Capítulo 61 - Nossos filhos

1.6K 140 17
                                    

️▫️BRUNNA▫️❤️

- Trabalhando? com o que?

- Trabalhando vendendo balas, e essas são de graça.

- Ludmilla, não me diga que você está trabalhando vendendo balas!

- Mas foi o que eu acabei de dizer...

- Ludmilla, você não pode.

- Brunna, o sinal abriu, os carros aí atrás estão buzinando muito. Tenho que voltar a trabalhar vem cá - me deu um selinho demorado e depois voltou a correr. Eu não acredito que ela está trabalhando com isso.

Levei meus filhos pro clube e conversei com a Ludmilla pelo telefone, eu precisei esperar o sinal abrir pra ela poder me responder, até brigamos porque eu não quero que ela trabalhe assim, eu posso muito bem sustentar ela, ela não precisa disso. Assim que cheguei em casa liguei pro meu pai.

Jorge: Oi Filha, tudo bem? como estão meus netos?

Brunna: Não está nada bem.

Jorge: O que aconteceu? algo com as crianças? algo contigo? estou ficando preocupado.

Brunna: Eu tô bem, as crianças também, meu problema é a Ludmilla! - tentei me controlar pra não acabar saindo do sério mas não aguentei, o jeito que vi Ludmilla hoje me deixou transtornada.

Jorge: Ludmilla? o que houve com ela? a última vez que nos vimos ela estava bem, estava correndo pelo bairro. Alguma complicação depois da cirurgia?

Brunna: problema algum, ela está ótima de saúde, melhor até do que você imagina, ela está trabalhando.

Jorge: E qual é o problema nisso? você deveria estar feliz com isso e não tão nervosa como está agora.

Brunna: Papai, você não tem a menor ideia do tipo de trabalho que ela arrumou.

Jorge: Não diga... não me diga que a Ludmilla virou mulher da vida.

Brunna: O que? claro que não papai, da onde tirou isso? é claro que em hipótese alguma seria isso.

Jorge: Então vende drogas?

Brunna: Também não.

Jorge: Então qualquer outro tipo de trabalho é digno?

Brunna: Não estou dizendo que não é digno, ela não vende drogas e nem vende o corpo, ela ganhando por esforço e mérito, mas vender balas na rua? isso eu não admito.

Jorge: Ludmilla está vendendo balas nas ruas? - falou indignado e com um tom elevado, ele não gostou nada de saber disso.

Brunna: Sim, hoje eu própria vi, ela me vendeu balas, a minha esposa me vendeu balas, nem em mil anos eu imaginária algo desse tipo.

Jorge: Você é ruim a esse ponto de não sustenta-la?

Brunna: Pai, eu ofereci um salário igual ao que ela ganhava pra ela ficar em casa, apenas cuidando das crianças ela não quis, disse que isso não era justo e que ela iria correr atrás, pensei que ela iria voltar a trabalhar na empresa por isso deixei quieto, não me passou pela cabeça que ela iria correr atrás de carros vendendo balas - meu pai riu - papai! eu não estou vendo a menor graça!

Jorge: Ok Filha, isso não tem a menor graça, me desculpe, mas pra você não se preocupar tanto eu prometo conversar com ela.

Brunna: Faça isso papai, porque parece que ela não me escuta. Papa, ela acabou de chegar depois a gente se fala - Desliguei a ligação, a campainha estava tocando, pensei que seria Ludmilla então fui correndo atender.

False (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora