Doces mentiras e verdades absolutas, talvez seja disso qua se trata a vida de Marjorie, brilhando de manhã e morrendo ao anoitecer. Marjorie é Estrelato e glamour, mas também tempestade e caos, porém eu não era melhor que ela.
Estava ali por um...
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𝐌𝐚𝐫𝐣𝐨𝐫𝐢𝐞 𝐌𝐚𝐜𝐤𝐞𝐧𝐳𝐢𝐞 𝐋𝐨𝐬 𝐀𝐧𝐠𝐞𝐥𝐞𝐬 𝐂𝐚𝐥𝐢𝐟𝐨𝐫𝐧𝐢𝐚
O vapor do café quente bate em meu rosto de forma leve, como uma carícia, a delegacia pouco movimentada tem apenas eu e a secretária na recepção, volta e meia sinto seus olhos sobre mim e em todas elas eu a encaro e a faço recuar.
E essa delegacia que deve estar agitada, pois aqui é Los Angeles a cidade mais agitada que conheço, esta calma, tudo tão parado e quieto, tudo, exceto eu.
Estou cansada, e aterrorizada mas de alguma forma tudo em que consigo pensar é no que a imprensa irá dizer sobre isso se descobrissem, o escândalo que irá se tornar e de como minha querida mãe vai reagir a isso.
Ah, Merda! Será que essa noite não vai ter fim.
Mesmo com uma jaqueta de couro por cima do vestido curto, meu corpo todo treme sem parar, parece que acabei de sair de um rio no inverno, minha mente gritava por respostas, e a ansiedade me sufocava.
Mas meu rosto continua impassível, como se fosse apenas mais uma noite comum, sem qualquer novidade. Mostrar algo diferente de como me sinto é praticamente uma rotina para mim, afinal eu sou uma Mackenzie, e Mackenzie's não demonstram fraquezas.
Me retorci nas desconfortáveis cadeiras de plástico da delegacia, o olhar de pena da secretaria sobre mim me fazia querer vomitar. Odiava que as pessoas tivessem dó de mim, prefiro olhares de ódio do que de pena, pois já estou acostumada a eles mais do que gostaria de admitir.
Dou um suspiro longo e cansado, só queria que essa noite terminasse logo. Estou tão cansada de tudo e de todos. Dormir pode ser uma alternativa, mas depois dessa noite de merda dormir seria como um delírio impossível.
Estou tão perdida em pensamentos que dei um pulo quando a porta do delegado, bem no fim do corredor enorme e opaco, se abriu, o café caiu sobre meu vestido colado dando uma mancha marrom sobre o azul escuro.
Porra! Adorava aquele vestido.
Me levanto e deixo a xícara de café sobre a cadeira preta, enquanto me esgueiro pelo corredor até a sala do delegado, e observo. Olho a mulher glamorosa que discutia nervosamente com o homem.
— Ela não pode ter uma sombra atrás dela o tempo todo, isso vai causar rumores - Safira disse gesticulando nervosamente ao policial.
— Senhora eu sei de toda a situação - ele diz calmo, talvez até um pouco entediado.
— Mas isso é uma medida de segurança, se isso aconteceu uma vez é muito provável que aconteça de novo, já que o sujeito não conseguiu o que eu queria, que era machucar sua filha, ou pior, matá-la — finalizou e minha mãe deu um suspiro de derrota e irritação.
