Reciprocidade existe?

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[FRANÇAS: DIAS ATUAIS]

   Sana e Dahyun estavam sentadas com manicure fazendo as unhas delas. Sana não curtia tanto fazer as mãos, tinha ansiedade e geralmente não aguentava 1 dia com unhas postiças / gel ou esmalte, mas faria um esforço pela mulher que atravessou a cidade de Paris para passar um tempo com ela. Esforço esse por pura e espontânea pressão.

Quando acabaram Dahyun sorriu. Estava satisfeita com o resultado, tanto com o dela quanto com o de Sana.

- Gostou? - Olhava animada.

- Não faz muito meu estilo, mas é muito bonita. - Deu de ombros.

- Pelo menos gostou. - Sorriu. - É um saco saber que você passa o dia todo dentro de casa sem sair com alguém. Eu sempre estou disponível. Por que não me chama, Sannie?

- As vezes eu prefiro minha própria companhia, mas vou tentar te chamar para sair mais. Até que foi legal hoje.

- Foi legal? Ainda nem acabou, linda! Nós vamos para um barzinho afastado da cidade, você vai amar lá. É quase próximo a sua casa. - Olhou para o relógio em seu pulso. - Ah, ainda são 6 horas da tarde, podemos ir comer alguma coisa, antes de ir encher a cara.

- Você fala como se eu amasse beber. - Gargalhou. - Mas vamos, sim. Estou com bastante fome. Podemos aproveitar para comer na minha casa, já que é próximo assim.

Passaram na casa de Sana e comeram bastante. Jogaram um pouco de baralho para matar o tempo e por volta das 21:30 da noite saíram para o bar. Estavam com outras roupas, vestidos curtos, mas nada colado ou vulgar demais. Sana usava uma leve blusa de manga comprida por cima, já Dahyun, um casaco de pelo com os ombros à mostra. Ainda inchado muitas pessoas na rua, não tinha com o que se preocupar. Estavam seguras.

   Chegando no local, a Minatozaki ficou surpreendida, nunca tinha visto um estabelecimento tão organizado como aquele. Por fora não parecia ser "lá aquelas coisas" mas por dentro era tudo diferente.  Luzes vermelhas iluminavam algumas partes deixando o ambiente muito agradável.

— Vamos, Sannie! — a Kim puxava Sana para uma mesa mais aos fundos. Logo em seguida o garçom já estava surgindo com seu bloquinho de notas.

— O que irão pedir, senhoritas? — sorriu.

— Vou querer uma Mojito. —  Dahyun respondeu retribuindo o sorriso. — E você, Sana?

— Pode ser uma Pinã Colada.

O homem retirou-se do local para levar os pedidos ao barman que ficava no centro do bar. As duas voltaram a conversar e jogar conversa fora. Depois de alguns copos/taças, elas já estavam um pouco alteradas, mas ainda com consciência.

— Sabe, Sana, ultimamente ando tão sozinha... Acho que sinto falta de alguém ao meu lado. — passava o dedo pela borda do copo.

— Depois que terminei com o Chan, não quero mais ninguém. Se não deu certo com aquele ser humano incrível, não consigo imaginar com quem daria. — apoiou seu rosto em umas das mãos.

— Talvez você só precisa dar uma chance, as vezes pode estar bem na sua frente e você ainda não notou.

— Dahyun, desde que comecei a trabalhar e terminei meu relacionamento, ninguém deu em cima de mim uma vez sequer! Já me contentei com isso, e tá tudo bem.

— As vezes você é burra demais.

— E você uma romancista.

— Quem lê romance é você.

— Verdade, mas não tenho colocá-los no meu dia a dia! — Bebeu o último gole que possuía em sua taça. — Vamos? Já está tarde, pode dormir lá em casa.

   Andavam pelas ruas de mãos dadas cansadas, o dia tinha sido longo para ambas. O rosto da Kim estava meio para baixo, mas Sana estava um pouco alterada demais para ao menos notar isso.

   Chegando em casa, Dahyun logo foi para o quarto de hóspedes para apagar de sono. Não queria ver a Minatozaki por agora. Já Sana, trocou sua roupa e foi para a sala assistir algum programa de variedades aleatório. Já eram 1 da manhã de domingo, ela não precisava se preocupar com horário.

[FRANÇA: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL]

   1 ano havia passado-se, desde a noite em que Nayeon e Tzuyu passaram juntas. A França, ainda dos alemães continuava um caos, caos que não as afetavam diretamente devido à suas colocações na alta sociedade. Ambas entraram em um relacionamento, as outras pessoas as viam como boas amigas, parceiras. Elas não tentavam corrigir, talvez seria melhor assim.

Como dito anteriormente, elas moravam em uma casa afastada, queriam um cantinho para elas. Ou melhor, Im Nayeon queria. Tzuyu não questionava, apenas seguia o que a mais velha queria, era melhor do que entrar em uma discussão de casal. Discussões de casais lembravam seus pais, eles brigavam bastante, nunca algo tóxico, era até engraçado de se ver. Chou Tzuyu não queria quebrar aquele imagem de briga amigável com brigas fúteis com a sua namorada.

   Fariam 6 meses que estavam morando juntas, até que se davam bem. Ou ao menos aparentavam se dar bem. Nunca tiveram um diálogo formal para concordar em algo. Tzuyu não amava Nayeon, nunca a amou, mas sabia que ninguém amaria a si como ela. Então, fazia o maior esforço do mundo para tentar retribuir isso, mesmo não sendo recíproco. Ela achava que isso faria a Im bem, que seria bom para ela. Se realmente fosse para a garota amar alguém, esse alguém seria Nayeon.

   Ela não era um monstro, apenas não estavam em um bom momento para amar alguém. Não queria amar, mas forçava-se à amar. Colocava em sua cabeça que era por amor. Um paradoxo infinito em sua mente.

Esse com certeza foi o maior erro de sua vida.

   Sua mãe sempre dizia para manter pessoas que nos amavam por perto, elas nos fariam bem e cuidariam do nosso bem estar. A senhora Chou só se esqueceu de que amor pode se acabar.

Fingir gostar de alguém tem seu preço, um preço alto que talvez Tzuyu não entenderia agora, mas pagaria caro por ele. Nayeon não era ingênua, ela percebeu aos poucos. Trocas de palavras como "Eu te amo" não pareciam vir com ternura de Chou Tzuyu.

— Tzuyu, você me ama? — Im Nayeon citou enquanto estavam olhando para o céu deitadas na grama em uma tarde.

A brisa era calma. O céu um azul claro tão forte e tão lindo, receado com algumas leves nuvens. O ar era puro, uma pena o clima que se instalou após aquela pergunta ser feita.

— Que tipo de pergunta é essa?

— Responda. — Levantou seu corpo e olhou fixamente para os olhos de Tzuyu.

A mais nova também levantou seu corpo para poder prestar melhor atenção no rosto de Nayeon, aquela conversa estava assustando-a. Os olhos da Im pareciam com os de um gato assustado, como se tivesse sido abandonado. Os mesmo olhos que a Chou possuía na noite em que descobriu a morte de seus pais. Ela entendeu na hora que não daria mais para manter essa mentira. Porém, um nó em sua garganta formou-se e nada conseguiu dizer.

   Nayeon pressionou os lábios esperando pela resposta e nada vinha. Engoliu à seco e balançou a cabeça, ela sabia exatamente a resposta.

[FRANÇAS: DIAS ATUAIS]

   Depois que a Kim retornou para sua casa no dia seguinte, elas não se viram por mais uma semana. Ao contrário do bichano negro, que ouviu todos os dias Sana falar sobre suas opiniões, visões de mundo. Ele com certeza sabia mais dela do que qualquer um.

   Sana parecia um anjo quando estava empilhada falando sobre seus gostos, sobre si. Qualquer ser que tivesse um pingo de noção racional voltaria para vê-la.

— As vezes eu queria que você me respondesse, pequeno. Queria saber sua opinião sobre a guerra fria. — sorriu fazendo um último carinho nos pelos do animal antes de ir dormir. — Uma pena gatinhos não serem racionais...

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Joguei tudo na cara de vocês como uma bomba KKKKKKK

não odeiem a Tzuyu, ela tem um passado triste, ok? #argumentosirrefutaveis!!

obrigado por lerem até aqui !! Não se esqueçam de votar.

A FRANCESAOnde histórias criam vida. Descubra agora