De Volta ao Lar

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- Seis meses depois
几个月后

Não é nada legal perder a hora, principalmente quando é um compromisso sério. Eu apenas vim aqui para a biblioteca dormir por 5 minutos mais acabei me lembrando do que eu iria fazer, como eu poderia me esquecer disso? Mas eu entendo eu só estou cansado.
Hoje será a minha última aula antes da minha formatura da faculdade, e é hoje que o nosso Lǎoshī, professor, Ourique irá revelar como será o nosso trabalho final. Eu já tenho algumas ideias mas é melhor eu esperar ele falar para eu pensar. Caramba como não tem ninguém na biblioteca as 13h00 da tarde? E .... Devem está todos em suas classes agora, eu que estou errado em está aqui. Aí meu Deus o que estou fazendo eu tenho que ir logo.
Ufa, acabei de entrar e ainda bem que o Lǎoshī Ourique ainda não chegou, na verdade não sou eu que estou atrasado. O auditório está bem organizado para os pronunciamentos de hoje, as lousas estão todas apagadas sem nenhum texto ou datas com números maiores que minha paciência, também todos estão aqui a classe está cheia.

- Henriques!

Uma voz feminina pronunciou o meu nome na classe. Quando eu olho bem é minha querida amiga Mio, acenando sua mão para chamar minha atenção, eu tinha visto ela mais cedo quando chegamos na escola, eu vou até lá agora subindo as escadas, me pergunto como eu não havia reconhecido a sua voz.

- Olá novamente Henriques - Mio fala enquanto se levanta para me abraçar - Eu guardei o seu lugar, você está bem amigo?

- Nǐ hǎo Mio, muito obrigado por lembrar de mim, sim eu estou bem - eu digo isso enquanto dou um bom abraço na minha fiel amiga.

Logo nos sentamos para conversar.

- Onde você estava Henriques? Ainda bem que você não chegou tão atrasado como o Lǎoshī Ourique - Mio comentou com uma expressão preocupada enquanto ah segurava em minhas mãos.

- E-eu estava ... - quando eu iria responder ela, a voz de um dos meus amigos acabou me interrompendo.

- Minha nossa Henriques. Estamos atrás de você é você nem notou a nossa presença?! assim eu fico magoado, eu também quero um abraço! - afirma Valentim com uma expressão meio engraçada.

- Me desculpa gente, não fiquem brabos comigo, bom dia Valentim, Nazário e Judeau.

- Tudo bem Henriques, mas como a Mio acabou de dizer. Onde você estava? - disse Valentim.

- É verdade Valentim, onde você está Henriques? É meio errado da minha parte pensar nisso mas, séria estranho eu pensar que logo agora no último dia de aula você iria abandonar tudo, e o seu sonho? - Nazário respondeu logo em seguida.

- Gente que preocupação toda é essa comigo, me sinto até envergonhado, após a apresentação dos alunos do curso de medicina eu fui para biblioteca tirar um cochilo.

Sinto feliz que eles se importam comigo, e de verdade cada um merece um bom abraço só que minha vergonha e maior nesse momento.

- Ah Henriques agora entendi, bem, pelo menos deu tempo de você descansar um pouco, p-poderia até ficar mais um pouco porque. A droga do Lǎoshī Ourique está atrasado a 15 minutos - afirmou Mio muito nervosa, ela até mesmo ameaçou a bater na nossa mesa.

- Ah senhorita Mio se acalme, tenho certeza que o mestre Ourique não irá demorar mais de uma hora - falou Judeau com aquele olhar esquisito e atraente para Mio - A propósito Henriques, o que irá fazer quando se formar? Você irá para a capital Lisboa? Para ver como minha cidade natal e naturalmente bela?

É sinceramente eu ainda não sei o que responder. Do nosso grupo de estudos Judeau foi sempre assim, ele sempre foi um homem muito otimista é que sempre se sentiu orgulhoso por ter nascido na parte europeia de Portugal, logo na capital da república.
Mesmo ele se achando o melhor por isso e também por sempre todos respeitarem ele como um certo "líder" em nossa classe ele e uma pessoa boa, Judeau apenas tem que parar de mostrar as pessoas que ele se acha o bonitão loiro caucasiano que sabe falar muito bem a linguagem culta, as vezes isso chega até ser insuportável.
Mas eu não culpo ele, isso é muito normal aqui na universidade de Macau. 70% das pessoas que estudam aqui são naturalmente portugueses, a maioria deles nasceram em Macau mais costumam adotar os costumes portugueses, enquanto outros como aconteceu com Judeau, vieram por motivos pessoais ou por conta do boom da economia. Enquanto os outros 30% são pessoas nativas da China, com a maioria deles sendo cantoneses, como eu! Mas também não podemos esquecer os mandarins.
A maioria dessas pessoas que estudam aqui estão se formando para trabalharem em coisas que estão muito em alta nesses anos e também pelo motivo de que essas profissões recebem um bom salário. A maioria estão estudando medicina e suas áreas, gastronomia e letras, mas principalmente administração posso dizer que na classes deles não há nenhum português lá.
Eu e a Mio somos os únicos chineses da graduação de história. Nós tivemos que fazer um grande esforço para chegar onde estamos, e isso deu uma boa saga, por isso odeio quando as vezes essas indiretas aparecem sobre o lugar onde eu vivo e minha etnia, mesmo eu sendo mestiço tenho orgulho das minhas origens.

O Sábio de Guangdong (PARTE 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora