quarenta e seis

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Xamã
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Oito meses depois...

Padre: eu vos declaro marido e mulher, senhor Guilherme, pode beijar a noiva

Gui e a Gaby estavam casando hoje, foi um cerimônia bem simples, já que foi só pra oficializar a união

Muitas coisas mudaram nesses meses, agora nosso bonde não é só de mais 9 pessoas, agora somos 10 com a Lara

Lara é a namorada do Orochi, virou uma de nós rápido, mina é firmeza demais

Gabi está grávida de 3 meses, meu relacionamento com a Jade continua maravilhoso, claro que tem as brigas, mas a gente se resolve sempre

O ex dela foi apagado da mídia, até o insta dele foi desativado, nunca mais ouvi falar nesse louco e espero nunca mais ouvir falar

Mas hoje estávamos mesmo curtindo o casamento do Gui e da Gaby, nesse momento eu estou com os meninos na mesa, eles bebendo e eu decidi beber uma hoje e estava bebendo ali com eles

As mulheres estavam dançando e conversando entre elas, eu estava bem demais, mas agora tô mal, com uma agonia do cara

Uma vontade de sair batendo em todo mundo, de me esmurrar, sei lá... sabe quando você não está cabendo no seu próprio corpo?

Eu sei muito bem o nome disso, abstinência... abstinência da droga. A falta dela, a falta dessa desgraçada

Dei uma desculpa pros meninos e vi que a Jade estava entretida com as mulheres e saí do salão de festas, onde estava acontecendo o casamento

Tirei o terno, ficando só de blusa social e arregacei as mangas, atravessei a rua e me sentei no batente pra respirar e tirar essa vontade de mim

Xamã: senhor, me ajuda, tira essa vontade de mim, eu preciso pai

Falei baixinho com a cabeça baixa e fiquei ali um tempo quando alguém me cutuca, eu levanto a cabeça e vejo um morador de rua na minha frente

X: vi tu sentado aí sozinho, tu tá bem mano?

Xamã: tô bem pô, tô bem, valeu

Ele ia sair, mas eu o chamei contra minha vontade

Xamã: aí, chega ai

X: fala ai mano

Xamã: tá com droga aí?

X: não senhor, sou trabalhador, pelo amor de Deus

Xamã: sou cana não cara, tô atrás de um pino, tem aí?

X: tenho só três aqui cara

Xamã: tu sabe onde vende por aqui meu parceiro?

X: ali na esquina de cima vende pô

Xamã: então me dá esses três e compra lá pra ti -entreguei 100 reais a ele- pode ficar com a grana toda, só me dá esses três aí

X: valeu oh cara -me entregou três pino, fez um toque comigo e saiu-

Saí dali e fui até meu carro, entrei, peguei uma cédula qualquer, enrolei certinho, espalhei a cocaína no painel do carro, fiz cinco carreirinha e passei pra dentro

Guardei os outros dois no meu bolso, tirei os flagrantes lá do carro, certifiquei se meu nariz não estava branco no espelho e sai do carro

Tranquei o mesmo e percebi que tinha aliviado demais, entrei de novo no salão e fui falar com os meninos

Fiquei trocando ideia com eles e olhei pra Jade que estava dançando toda feliz, namoral, L7 que me perdoe mas a Jade é a verdadeira perdição

Queria até ficar com ela um pouquinho, mas a brisa da coca já tá batendo e quando bate eu fico só na minha sem querer papo

Xamã: aí Ret, tô indo no banheiro rápidão, se a Jade perceber e perguntar avisa que eu fui lá rápidão

Ret: vai lá mano

Fui no banheiro, cheirei outro pino e a porra do vício não deixou eu cheirar só um, como minha mente sabia que tinha outro pino eu não sosseguei até cheirar o outro

Agora sim a porra da minha mente estava satisfeita, limpei meu nariz e saí do banheiro indo até o salão

Nem quis trocar muito papo com os cara, pois sabia que meu olhar já estava baixo e eu já estava começando a fungar fui logo na pista de dança falar com a Jade

Xamã: vambora?

Jade: agora?

Xamã: hurrum

Jade: aconteceu alguma coisa?

Xamã: nada, só tô afim de tomar um banho e ficar na minha amor

Jade: tá, vou me despedir das meninas

Xamã: beleza, te espero no carro

Ela me deu um celinho, me despedi dos meninos, falei com a Gaby e com o Gui e logo fui pro carro

Sem muita demora a Jade chegou e eu dei partida

Jade: tava querendo vim não amor

Xamã: foi mal gatinha, tô morrendo de dor de cabeça e também ja é mais de meia noite vida

Jade: é, eu sei, quer remédio? -neguei com a cabeça e ficamos em um silêncio confortável até chegar na minha casa-

MALVADÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora