Você quer brincar comigo?

Eu quero brincar com você

— O que fizeste, sua maga das trevas? Encheu meu chapéu com sua magia de novo? — Harley questiona totalmente irritado, mas então percebeu algo muito mais poderoso.

Lylia havia alterado a mágica de seu chapéu enquanto estava desatento, não apenas os teleportando para outro lugar, mas também para outro tempo.

O prédio outrora vazio e abandonado, estava repleto de poderosos magos.
Os dois jovens recuaram temerosos, mas Gloom se multiplicou os defendendo de ataques poderosos.

O pequeno monstro sem rosto consumia toda a magia que via. Mas obedientemente, ele parou ao receber uma ordem de Lylia.

Um casal curioso se aproximou dos adolescentes. A maga tinha cabelo roxo, o mago era negro, ambos se mostraram totalmente contentes, pois vislumbraram o potencial mágico de sua filha adolescente.

Mas não podiam lhes contar a verdade, ainda não era hora. Então a maga com tristeza, os mandou ir embora.

Sem saber como voltar, pois aquele feitiço havia sido algo totalmente inédito, Lylia se descontrolou na magia e explodiu todo o prédio.

Acordaram com barulhos explosivos e brilhantes raios. Era Eudora usando sua eletricidade para eliminar os Glooms que estavam por todo lado.

— Pare! Não machuque meu amigo!

— Ele é um monstro das trevas que se alimenta de magia. — Eudora gritou.

— Ele é o único que quis brincar comigo.

Lylia chorou.

Apesar de furioso por ela ter alterado seu chapéu mágico, Harley a abraçou para a acalmar. Um gancho o acertou lhe prendendo, ambos foram puxados.

Gord os olhava furioso e Franco era indecifrável em sua roupa de espantalho. Eles sabiam que estavam encrencados, pelo menos ao seu tempo, haviam retornado.

O Gloom original estava escondido na saia de Lylia. A jovem que antes tinha sempre uma expressão neutra, estranhamente sorria.

— Eu sei que é noite de Halloween, mas não seja tão sombria. — Comentou Franco.

— Talvez não tenha sido boa ideia unir os dois magos mais desastrados para promover uma festa de travessuras. — Gord comentou.

— Não posso negar que em todos os anos nessa academia, nunca houve um Halloween tão cheio de aventuras. — Eudora sorriu.

— Podemos terminar de aproveitar a festa, amanhã lhes daremos seu castigo, não precisamos ter pressa.

Gord saiu em sua prancha prateada, Franco mancando lhe seguiu.
Eudora puxou os dois peraltas por suas fantasias queimadas.

— Prestem atenção seus magos desastrados, vocês estão fazendo tudo do jeito errado. Deem vida à magia, e não magia a vida. Quanto mais seu medo cresce, menor você se torna. Agora podem ir a festa de volta.

Lylia andava o caminho pensando no que havia acontecido. Ela não tinha certeza se tinha encontrado seus pais, mas agora tinha plena confiança no que poderia fazer, não temeria a ninguém e não se controlaria mais.

— Sabe Harley, ninguém quis brincar comigo. Todos temem minha magia e acham que eu faço muitas travessuras.

— Acho que podemos ser amigos. Depois do que você fez hoje, sei que ninguém está a sua altura.

— Estou pensando em assumir o que dizem de mim.

— Dizem que você é uma maga das trevas.

— E vou fazer exatamente assim. Dar ao mundo o que de mim ele espera.

— Sem dúvidas será a maga mais poderosa da terra do amanhecer e das terras inexploradas.

— Minha magia permite que eu viaje no tempo, agora finalmente poderei saber o motivo de ter sido abandonada.

— Está pensando em procurar por seus pais? Você não acha que viajar no tempo pode ser uma enrascada?

— Não com você ao meu lado. A sua magia explosiva e seus truques nos deixarão protegidos.

— Você não tem medo de eu fazer tudo errado?

— Como eu poderia ter medo de um amigo?

Os dois sorriram formando um poderoso laço. Eudora assistiu o começo da empreitada dos dois mais poderoso magos.

Mas agora era noite de diversão, com dois jovens travessos que encontraram apoio um no outro e agora não temiam a rejeição.

Lylia pegou sua varinha e ditou ordens a Gloom, Harley pegou suas cartas e as encantou. Essa noite de Halloween, se tornaria uma verdadeira noite de terror.

Lylia e Harley surgiam do nada, Gloom consumia a magia dos alvos e as cartas queimavam os atingidos. Quando percebiam o ataque, nem sequer tinham como revidar, de qualquer modo, os dois já haveriam desaparecido.

No dia seguinte todos os alunos estavam revoltados, mas ninguém conseguia acertar os dois amigos.

Sem dúvidas aquele Halloween, jamais seria esquecido.

Fim

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