"Todo o sangue que se espalhou por aquele chão era dela"

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adm sumiu por saúde mental, só q voltou porque ela ama vcs




Pov Narradora:

Natasha estava sentada numa poltrona próxima a janela do quarto, folheava um jornal aleatório enquanto observava s/n, Wanda havia saido pra comer, a ruiva já estava por horas com o estômago vazio, então aproveitou a insistência de Natasha e foi em um restaurante próximo para se alimentar. s/n não havia dado nem um sinal de que poderia acordar, até esse exato momento...

Natasha: s/n? - Ela deixa o jornal de lado em qualquer canto e se levanta o mais rápido que pode. 

A garota na maca movimentava as mãos lentamente, tentando fechar e abrir o punho que ficou horas sem se mexer, os olhos foram se abrindo devagar, a claridade no quarto não estava muito agradável para s/n. A primeira coisa que ela viu ao acordar, que na verdade foi uma pessoa, foi uma loira de cabelos curtos, não parecia assustada ou algo do tipo, ela quase ria da situação, a mulher usava um traje escuro e um colete cheio de bolsos. 

Natasha: Olha só quem voltou do mundo dos mortos. - Diz com um sorriso no rosto. - Você nos deixou preocupadas.

s/n: Por... - A voz da garota falhava. - Por quanto tempo fiquei inconciente?

Natasha: 3 anos. - A loira fecha a cara e diz seriamente.

s/n: O que? - A Stark questiona com um espanto fora do normal, um sorriso se inicia no rosto de Natasha que deixa escapar uma risada, s/n suspira aliviada e ri juntamente com a loira. - Sua idiota!

Natasha: Obrigada, Bela adormecida! - s/n se perde por alguns segundos em seus próprios pensamentos. - Olha, ela já tá chegando, então vou deixar vocês duas conversarem. - Nat olha para a rua através da janela. - Vê se tenta não morrer dessa vez, docinho. - Beija a testa da amiga.

s/n: Pode deixar, Romanoff. - Observa a russa caminhar a saída até que a mulher esteja totalmente fora de vista. Passos apressados ecoavam pelo corredor, s/n olha pra porta na intenção de ver qual ser estava tão furioso ou apressado e claro que era ela.

Wanda: Meu Deus, nunca mais faça isso. - Diz em um tom de brava misturado com alívio. - Que bom que acordou. - Abraça fortemente, mas ainda assim com cuidado, a namorada.

s/n: Quem é você? - Wanda se afasta da garota imediatamente.

Wanda: O que? - Ela sentia as lágrimas vindo, um olhar profundamente triste foi lançado a s/n.

s/n: Amor, eu tô brincando. - Se senta com pressa e tenta se levantar, mas ainda não é possível. - Amorzinho, é brincadeira, não chora.

Wanda: Você acabou de sofrer um acidente e já tá fazendo piada. - s/n estava tentando achar uma forma de evitar o assunto que a trouxe a este hospital, ela escondia seus medos através das suas brincadeiras.

Acidente, para alguns só uma palavra sempre ouvida nos jornais de notícias, para outros é um evento inesperado e indesejável que causa danos físicos, materiais, danos financeiros e que ocorre de modo não intencional. O que para uns era uma coisa natural, que acontecia todos os dias, para s/n, a partir do dia anterior, seria um trauma, essa simples palavra de oito letras a ocasionaria a viver a experiência de ataques de pânico, a ansiedade a perseguiria até os últimos dias de sua vida.

s/n: Você pode por favor não falar essa palavra? - Abaixa a cabeça olhando para um ponto aleatório no chão.

Wanda: Qual? Aci...

s/n: É, essa palavra, meu amor.

Wanda: Ah sim, desculpa, meu anjo. - Ambas se calam, nenhuma palavra é dirigida uma a outra, o silêncio permanece e o único som que se ouvia era o "bip" do aparelho que marcava a frequência cardíaca da Stark. - Eu sei que é difícil pra você, mas tem que me contar o que aconteceu.

s/n: Ele... - Enxuga a lágrima que desceu por seu rosto. - Ele não sobreviveu, não é?

Wanda: Era ela, amor. - Os olhos da Maximoff também lacrimejavam.

s/n: Era? Significa que não é mais. - As bochechas foram inundadas pelas lágrimas. - Você perguntou o que aconteceu, vou te contar como foi, com certeza não é uma história que eu esperava um dia ter que dizer, bom eu estava dirigindo e senti um chute na minha barriga, mas como poderia ser? Como que tinha uma vida dentro de mim e eu ao menos sabia? Achei que não fosse real, tirei o olhar da estrada por um segundo e olhei pra minha barriga, estava enorme, havia sim de fato uma vida dentro de mim, não deu tempo de ter reação, só senti o impacto do outro carro contra o meu. - A sokoviana chorava com cada palavra que soava da boca da namorada. - E depois escutei as sirenes, as vozes das pessoas ao redor e pela primeira vez eu senti uma dor que não era de alguém que estava próximo de mim, mas que estava dentro de mim e toda a dor que eu sinto agora com certeza não é nada comparada a dor que ela vivenciou naquele momento. - As memórias traumatizantes afetava muito s/n, ter que contar tudo aquilo era doloroso, porém ela sabia que Wanda merecia a verdade. - Estava de cabeça pra baixo com a vista meio embaçada, mas ainda assim era possível ver a quantidade de sangue, na hora achei que era meu, porém agora tenho certeza que todo o sangue que se espalhou por aquele chão era dela.

Wanda: Meu amor... - Se aproxima da mulher e se senta na cama abraçando s/n. - Você não tem idéia do quanto eu queria ela aqui, mas tenho certeza que ela está num lugar melhor, talvez o mundo não a merecesse. - Passa a mão nos cabelos escuros da Stark, enquanto a mesma chorava soluçando no ombro da Maximoff. Wanda se esforçava o máximo que podia pra não chorar mais que a namorada, não queria a deixar mais triste do que ela já estava, a skoviana já tinha perdido as pessoas que ela amava, mas s/n nunca tinha vivenciado uma perda que fosse dela. 

s/n: Eu tive uma filha... - Esconde o rosto vermelho entre o pescoço da feiticeira. - E eu a perdi no mesmo dia que a ganhei.

Wanda: Como acha que isso aconteceu?

s/n: Eu com certeza não dormi com um homem, só tenho olhos pra você, então eu não sei como isso foi acontecer.

Wanda: Minha cabeça está tão confusa. - Respira fundo.

s/n: A não ser que... - Afasta do abraço, seca as lágrimas e olha pra Maximoff.

Wanda: A não ser que, o que?

s/n: Você. É isso, você me engravidou.

Wanda: Eu tenho certeza que não tenho o orgão necessário pra engravidar uma mulher.

s/n: Mas tem poderes e você os usou dentro de mim quando estávamos no avião. - Wanda não achou essa teoria muito convincente. - Amor, você fez isso inconcientemente, você queria ter filhos, não queria?

Wanda: Sim, só que não agora, ainda é cedo.

s/n: Tá, só que lá no fundo você não via a hora de ter um pimpolho, então você criou uma vida.

Wanda: Uau, isso é incrível. - As duas sorriem, o momento teria sido maravilhoso se a menina ainda estivesse ali. - Eu queria pelo menos ter visto ela. - A Maximoff cai na real, a criança não existe mais e ela sequer pode ver como a filha dela era. 

s/n: Eu também, meu amor. - A Stark passa a mão pela cicatriz um pouco abaixo de seu umbigo, que antes havia uma bela menina, a que provavelmente seria a menina mais linda que a s/n já viu, porém que agora só restava o vazio em sua barriga e em seu coração.





a s/n tem o poder (considero mais uma maldição) de sentir os sentimentos e a dor fisica das pessoas em volta dela, na maioria das vezes ele tem controle sobre isso, mas em casos extremos ela perde esse controle, no caso do acidente ela sentiu toda a dor que o neném sofreu. Bem triste, né?

(Wanda Maximoff e S/N Stark) No Controle do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora