O Desconhecido

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O som estridente do alarme ressoava por todos os enormes corredores do Centro Nacional de Pesquisas de Seul. As luzes vermelhas piscam incessantemente, deixando todo o ambiente tomado pelo tom rubro e o ensurdecedor barulho das sirenes. Os sons dos passos pesados dos coturnos inundavam os corredores enquanto os atiradores de elite corriam com suas armas empunhadas, à procura do alvo em questão. Cerca de 14 homens haviam sido convocados com extrema urgência até o local com uma única informação em mente: seu alvo era extremamente perigoso e estava à solta.

Os homens fortemente armados caminhavam com cautela pelos enormes corredores e se depararam com um rastro de destruição sem igual. Inúmeros corpos, que eles imaginavam ser dos cientistas que trabalhavam ali, estavam estirados ao chão, alguns em um estado tão horrendo que pareciam ter sido atacados por algum tipo de animal raivoso. O sangue manchava as paredes antes de cor branca como o gelo. Os corpos faziam uma trilha onde o suposto alvo dos atiradores podia estar, então os homens seguiram em frente com suas armas apontadas para qualquer mínimo movimento que seus olhos pudessem perceber. Os primeiros tiros foram ouvidos, assim como o som da carne sendo rasgada e os gritos de desespero. A primeira leva de atiradores havia sido toda exterminada, deixando a segunda equipe ainda mais em alerta para o que quer que fosse.

Ao longe uma silhueta foi vista em meio a pilha de corpos deixadas para trás.

Quando a segunda equipe passou a atirar em direção ao indivíduo, o mesmo pôs-se a correr, embrenhando-se pelos corredores em uma tentativa de fuga, mas antes que conseguisse sumir de vista, o estalo estridente de um tiro certeiro foi ouvido e junto dele um grito alto de dor, denunciando que o alvo havia sido atingido.

Os atiradores restantes correram em direção ao homem, que devido ao machucado não poderia ir muito longe. Ao menos era isso o que eles pensavam.

Sunshine Flower Shop - 23:30 PM

— Oh, Lord! Estou tão cansado! Acho que nunca em toda minha vida eu fiz tantos buquês de flores em um único dia. — Kevin disse enquanto se acomodava em uma das cadeiras disponíveis próximo ao balcão do caixa, o cansaço era visível em seu rosto.

— Realmente, hoje tivemos um ótimo movimento. Eu sempre fico animado quando a loja fica cheia. — Jacob diz enquanto termina de ajeitar o último vaso de tulipa sobre o expositor. Ele ama tanto tulipas que poderia ficar o dia todo as admirando, ou montando mais e mais vasos ornamentais.

— Eric, ainda falta muito? — Kevin se inclinou sobre o balcão enquanto encarava um concentrado Sohn Eric contando as notas de Won.

— Um pouco, mas vocês podem ir, eu ainda preciso acertar algumas coisas na loja. — Após se certificar que a quantia no caixa batia com o valor indicado pelo sistema, fechou a caixa registradora aliviado. Era ele quem sempre ficava responsável pelo caixa, e por isso acabava se sentindo muito tenso pela pressão de tudo estar certo.

— Tem certeza? Nós podemos te esperar. — Jacob também se aproximou do mais novo e mesmo com o sorriso doce em seus lábios, ele também aparentava estar bem cansado.

— Não precisa, vocês dois estão só o pó, podem ir para casa. Logo eu termino aqui e fecho a loja. — Sorriu para os dois companheiros de trabalho. Ele também estava exausto, mas hoje era seu dia de tirar o lixo, além de que também teria de se certificar de guardar o dinheiro do dia no cofre dos fundos. — Vão descansar, vejo vocês amanhã. Os amigos, vencidos pelo cansaço, decidiram não mais insistir. Eric era muito teimoso e não os deixaria o esperar.

Após se despedirem, Jacob e Kevin saíram do local, se certificando de fechar a porta para que nenhum cliente desavisado entrasse fora do horário de funcionamento. Eric, por sua vez, permaneceu para terminar seus afazeres do dia. Guardou o dinheiro dentro da maleta própria para isso e a colocou sobre a mesa de seu chefe junto de um pequeno relatório que ele mesmo havia escrito à mão, especificando quanto de valor existia em cada nota.

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