Capitulo 7. Recomeço?

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Fui até a ponta da ponte, e apanhei algumas pedras, as coloquei nos bolsos e fui até o guarda corpo.
Subi em cima do guarda corpo e comecei a olhar aquelas águas turbulentas, meus bolsos pesavam com aquelas pedras enormes, dei um pequeno passo para frente, estava quase caindo.

- Voce vai pular? - uma voz desconhecida perguntou.

Me virei surpreso, não vi que tinha alguém atrás de mim.
E encostado no guarda corpo do outro lado, estava um homem ruivo de topetinho, com seus olhos negros que me lembravam a noite.
Desci daquele pequeno muro de pedra, análisei de cima a baixo aquele sujeito estranho.

- Quem é você? - perguntei um pouco curioso.

- Quando se pergunta o nome de alguém, o certo é dizer o seu próprio primeiro.

- Ah, me chamo Hugo... Hugo Klevens.

Ao dizer meu nome ele mostrou uma face de surpresa, me perguntava se ele já me conhecia ou se já tinha ouvido falar de mim, por causa dos recentes acontecimentos, ele deu um pequeno sorriso e continuou:

- Me chamo Kai Becker - ele deu uma pequena pausa e logo continuou - posso pergunta por que ia pular da ponte?

- Ah i‐isso - fiquei um pouco corado pela vergonha de alguém desconhecido me ver de uma forma tão fraca.

- Não precisa explicar se não quiser, todos tem seus motivos - o ruivo falou simplista - mas em vez de morrer de uma forma tão patética, porque você não tenta dar um significado a ela?

- Um... significado?

- Se você morrer assim, não vai poder mostrar a quem quer que tenha te machucado que eles estavam errado, não é?

Eu senti meu coração palpitar, me senti vivo de novo, há alguns minutos atrás eu estava prestes a pular daquela ponte. Minhas mãos estavam tremendo, e foi só ai que eu pude perceber o quanto eu queria viver, algumas pequenas lágrimas escorreram pelo meu meu rosto, uma lagrima quente decaia pela minha bochecha. Olhei novamente para o homem ruivo a minha frente, e disse em meio algumas lágrimas.

- Senhor, obrigado! Tentarei de novo, e de novo se for preciso. Mas não desistirei nunca mais! - gritei com uma espécie de orgulho estranho.

- Espero - o ruivo disse com um pequeno sorriso, e logo em seguida continuou a seguir seu caminho pelas sombras.

Assim que não conseguia mais ver a silhueta do homem, comecei correr em direção de onde ficava o distrito dos cavaleiros de minha cidade, tinha que tentar pedir outra chance de me tornar um cavaleiro, não podia deixar para amanhã, tinha que ser agora, enquanto eu ainda conseguia sentir aquela excitação.

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Estava na frente do distrito dos cavaleiros de sheldon, o distrito era uma cabana que ficava ao sul da cidade. Era uma cabana de Carvalho, um pouco velha, mas parecia ser espaçosa. Me aproximei da porta, e dei algumas batidas nela, um silêncio ecoou pelo local, nervoso pelo silêncio repentino, decidi tentar abrir a porta.
O local estava todo escuro, um breu total, mas havia uma pequena luz vindo atrás de uma das comodas, fiquei um pouco animado porque parecia ser uma passagem secreta, me aproximei da comoda de madeira, levantei minhas mãos para tentar puxar a comoda...
Hesitei por alguns segundos, por medo, mas fechei os olhos e respirei fundo, tentando juntar alguma coragem. Abri os olhos calmamente, e logo em seguida tentei empurrar aquela comoda, ela era mais pesada do que eu havia imaginado.
Atrás dela havia um lance de escadas, as desci devagar, e no fim da escada havia um pequeno corredor. No final do corredor, pude ver que havia uma porta entre‐aberta, com uma luz forte emanando dela. Caminhei calmamente até a porta, e aproximei levemente meus olhos da pequena fresta que a porta deixava, um pouco cego pela luz forte do outro quarto.
Minha visão vai se ajustando, até que consigo ver o que está adiante.

‐ I‐I‐Isso... não pode ser...

Hugo fica horrorizado com a cena que acabará de ver.

Na sala a sua frente, havia três guardas, enquanto dois deles faziam algum tipo de experimento em uma pessoa amarrada em uma cadeira, o outro guarda, aliviava seus desejos sexuais com um cadáver que estava na mesa.

Começo andar para trás devagar, precisava sair daquele lugar bizarro o mais rápido possível.
Até que sinto minhas costas se encostarem em algo, um arrepio secorre minha espinha abaixo, me viro lentamente e vejo um guarda atrás de mim.

Ele me pega pelo colarinho e me joga para dentro da sala, os outros guardas que estavam lá, tem suas atenções tomadas pelo estardalhaço que aconteceu.
Um único pensamento passa pela minha cabeça naquele momento: fudeu.


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⏰ Última atualização: Dec 22, 2022 ⏰

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