SOLANGELO: Enchanted

Capítulo 3: Dancing in the moonlight

Nico não me mostrou muito do castelo, apenas uma pequena parte. Ele me levou a uma biblioteca, a uma sala de descanso (provavelmente para leitura e recepção de visitas para um lanche), nessa sala tinha um piano e ele tocou um pouco pra mim, depois me sentei ao lado dele e tocamos um pouco juntos. E depois me levou à sala de estar, onde tinha uma TV, mais prateleiras de livros e grandes janelas, ele se sentou no sofá e eu fiquei de pé apreciando a linda vista que dava para os jardins do castelo.

– Me desculpe, eu não sou muito bom com isso de tour, como você deve ter percebido. - ele disse - E nessa parte do castelo não tem muito o que ver.
– Não tem problema! E eu posso voltar outros dias para ver mais, como você disse.

Pela primeira vez eu fiquei sem saber o que falar, eu estava nervoso de estar sozinho com Nico, então eu olhei para ele e disse a primeira coisa que veio na minha cabeça.

– Você está bonito. - o que não era mentira, Nico realmente estava lindo. Eu percebi ele corando, o que fez com que eu corasse também.
– Muito obrigado. - ele disse - Você também está muito bonito.

Eu olhei pela janela e vi um grande jardim.

– O jardim é muito lindo. - eu falei - Tem como você me levar até lá?
– Bom, nós podemos tentar ir pela porta da frente, só precisamos ver se não há ninguém no hall de entrada.
– Ok. Mas qual o problema se nos verem?
– Provavelmente vão nos parar pra conversar, ou então nos chamar de volta para o salão de festas.
– É, faz sentido. Então, vamos?
– Vamos.

Nós seguimos o final do corredor até uma porta que dava no hall de entrada, Nico a abriu cuidadosamente e colocou a cabeça pra fora, eu estava logo atrás dele, ele colocou o braço pra trás em um sinal de "espere", mas eu estava muito próximo, o que fez com que ele tocasse meu peito, seu toque fez com que meu coração acelerasse, e eu não entendia o porquê. Depois de um tempinho as pessoas que estavam no hall de entrada voltaram para o salão de festas e Nico e eu continuamos nosso caminho para o jardim.

– Então, quem era aquelas pessoas que estavam em nossa mesa? - eu perguntei enquanto seguíamos até o jardim.
– Aquela do meu lado era minha irmã Hazel, do lado dela estava Frank Zhang, o príncipe de Zhandui; ao lado dele estava Leonidas Valdez, mas ele prefere ser chamado de Leo, ele é o príncipe de Argônia; o loiro ao lado dele era Jason Grace, o príncipe de Cielligno, ele tem uma irmã, Thalia Grace, mas ela está em um acampamento pra treinamento, algo assim.
– Deve ser o acampamento da minha tia Ártemis. - eu disse - É um acampamento feminino onde ela treina as pessoas para combate e sobrevivência na natureza.
– É isso mesmo! - Nico falou - Bom, continuando, ao lado de Jason estava Piper McLean, a princesa de Nokwisi, o reino mais antigo dessas terras; a ruiva de cabelo cacheado ao lado dela era Rachel Dare, ela é do mesmo reino de Piper, e é filha de uma condessa; sentada do lado de Rachel estava Annabeth Chase, princesa de Visdom; e por último, tínhamos Perseu Jackson ao lado de Annabeth, ou Percy Jackson como ele prefere, é o príncipe de Okea.

Nico me explicou que cada nome tinha um significado em diferentes línguas, por exemplo em cherokee, sueco, grego, italiano, e etc. Eu fiquei impressionado com sua sabedoria, ele disse que só havia saído de Shadom quando era criança, mas mesmo assim ele sabia tanto sobre os outros reinos que parecia que ele havia os visitado várias vezes e sabia tudo sobre eles, eu estava tão hipnotizado por sua sabedoria e beleza que poderia ouvir ele falando sobre isso por horas. Falamos um pouco sobre os reinos, e enfim chegamos ao jardim.

– Bom, cá estamos nós no jardim, ou em um dos jardins. - ele disse - Esse jardim é na verdade um labirinto de cerca viva com um espaço no centro, como se fosse uma grande sala, nessa "sala" há uma grande fonte de água, alguns bancos e uns canteiros de flores. Ele foi projetado não só para trazer beleza, mas também para relaxarmos ao ar livre.
– Isso é bem legal! - exclamei - Aposto que deve ser melhor que o próprio castelo pra ter uma conversa em particular.
– Pode ter certeza que sim. Eu gosto de vir pra cá para ler algum livro, ou simplesmente para pensar.
– E você não de perde lá dentro?
– Não, na verdade, ele é um labirinto pequeno e foi feito com um jeito fácil de acharmos o caminho, para não nos perdermos.
– Você poderia me mostrar lá dentro?
– Claro que sim! Vamos.

Ele entrou no labirinto e eu o segui até o espaço central que ele falou sobre. O local era bem encantador e calmo, nós nos sentamos em um banco por alguns minutos e apenas ficamos em silêncio, e, apesar de eu gostar muito de conversar, ficar sentado ao lado de Nico, em silêncio, apenas escutando o barulho da fonte, foi uma sensação ótima, e eu só pensava em como estava apreciando aquele momento.

– Cara, você tinha razão, aqui é um ótimo lugar para relaxar. - eu finalmente quebrei o silêncio depois de um tempo.
– Eu te disse. Aqui é definitivamente um dos melhores lugares do castelo.
– Mas sabe de uma coisa? - eu falei.
– O quê?
– Eu ainda estou indignado que você não sabe dançar!
– Por que? - Nico indagou.
– Sei lá, isso não é algo que ensinam a todos da família real desde sempre?
– É sim, mas eu nunca prestei atenção pra aprender, e sempre que dava eu fugia das aulas. Acho que a metodologia dos professores não prendiam tanto minha atenção.
– Isso é porque você nunca teve um professor como eu. - eu me levantei e estendi a mão para ele. Ele olhou para mim com um olhar desconfiado e disse:
– Você me arrastou até aqui no jardim só pra ter uma desculpa pra dançar comigo sem ninguém ver, Solace?
– O quê!? É, claro que não. - era exatamente isso que eu tinha feito. Eu dei um riso sem graça e cocei a parte de trás do meu cabelo.
– Admito que foi um bom plano, e por isso eu aceito essa dança.

Ele se levantou e pegou a minha mão, o que fez com que eu me arrepiasse um pouco, eu pus seu braço em minha cintura e minha mão em seu ombro, fui o conduzindo e explicando quais passos ele devia fazer até ele pegar o jeito, dançamos ali sob a luz do luar e rimos sempre que algum passo dava errado, foi um momento divertido.

– Ok, agora você vai me inclinar pra baixo e me segurar, certo?

Ele assentiu com a cabeça e assim o fez. Naquele momento ambos ficamos imóveis, olhando nos olhos um do outro, seus olhos eram escuros como as sombras e eu sentia que eles podiam me consumir, eu estava resistindo muito para não beijá-lo naquele momento. Eu não podia, eu tinha acabado de conhecê-lo, ele provavelmente nem sentia nada por mim, eu ia parecer um louco e ele nunca mais falaria comigo, e eu não queria que isso acontecesse. Naquele momento fomos interrompidos por alguém.

– Nico? - era a voz de Hazel.