Hannie

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— O que você tá fazendo no estúdio dele?

— Isso não é da sua conta, é? — Han tinha se aproximado.

— Não falei com você.

Os ânimos estavam tensos e você não sabia o que fazer.

— Vocês estão juntos?

— Meu deus... isso é um interrogatório? Han é meu amigo, e eu não sabia que precisava me justificar pra você.

— Não precisa... também não precisa adotar essa postura defensiva. Eu não sou o inimigo aqui.

— Do que você tá falando? — estava confusa.

— Ele é um idol, s/n. Ele nem tem tempo pra você. Se alguém descobrir que vocês estão juntos, você vai ser demitida e não vai acontecer nada com ele... e não pense que ele vai botar a carreira dele em jogo por você.

— Cala a boca — Han estava brabo — Você fala demais. E não sabe de nada.

— Sei que eu me preocupo mais com ela do que você, ou não teria colocado ela nessa situação.

Sentia raiva e frustração. Yunho verbalizou tudo o que tinha medo. Lágrimas encheram os seus olhos, borrando sua visão.

— Ei, não chora. Eu não quero te magoar. Eu só quero... te prevenir. Ele não serve pra você. É outro mundo, pessoas normais não cabem nele.

Han queria te abraçar, mas sabia que ali fora não podia. Ele parecia prestes a perder o controle.

Olhou mais alguns segundos para o garoto parado a sua frente e saiu. Han seguiu atrás de você. Apertou o botão do elevador, entrando no mesmo. Desceu no andar da cantina e andou até lá. Sentou no mesmo lugar de sempre, cruzando os braços na mesa e enfiou o rosto ali. Deixou algumas lágrimas rolarem. Han pegou dois cafés e sentou na sua frente.

— Ei... — ele falava baixinho, só pra você ouvir — não chora, por favor. Eu quero muito te abraçar...

Fungou, engolindo o choro, e levantou a cabeça, limpando o rosto.

— Ele não tá errado, né? — a voz saiu trêmula.

Han franziu o cenho, subitamente brabo.

— Tá errado sim. Tá completamente errado. Eu jamais te usaria de escudo.

— Sobre os mundos.

Ele se inclinou pra frente, chegando mais perto de você.

— Tenho um trabalho que eu amo e que é muito valorizado, mas atrás dele eu continuo sendo só uma pessoa, de carne e osso, como você.

— Desculpa...

— Não precisa se desculpar. Ele é um babaca. Gosta de você, e ficou com ciúmes.

— Será que ele vai falar pra alguém?

— Falar o quê? Que viu nós dois saindo do estúdio? Eu tenho autonomia pra trabalhar com outros funcionários. Ele não tem o que falar.

Balançou a cabeça, concordando.

Han entregou o café pra você, se demorando no toque dos dedos dele nos seus.

— Me preocupo mais em não poder te beijar sempre que te vejo do que com o que ele pode fazer.

Riu, sentindo as bochechas corarem.

— Shhh...

Ele sorriu. Acabaram de beber o café.

— Não posso te prender aqui pra sempre, por mais que eu queira... quer ir pra casa?

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