa da minha tia, lá seria o primeiro local que ele procuraria, e também não poderia ir para a casa dos meus amigos por que lá seria o segundo lugar que ele procuraria.

A sorte é que eu já tinha pensado nisso antes de fugir, por isso que eu peguei o dinheiro dele. Quero só ver ele me achar agora, eu vou pra outra cidade, eu sei que sou novo, mas vou ter que achar um emprego, a sorte é que eu tinha um celular escondido, e tinha como me comunicar com a minha tia, e também poderia procurar um emprego pelo celular, assim seriam mais fácil, só que não foi.

Eu acabei ficando na rua a primeira noite, e a segunda, e a terceira, e acabou que eu fiquei uma semana na rua, só que uma menina muito simpatica me ajudou, ela me chamou pra morar com ela, só que tinha um porém, eu teria que trabalhar para ajudar ela a pagar as contas, e é claro que fiz o que ela pediu, claro né, eu não queria voltar a dormir na rua.

Ela foi um amor de pessoa, comprou uma cama pra mim me alimentou  e cuidou de mim quando eu estava precisando, eu lembro que nas primeiras 2 semanas que a gente estava morando junto eu tive vários pesadelos com o meu pai, e quando eu acordava ela estava lá, dizendo que estava tudo bem, me acalmando, me abraçando, me dando o conforto que eu sempre quiz, só que no dia seguinte eu nunca me lembrava de nada, mais depois de umas 4 semanas morando juntos ela me contou a história dela, eu ainda não estava a vontade para contar a minha, só que naquele mesmo dia eu contei para ela a minha história, eu lembro que ela me abraçou tão forte que eu quase fiquei sem ar. Como sempre ela me confortando, me fazendo sentir como se eu estivesse em casa pela primeira vez. Logo quando ela me abordou na rua perguntando se eu queria morar com ela eu me apaixonei, ela era tão fofa, tão simpática, tão tudo que não tinha como eu não me apaixonar por ela, só que ainda não estava no momento de contar isso a ela.

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