77. Ciclo Vicioso

188 8 0
                                    

~Pov Yelena~

Alex e eu discutimos, outra vez.

Por ciúme, outra vez.

Acontece sempre que vamos em uma festa, não sei como não me acostumei ainda.

Talvez a ideia de não suportar saber que ele pode ficar com quem ele quiser a qualquer momento sem ao menos me dispensar antes seja o motivo do meu ciúme.

Da parte dele me parece ser algo como, eu a tenho e ninguém mais pode tê-la. As vezes me sinto como uma aquisição que ele usa pra se exibir, mas não dá importância quando a sós comigo.

Mesmo que sua mania de me acordar com beijos e café na cama, de me levar pro banho e passar shampoo no meu cabelo, elogiar o meu sorriso e perguntar quantos valentões eu prendi no final do dia digam o contrário.

Quando me vê com outro ele faz questão de falar em alto e bom tom que sou sua. Mas a verdade é que não sou, não porque não quero ser, mas sim porque se ele não for inteiramente meu, e com isso quero dizer que, se Alex não é meu em todos os momentos além da cama, eu também não serei sua em todos os momentos além da cama.

Discutimos por um motivo bobo que já nem faço questão de lembrar, deixei-o falando sozinho e voltei para a festa, mas não tinha mais a energia e vontade de antes para dançar, por isso me limitei a ficar no babar, experimentar drinks com nomes esquisitos e fazer amizade com o Barman.

– Como assim você é de LA? Como veio parar aqui garoto?

Barman: Emprego de verão – deu de ombros, não estamos no inverno? – Tô quebrando um galho pro Tony. Na verdade acho que foi um plano pra me manter longe da Morgan, mas pelo menos ganhei isso de gorjeta – mostra alguns dólares amassados, demos risada.

– Ela tem 16 anos e Tony Stark como pai, é óbvio que ele vai ter planos pra te manter longe – ele confirma dando risada.

Barman: Acha que ele vai ficar bravo quando souber que namoro há quase 1 ano e Morgan foi o cupido porque eu me fazia de hetero?

– O que? Garoto, isso não fez sentido algum – disse confusa – Ou será que estou bêbada demais pra entender?

Barman: Com certeza a segunda opção – deu risada – Todo mundo tá indo embora, vamos, te acompanho até tua cabana – guarda as coisas e me acompanha pra fora da festa.

– Então, qual tua profissão? Além de barman e ouvinte de bêbada – rimos.

Barman: Dou aula de canto, Morgan é minha aluna do coral.

– Dá aula pra crianças, que legal.

Barman: Não só pra crianças, mas confesso que as turmas infantis são as melhores – sorri encantado – mas se me permite confessar algo, tô pensando seriamente em largar tudo e virar barman, cara olha isso, um maluco me deu 20 euros de gorjeta – damos risada.

– Assim até eu vou querer largar meu emprego na delegacia e virar barman, ou será que o termo é bargirl? – questiono pensativa.

Barman: Delegacia? Mulher tu é policial e nem me avisa? E se eu tivesse com um pacote de drogas por engano?

– Ninguém anda com um pacote de droga por engano, besta!

Barman: Ah meu amor, no seu lugar eu não duvidaria da minha lerdeza, vai que alguém me deu e eu peguei sem querer, sei lá, sou distraído.

– Aiai, cara, você é o melhor! – ri alto – eu fico por aqui, não, espera, essa é a cabana da minha irmã, a minha é do outro lado. – percebo que fizemos o caminho errado.

Star Ray ~ Beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora