Capítulo 2

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Quando desci de novo encontrei Susana em frente à janela, observando a chuva forte que parecia não dar trégua.

— As roupas ficaram boas. — eu disse quando me aproximei, fazendo-a se virar.

Susana me observou dos pés à cabeça rapidamente.

— Ficaram mesmo. Você é fisicamente muito mais parecido com Roberto do que Luiz. — ela sorriu — Estava te esperando para tentar entrar em contato com eles. Acho que vou precisar ligar para o Roberto.

Ela já devia ter tentado ligar para o filho e ficou sem resposta como eu. Se o idiota tivesse tido o bom senso de ficar com o celular ou simplesmente avisar que não estaria em casa, eu não estaria passando por essa situação complicada.

Susana se aproximou e fez exatamente o que me desarmava, apoiou a mão em meu braço e sorriu.

— Venha, tem bolo de cenoura com cobertura de chocolate.

A pele morena, os olhos castanhos, o vestido suave que balançava ao redor de suas pernas me deixou aéreo por alguns instantes e quando menos imaginei já a estava seguindo.

Chegamos à cozinha, que era tão grande e espaçosa quanto o resto da casa.

Luiz havia me dito que ela que fez o planejamento da casa, então tudo ali era de acordo com o gosto dela. Sendo designer de interiores, fez tudo exatamente como queria.

— Eu fiz o bolo para o ingrato do Luiz, mas ele nem me deu tempo de tirar do forno, já estava correndo para a casa do pai. Um filho péssimo. — sorriu abertamente ao dizer aquilo. Um sorriso lindo, por sinal. Estava claro que ela não estava chateada.

— Ele decidiu de última hora?

— Sim. — ela pegou os talheres e duas taças. Parou um rapidamente e me olhou por cima do ombro — Você já tem dezoito?

Engoli em seco mentalmente.

— Fiz no meio do ano.

Ela continuou parada, me olhando com os olhos cerrados.

— Acho que vinho não é uma boa ideia, melhor suco. Pode ser?

Eu a dizer que vinho não tinha problema nenhum, que eu e o filho dela já enchemos a cara com bebidas mais fortes, mas apenas assenti.

Pegando o que precisava, ela apoiou tudo em cima do balcão e me chamou com um gesto.

— Pontinho, pode ficar à vontade. Vou ver se consigo falar com o Luiz ou o Roberto.

— Eu não quero incomodar, Susana. Já vou indo.

— Não é incomodo não. Já volto.

Observei ela me dar as costas ao sair. O vestido flutuava ao seu redor, destacando as pernas grossas, o quadril largo...

Balancei a cabeça e parti um pedaço do bolo, enchendo a taça com o suco de laranja.

Eu não deveria ter saído de casa. Deveria ter aguentado aquelas seis matracas falando de k-pop. Podia não entender nada do que eles cantavam, mas pelo menos os caras dançavam bem.

Não podia fazer mais nada, então voltei a comer. O bolo estava gostoso pra cacete, mas não fiquei surpreso. Tudo que ela fazia era perfeito. Tudo nela era perfeito. Eu não tinha vergonha nenhuma em admitir que tinha uma queda do caralho por ela. E não se tratava apenas da mãe gostosa do melhor amigo. Era mais, muito mais.

Ela era gentil, atenciosa e demonstrava verdadeiro interesse no que falávamos. Sempre conversava sobre a importância dos estudos e nos influenciava a buscar o melhor, fosse numa faculdade, em um trabalho... era gente boa de verdade. O peso na consciência aumentava sempre que pensava nisso.

A mãe do meu amigo - Conto erótico (amostra)Onde histórias criam vida. Descubra agora