Aceitando você

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As lágrimas de Marinette rolavam grossas por seu rosto e suas mãos tremiam sobre o colo. Sua respiração estava descompassada ao ponto dos soluços dominarem a frequência dos seus batimentos cardíacos, e a presença do, até então, marido não parecia ajudar muito.

Adrien estava sentado ao lado dela no sofá e assistia seu choro sem saber por onde começar. O arrependimento por ter escondido algo tão importante como a própria vida dela batia em seu peito, seria mais fácil se ele não fosse famoso, principalmente porque sua vida é reconhecida e de fácil acesso para qualquer um; ela descobriria cedo ou mais tarde com uma simples leitura do jornal mesmo depois da própria mãe tentar privá-la e tentar seguir o procedimento médico.

— Mari — Adrien disse baixo e tocou um dos seus ombros. — Sei que tudo 'tá uma bagunça, mas não é tão ruim! — Tentou acalmá-la.

— Perdi meus melhores amigos e não tenho memórias sobre você, como não é tão ruim? — perguntou com a voz embargada pelo choro.

— Aqueles sonhos que você tem comigo, não são sonhos. — Ele tentava sorrir para confortá-la. — Sua mãe me disse que você contava alguns para ela, eram exatamente como meses atrás.

— Eu estou louca — bufou com as mãos no rosto.

— Claro que não! — Adrien respondeu alto. — Qualquer um pode passar pelo que você está passando.

— E pelo que eu estou passando? Eu vejo a Alya e o Nino como se ainda estivessem aqui! Sou uma lunática — Marinette suspirou e limpou o rosto.

— Os médicos disseram que seria melhor se você fosse se descobrindo aos poucos e que eu entrasse na sua vida de novo. — Ele juntou as mãos.

— O que aconteceu comigo!? — indagou já um pouco mais calma.

— Depois do acidente você se desligou. — Adrien a encarou. — Sentiu-se culpada e ao mesmo tempo abandonada. Você teve a nítida certeza de que era sua culpa, mesmo não sendo. — Tentou chegar mais perto dela. — Depois do enterro você começou ficar no ateliê o tempo todo, não me ligava, não vinha pra casa e a sua mãe e eu tivemos o diagnóstico.

— Você se mudou... — Marinette tentava lembrar das primeiras conversas entre os dois depois do hospital.

— É, sua mãe aproveitou que o ateliê ficava no seu apartamento de solteira e então passou a tratá-la como antes, como se a gente não se conhecesse. — Apertou uma das mãos dela. — Ela me ajudou a alugar uma casa perto de você.

— Eu...

— Você foi diagnosticada com transtorno de personalidade limítrofe, ou Síndrome de Borderline — falou baixo e apertou a mão dela com mais força. — Por isso o psiquiatra te procurava sempre.

Marinette ouvia com atenção e o olhava com o cenho franzido, procurando pensar que tudo aquilo era um pesadelo e que seus amigos estavam vivos, mas o rosto dele parecia mostrar mais do que tristeza, parecia ser de dor, angústia e chateação.

Seu rostoOnde histórias criam vida. Descubra agora