Um Gato, Um Beijo, e Uma Música. -Sasunaru

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Depois daquilo a gente dividiu a quadra em duas partes  e começou uma guerra para limpar, quem terminasse de lavar primeiro ganhava. No final quem ganhou foi o Uchiha, depois ele ficou sentado me enchendo o saco falando coisas como "Você não sabe fazer isso mais rápido não?" Ou "Anda logo pirralho". Pirralho? Ele acho que eu sou o que? Ambos temos a mesma idade, estamos no terceiro ano do ensino medio, e por um acaso somos quase do mesmo tamanho, eu só sou 2 centímetros mais baixo que essa praga.

Depois que terminamos o Sasuke voltou a aquela personalidade de merda dele que so fica em silencio, mas eu também não julgo ele, ambos estavamos cansados o suficiente para apenas voltar para casa.

(...)

Quando eu cheguei em casa eu me joguei na minha cama e fiquei pensando em como o dia em que eu pensei que iria ser uma merda foi legal, mas depois de algum tempo eu decidi que seria uma boa ideia ir tomar um banho e comer alguma coisa.

Assim que terminei de tomar banho e comer o meu querido lamen, eu subi as escadas exausto e deitei na minha cama para descansar, bem, ao menos eu achava que eu iria conseguir descansar mais eu não consegui dormir e quando menos percebi ja era duas da manhã.

-Droga -sussurava enquanto olhava para o teto do meu quarto. -Isso é entediante.

Eu encarei por mais alguns segundos atentamente o teto do meu quarto ate ouvir a porta do meu quarto abrir devagar.

-Naruto?

Eu olhei atentamente tentando reconhecer a imagem que veio me visitar no meio da noite, eu tava um pouco zonzo e não consegui reconhecer de primeira quem era então eu pensei em três possibilidades enquanto tentava reconhecer quem abriu a porta do meu quarto, a primeira e que eu to paranóico, a segunda é  que é um fantasma que veio me visitar no meio da noite, ou que é meu pai, e por sorte era o meu pai.

-Eu sei que você ainda não ta dormindo -Se aproximou da minha cama se sentando nela.

-Oi?

-Naruto, o seu diretor me ligou. -Ele olhou para mim preucupado.

Naquele momento sim meu coração parou, a sorte não tava do meu lado nesse momento. Quem sabe eu deveria ter fingido estar dormindo naquele momento e so acordar até certeza de que ja se passaram oito milhões de anos.

-F-Foi? E sobre o que vocês conversaram? Ele ta bem?

-Naruto não se faz de tonto, ele me contou tudo sobre a sua briga na escola com o Sasuke.

-E-então, c-como posso explicar...

-Sabe, não precisa explicar.

-Não?

-Não.

-Pai?

-Naruto você nunca gostou do sasuke né? Eu gostaria de saber o porque de vocês dois brigarem tanto assim. Eu me lembro de quando vocês ainda eram duas crianças que corriam pela cidade brigando para ver quem era o melhor, e eu lembro que você sempre chegava em casa estressado falando "Na próxima eu vou ganhar do idiota do Sasuke" -Afinou um pouco a voz nessa ultima parte.

-Pai! -Corei enquanto falei envergonhado -Eu tambem lembro disso, não precisa falar disso agora, é vergonhoso.

-Certo, mas o que eu to querendo dizer é que mesmo quando vocês parecem se odiar voces ainda parecem se amar. -O mais velho começou a rir do seu proprio comentario que fez o naruto ficar ainda mais envergonhado. -Voltando a minha duvida inicial, porque vocês se distanciarão tanto ao ponto de brigarem na escola?

-Bem, a gente nunca foi proximo, ele sempre teve atenção por ser inteligente, bonito, e "perfeitinho", e eu sempre fui... -virei a cabeça no travesseiro -uma "pilha de problemas" para todo mundo ao meu redor.

-Oh filhão, quem disse que você é uma pilha de problemas as pessoas ao seu redor? -Passou a mão carinhosamente na minha cabeça. -Tenho ceteza que a Hinata, o Kiba, o Gaara, e o Sasuke não acham isso.

-O Sasuke? Ele disse... -Eu virei o rosto de novo para o meu pai vendo a expressão triste e preucupada do mesmo -Eu odeio ele, ele nunca pensa em como as outras pessoas se sentem quando fala um monte de bobagens desnecessarias para elas, ele so pensa nele mesmo. Idiota! Idiota!

O meu pai deitou ao meu lado, se cobriu com a minha coberta, cruzou o braço e olhou atentamente para frente como se estivesse pensando em alguma coisa por alguns segundos antes de responder, o que me fez ficar tenso.

-Filhão, eu não acho que o Sasuke pense so nele, ele so não sabe se expressar direito sobre o que ele realmente ta sentindo, e por isso acaba machucando as pessoas, não acha?

Eu senti um aperto no peito quando eu ouvi meu pai falar aquilo.

-Eu nunca... Parei para pensar assim.

-Pois é. Bem, eu acho melhor eu voltar para cama antes que sua mãe venha atrás de mim com uma panela. -Ele me deu um beijo na testa e foi em direção a porta antes de virar para mim. -Ah, e eu quero que você me pague 10 mil reais por mentir para mim.

-Eu não tenho 10 mil reais para te pagar, lembra que você cortou minha mesada? -Cruzei os braços e fiz biquinho em forma de birra enquanto falava com a esperança de que ele deixasse essa passar.

-Então arranje um trabalho. -Deu um último sorriso e saiu do quarto fechando a porta.

-Que merda -Praguejei o maldito fato de que agora eu teria que começar a trabalhar para pagar por ter mentido, ou melhor, apenas não contado uma coisa idiota dessas.

Eu deitei e me revirei varias vezes pela cama pensando na conversa que eu tive com meu pai, e para ser sincero, o Sasuke não é egoísta, eu sou egoísta, um puta de um egoísta. Eu nunca pensei em como o Sasuke devia ta se sentindo com tudo o que aconteceu na vida dele, e mesmo assim eu parei de falar com ele e ainda bati nele quando a gente tinha 14 anos, e tudo isso apenas porque a garota que eu gostava começou a gostar dele, do "perfeitinho" Sasuke, e foi nesse dia que ele começou a me ignorar completamente ate os 15 anos. Quando a gente foi para o primeiro ano do ensino medio ele começou a me irritar com coisas idiotas, como derrubar meus livros enquanto a gente passava pelo corredor, me fazer tropeçar no refeitorio ou jogar bolinha de papel na minha cabeça, no final a gente sempre brigava depois das aulas por essas atitudes babacas dele e tanto eu como ele ganhavamos varios hematomas roxos pelo corpo, e foi por isso que meu pai me fez prometer que eu nunca mais iria brigar na escola.

Mas eu não conseguia parar de chorar.

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