Carry On Wayward Son•ᶠᵉᵃʳ ˢᵗʳᵉᵉᵗ

Barracuda

                                   Lisa

    -Ele se ramifica aqui de novo.- orientei as duas garotas que andavam atrás de mim. - Fiquem a esquerda.- eu me sentia realizada com a minha descoberta. Tinha esperança que nós conseguíamos sair dali e ajudar Ziggy e os outros campistas.
   -Não acredito que isso está funcionando.- Alice falou.
    -Está demorando muito.- Cindy estava  desesperada- Ele já deve ter chegado no acampamento.- Alice parou e eu encarei as duas.
    -Se você tiver que matá-lo- Cindy enrijeceu com a fala da loira- você consegue?
     -Hoje, quando Mary o atacou...- ela suspirou pesado- eu fiquei paralisada, não fiz nada. Não, eu não conseguiria matar ninguém, muito menos o Tommy.
     Coloquei as mãos sobre o ombro da garota 
     -Mas você, Lisa- ela se virou para mim- Se alguém tiver que matar Tommy, esse alguém é você.
     Senti um gosto metálico na boca, como se alguém tivesse me acertado um soco no estômago. Só de pensar em machucar Tommy, eu... eu simplesmente não conseguia. Mas tive que me manter confiante.
    -Se ele for machucar vocês ou a Ziggy, eu consigo.- abaixei a cabeça e limpei algumas lágrimas que se formaram em meus olhos.- Continuem me seguindo.- falei rápido e continuei o caminho.
     As garotas discutiam algo atrás de mim, mas eu não prestei atenção, já que eu estava muito focada nos meus próprios pensamentos.
    Entrei em um túnel, que era mais escuro que os outros. Senti um cheiro podre e quando levantei a lanterna pude ver as paredes cobertas por uma gosma preta. Vários mosquitos voavam pelo local.
    Meu estômago revirou e eu me virei, vomitando.
    -Você tá bem?- escutei Cindy perguntar, enquanto segurava meus cabelos. Limpei a boca e me virei para as duas, que me encaravam preocupadas.
    -Sim. Vamos continuar.- segui o caminho e cada vez mais o cheiro pútrido piorava. Tampei o nariz com as mãos, mas parecia que nada adiantava.
   Chegamos ao final do túnel e nos deparamos com mais gosma e mais moscas. O local era escuro e eu não via quase nada.
   -Que droga!-exclamei.
   -Moscas.- Cindy falou- Estão por toda a parte.
   -Gente?-Alice chamou, com a voz trêmula- O que é aquilo?
    Me virei e apontei a lanterna para onde Alice olhava.
    Uma espécie de coração podre saia do chão. Ele batia, como se bombeasse sangue para algo. Minhas pernas bambearam e eu senti que vomitaria de novo, foi a coisa mais grotesca que eu já havia visto. Era dali que vinha o cheiro pútrido.
    -Vamos sair daqui.- Cindy gaguejou, assustada e enojada assim como eu.
   Andamos um pouco, mas Alice ficou para trás. Me virei para ver o motivo e vi que a menina estava pegando naquela coisa.
   -Alice, não!- gritei. Ela tirou a mão, assustada. Ela olhou para mim e depois para Cindy e começou a gritar e correr.
   -Alice?- Cindy chamou e nós corremos atrás da loira, que se enfiava pelos túneis de gritava.
   Escutamos um grito de dor e eu encarei Cindy, com medo do que havia acontecido.