Capítulo 16: Nosso bebê.

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Serkan sabia que, uma hora ou outra, as garotas Yildiz acabariam descobrindo sobre o seu passado, sobre o tempo em que esteve preso, mas ele esperava que quando isso acontecesse, seria ele quem iria contar.

Pelo visto, estava errado.

Ayfer lamentou demiti-lo, mas disse que precisava fazer, a pedido da proprietária da fazenda, que sabia do crime pelo qual foi condenado, e zelava pela segurança das pessoas que residiam na fazenda. Semiha Yildirim iria segui-lo aonde fosse, e querendo ou não, aquela condenação pelo crime que não cometeu também iria.

- Eu volto amanhã para pegar as minhas coisas. Agradeço pela oportunidade, Ayfer hanın. - disse, antes de caminhar para fora dos estábulos, e ir até onde havia estacionado a moto.

A última vez que se sentiu tão mal assim, como um lixo de ser humano, foi no dia em que viu a família da vítima.

O rapaz subiu na moto, e dirigiu para longe da vila. A sua cabeça estava repleta de memórias que lutou tanto para esquecer, e como antes, a sede pela justiça era tanta que quase lhe sufocava. Precisava de um tempo para respirar, colocar a sua cabeça no lugar, e precisava fazer isso longe de todos.

[🍒]

- Meninas? - Ayfer chamou, ao caminhar até o jardim, onde Melo e Eda estavam.

- Tia? - Eda disse, deixando o vaso de flor que cuidava de lado, ao se virar para tia. - Está tudo bem?

- Onde está Kiraz? - Perguntou.

- No andar de cima, trocando de roupa para andar a cavalo. - Melo respondeu.

- Preciso contar algo a vocês. - Disse, sentando-se ao lado das meninas. - Serkan Bolat não trabalha mas conosco.

- O que?! - Melo exclamou.

- Como assim, tia? - Eda perguntou, surpresa. - Porque?

- A sua avó me ligou há alguns dias, e me disse que Serkan havia sido preso anos atrás, e eu precisava demitir ele. - respondeu. - Vocês sabem, é Semiha quem paga o salário dos funcionários, eu não tinha como manter Serkan sem a permissão dela.

- O Serkan foi preso? - Eda perguntou, em choque. - İsso é verdade? Eu nunca soube disso.

- Você tem certeza disso, Ayfer abla? - Melo perguntou.

- Semiha não teria razões para mentir, e o Serkan não contestou uma única vez. - Ayfer explicou. - Se vocês querem saber a razão, perguntem a ele, não é da minha conta.

- Ele já foi embora? - Eda perguntou, se levantando. - Eu preciso falar com ele.

- Canın, espere um instante. - Ayfer pediu. - Ele saiu agora pouco, e Aydan me disse que ele não está em casa, deixe que ele tenha um tempo sozinho. - a mulher disse. - Além do mais, Kiraz vai procurar por ele logo, e eu preciso que vocês distraiam ela.

- Ayfer abla tem razão, Dadá, dê um tempo ao enişte. - Melo concordou. Eda suspirou, voltando a se sentar. - Eu vou levar Kiraz para tomar sorvete.

- Faça isso, eu tenho que resolver os papéis da demissão. - Ayfer disse. - Você está bem, querida?

- Uhum. - Eda murmurou, pensativa. - Eu vou terminar o meu trabalho, vocês podem ir. - disse.

Ayfer e Melo a deixaram sozinha no jardim, e Eda pegou o vaso de flor outra vez, todavia, os seus pensamentos estavam longe do trabalho que fazia. Serkan havia sido demitido, se não fosse choque o suficiente, ele esteve preso por alguns anos, e nunca falou sobre isso, isso a levava de volta ao dia em que acordou do coma. Ele já estava preso nessa época? Por essa razão ele não estava lá durante a sua recuperação? Ou ele foi embora por conta própria, e a prisão não tinha nada a ver com isso?

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