Troca de pele

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    Cinquenta anos haviam ​​se passado desde o início da parceria, Aníger permanecia calada por dez desses, desde a concordância com Serpentary, tinha se dedicado para juntar informações úteis para uma longa viagem.

   A aparência de Serpentary havia mudado bastante, sua pele continuava pálida, mas agora suas escamas, antes discretas, se mostravam mais evidentes em algumas partes de seu corpo e em tons preto, cinza e prateado, diferindo bastante um dourado opaco que tinha a tempo atrás. Seu cabelo negro, havia crescido até atingir a cintura e as pouquíssimas serpentes em sua cabeça outrora rebeldes e desvairadas agora eram totalmente submissas à vontade de sua dona e podiam facilmente ser escondidas pelas mechas sedosas de cabelo. As presas da moça se diferenciavam dos caninos humanos, um pouco mais afiadas e em algumas vezes teve a oportunidade de saber que eram capazes de inocular veneno com elas, seus olhos eram chamativos, suas íris eram verde-esmeralda e suas pupilas verticais tornando seu olhar marcante, seu corpo era esguio e belo. Por mais que apresentasse algumas características que a colocassem próxima com as serpentes, era tida como uma beleza única e exótica, capaz de seduzir as mais diversas criaturas.

   Havia aprendido também algumas artimanhas necessária para a sobrevivência em meio ao mundo humano, como a habilidade de furtar objetos com admirável habilidade, tida como uma ladra ardilosa, pois subtraia objetos, dinheiro e principalmente alimentos com tal destreza de era praticamente impossível saber quem os tinha levado. Além de aprender a manusear alguns armamentos, onde apresentava um interesse maior por chicotes por serem versáteis, ao seu ver. 

   Conforme Serpertary se desenvolvia, Aníger também acompanhava. Seus olhos escuros, agora eram mais definidos e brilhavam num tom magenta, podia manipular sua sombra da maneira que desejasse e inclusive se separar de sua companheira por algum tempo.

   —Pois bem ... chegou a hora de irmos aos "Confins da terra".

   —Veja só quem resolveu falar comigo — respondeu Serpentary.

   —Basta, você quer saber de tudo que sei, sim ou não?

   —Seria ótimo pra variar, mas... só acho que você é muito petulante pra alguém que mal pode ficar três dias longe de mim.

   —Não irei me importar com esses seus comentários, tenho assuntos muito mais importantes para resolver. Vamos!

   —Um momento senhorita "sombra independente", eu não vou a lugar nenhum enquanto não conhecemos de fato pra onde estou indo! A começar por esse lugar "Confins da terra", que nome ridículo.

   —Acho justo, você deve saber.— Concordando de má vontade — Fico feliz por ver que você se tornou alguém que desconfia até, literalmente, de sua sombra —debochou ela — mas vamos lá. "Confins da terra" é um nome genérico para uma terra que foi abandonada pelos deuses.

   —Abandonada?

   —Isso mesmo, ou deseja que eu desenhe pra você? Aquele lugar serviu de lata de lixo pra os deuses, criaturas medonhas, fortes ou afrontosas eram mandadas pra lá, até mesmo criações exageradas, deuses rebeldes e filhos ilegítimos foram mandados pra lá. Mas com o passar dos milênios o lugar passou a ter uma energia própria, que independia da vontade, ou fugiam do controle dos deuses, chegam a dizer que o poder que aquele lugar emana pode facilmente superar o poder de todos os deuses juntos.

   —Mas como eles permitiram que algo assim existisse?

   —Minha querida, nem tudo está no controle de todos, nem mesmo no deles. Mas a palavra que mais define o que "Confins da terra" se tornou e "descaso" acreditavam que aquela terra maldita não merecia nada a não ser a piedade deles e no fim tiveram que mandar vários heróis pra aquele lugar a fim de eliminar alguns incômodos que poderiam vir a desafiar a sua autoridade, como por exemplo a sua irmã Medusa.

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⏰ Última atualização: Jan 13, 2022 ⏰

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