Estúdio

16 4 0
                                        

Seus olhos pesavam. Piscou e antes que tivesse força pra voltar a abri-los foi despertada pelo toque dele. Jisung tirava o celular da sua mão, que estava prestes a cair. Sentou ao seu lado.

— Coloca o termômetro.

Você o olhou confusa. De onde aquele termômetro saiu? Não fazia sentido. Levantou o braço e ajeitou o objeto ali.

— Sim, senhor.

Continuou com os olhos fechados até ouvir o apito. 38,9.

— S/n, você tá fervendo!

Você não sabia se era a expressão que ele fazia ou se as palavras que tinha usado, mas achou graça e começou a rir.

— Eu sou quente, baby — não acreditava que realmente tinha dito aquilo.

Jisung te olhava preocupado.

— É sim. Vem comigo.

Segurou a mão que ele ofereceu e o seguiu até o elevador. Han apertou o botão do quarto andar e foi até uma das salas, abriu a porta e entrou.

— Senta aqui no sofá. Eu vou pegar um antitérmico pra você.

Sentou, obediente.

— Quando foi a última vez que você comeu?

O bolo. Foi a última vez que você comeu. Fazia tanto tempo assim? Quando foi que você comeu o bolo sentada no rio Han? Seu silêncio foi resposta suficiente pra Jisung, que saiu em seguida. Curiosa, olhou detalhadamente a sala. Parecia um mini estúdio. Uma mesa com notebooks e outros eletrônicos que você não conseguia registrar muito bem agora, o sofá com 3 lugares, muitos fios e tomadas, duas cadeiras.

O silêncio te abraçou e você apoiou a cabeça no encosto do sofá.

— S/n?

Você abriu os olhos, assustada. Han estava sentado na cadeira a sua frente.

— Desculpa, mas você precisa comer antes de dormir. Come, um pedacinho pelo menos, pra poder tomar o antitérmico.

Você assentiu. Pegou o pacote com um bolinho que ele oferecia e deu uma mordida. Sentia fome, mas ainda estava enjoada. Ele entregou o comprimido e a água e

você tomou.

— Pronto, pode deitar.

— Não, não precisa... eu só vou esperar o remédio fazer efeito e volto pra casa... — não lembrava de ter ouvido o senhor Choi falar nada sobre dormir no estúdio de um dos idols, mas tinha uma certa certeza de que, no mínimo, não era muito recomendado — eu vou acabar te encrencando e...

— Não vai — ele tirou o moletom e dobrou, fazendo um travesseiro. Colocou em uma das pontas do sofá e te ajudou a deitar — Descansa um pouco.

O perfume dele te envolveu e você, enfim, cedeu ao cansaço.

Começou a chover enquanto você dormia, e o barulho foi te despertando aos poucos. Antes que você acordasse de verdade, a porta abriu.

— Ei, Han...

— Pode falar, hyung.

Você permaneceu de olhos fechados, fingindo que ainda dormia. Percebeu o silêncio que se seguiu.

— Ah, é a s/n. Eu dei um antitérmico e ela pegou no sono.

— A s/n? A do bolo? — Chan perguntou baixinho, legitimamente curioso.

— Ela mesma.

Você mal conseguia respirar.

— A entrevista foi hoje?

PossibilitiesOnde histórias criam vida. Descubra agora