Diego

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A quadra de esportes é maior do que eu imaginava. A grama é bem cuidada e a arquibancada é bem grande, não sei ao certo, mas deve caber mais de 3.000 pessoas aqui. Ao que parece já tem umas 1.500 esperando o jogo começar. Não tô exagerando, tem muita gente aqui mesmo. O barulho é horrível, as pessoas estão falando sem parar e não estou acostumada a ir a lugares com tanta gente assim. Estou tentando me concentrar, mas já estou ficando meio perturbada.
Sinto alguém tocar meu ombro e quando me viro, é André.

- Quer sentar comigo ? Eu ia te chamar pro jogo, mas acabei esquecendo. - diz ele.

Nesse momento o barulho fica mais leve e consigo me controlar.

- Quero sim.

- Então, vamos. Meus amigos estão logo ali. - ele diz apontando para um grupo em um ponto da arquibancada.

E eu o sigo. Começo a observar as pessoas ao redor enquanto sigo André. Me distraio por alguns segundos e, sem querer, chuto o pé de André, o que faz ele se desequilibrar entre as escadas da arquibancada e quase cair em cima da moça que estava quase entre nós dois. Sim. Quase, porque ela se afasta rapidamente e ele cai é em cima de mim. Ele senta na escada para que não acabe rolando nela e consegue se equilibrar. E quanto a mim? Ah, o de sempre, eu saio rolando e só não me machuco muito porque alguém me segura, depois de já ter rolado uns 3 degraus.
Sinto uma vergonha enorme percorrer o meu corpo e minha vontade na hora é sair correndo dali. Mas, o que faço depois, me surpreende. Eu começo a rir. Tenho um ataque de risos ali mesmo. Estou rindo do quão estúpida eu sou ficando com vergonha por causa disso. Afinal, isso acontece com tanta gente. Quantos livros eu já li ou quantos filmes já assisti que tem uma cena do tipo? Vários. Porque isso é normal, acontece. É a vida.
Rapidamente minha vergonha some mais ainda quando todo mundo por perto começa a rir também. E nós fazemos um coral de risadas. O que dá mais vontade de rir.

Pronto, agora vou ser lembrada o resto do ano como a garota que caiu na arquibancada e levantou um coral de risadas. Que tudão! penso.

Se você está pensando que eu não gostei, é porque entendeu errado.
Depois de cessarem as risadas, André vem me ajudar a levantar. E finalmente me apresenta a seus amigos.

- Então, essa é a Fernanda que eu estava falando, pessoal.

- Já adorei seu senso de humor. Rir de si mesmo é uma das melhores coisas da vida. Não é mesmo, gente? - ele pergunta olhando para seus amigos. - Ah propósito, meu nome é Diego. - completa.

- Com toda certeza, eu no seu lugar teria saído correndo de vergonha. - Mas, rir foi uma idéia melhor ainda. - diz uma garota que parece ter seus 20 anos de idade. - Ah, me chamo Luísa, mas pode me chamar de Lu se quiser.

- Tudo bem, acho que obrigada. - digo sorrindo.

Eles são os únicos que dizem alguma coisa, os outros três ao lado deles só me cumprimentam meio tímidos. Sento-me ao lado de Luísa e André senta ao meu lado. E finalmente, o jogo começa.
Sei que pode ter sido só impressão minha, mas eu acho que Diego ficou olhando para mim quase o jogo inteiro. Não sei. Pode ter sido só impressão.

Como fazer alguém não se apaixonar por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora