Confissões de Emocionadas

poeta

Ser poeta é transbordar...
Seja lá nas as palavras guardadas na garganta
Que o lápis dedilha, nas folhas de um jornal velho
Ou nas músicas bregas que preenche o pulmão de vida
A poesia...
Que pena eu ter escutado minha juventude inteirinha delírios de músicas e poemas de amor
E hoje, aqui com os 21 anos na gaveta
Acreditando incansavelmente no amor
No flerte de quinta
Nas mãos entrelaçadas
No riso no meio do beijo, tão bobo...
Nas cartas, e até na rosa, me preencho de breguiçe
Pra nunca desacreditar no líbido do amor
Do vinho barato no bar da esquina
Na dança lenta e mórbida que excita nossas almas
Acredito eu, no amor intenso e leviano
Nas noites mal dormidas
Encaixando tua coxa sobre as minhas
No arrepio que transborda, dilata.. atiça
Que pena eu acreditar nos detalhes tão mínimos
Nos lábios molhados, no perfume bem calculado
É só pra tu lembrar do meu cheiro
Na esquina e guardar na tua mente
É que eu sou poeta
Ser poeta é observar o mar
As luas de agosto e fazer pedido pra ela, ingenuamente
Pra trazer teu olhar para mim de novo
Ser poeta é procurar respostas para o amor
É a filosofia que procuramos incansavelmente no céu azul...
Ser poeta é carnaval todo dia aonde quer tu esteja
Seja na pracinha do centro, na praia, no rio aos domingos
No estacionamento do shopping
Ou no meu quarto, poetizando, amor.
Ser poeta é decorar o alfabeto letra pôr letra
Silibar teu nome em meio as sussuros nos teus braços
Desde que tu chegou
Tudo é tão doce, leve e excitante
A formaa como tu me tem tanto
Me poetiza.
Nas Quartas, Quintas, Sextas- feiras
Enfim, poetiza sobre meu meu dorso
Fixa teus olhos castanhos no meu
Na clavícula, usufrui da minha alma
Enche-me de chama... transborda-me tua poesia...
Nas sextas-feiras, sem falta nem atrasos...
É que eu te quero a vida inteira.

Naise Silva