As Cartas de Ninguém

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    As acusações de Edgar Bones pesavam no ambiente, era inacreditável a forma que afirmava que Sirius Black, era um bruxo das trevas e que ensinou ao pequeno Harry, magia negra.
    Tiago era o que mais se indignava, Sirius sempre foi um amigo, mais como um irmão, ele vira em primera mão o quão tóxica era sua família. E ver como seu amigo estava sendo acusado só fazia crescer sua raiva, se o futuro fosse tão injusto quanto estava sendo Bones, ele entendia porque os livros foram enviados.

    Remus também não estava gostando da maneira desconfiada que seu amigo estava sendo tratado. E como sempre foi o mais sensato dos três, entendia que a opinião das pessoas não se muda com argumentos, mas com atitudes e fatos. Ele apenas se preocupava em como tudo isso afetaria Sirius.

    -As cartas de ninguém.

    - Como ninguém pode enviar cartas? - Gideon questionou.

    - Simples. Se alguém se auto denominar 'ninguém', e esse alguém que  é 'ninguém' enviar cartas para um outro alguém, as cartas enviadas serão cartas de 'ninguém'. Entendeu? - Fabian respondeu ao irmão.

    - Não.

    Remus que ouviu a estranha conversa dos irmãos, riu e voltou a ler.

    A fuga da jibóia brasileira rendeu a Harry o seu castigo mais longo. Na altura em que lhe permitiram sair do armário, as férias de verão já haviam começado e Duda já quebrara a nova filmadora, acidentara o aeromodelo e, na primeira vez que andara na bicicleta de corrida, derrubara a velha Sra. Figg quando ela atravessava a Rua dos Alfeneiros de muletas.

    Por mais que seu filho ainda não estivesse nascido, Lily não podia deixar de sentir seu coração apertar ao ouvir a forma que seu garotinho era tratado. Ver a forma que ele era privado de ser uma criança, e saber que ela não estava por perto para abraça-lo.

    Harry ficou contente que as aulas tivessem acabado, mas não conseguia escapar da turma de Duda, que visitava a casa todo dia.

    Pedro, Dênis, Malcolm e Gordon eram todos grandes e burros, mas como Duda era o maior e o mais burro do bando, era o líder.

    Os demais ficavam bastante felizes de participar do esporte favorito de Duda: perseguir Harry.

    Por esta razão Harry passava a maior parte do tempo possível fora de casa, perambulando e pensando no fim das férias, no qual conseguia vislumbrar um raiozinho de esperança. Quando setembro chegasse, ele iria para a escola secundária e, pela primeira vez na vida, não estaria em companhia de Duda. Duda tinha uma vaga na antiga escola de tio Válter, Smeltings. Pedro ia para lá também. Harry por outro lado, ia para a escola secundária local. Duda achava muita graça nisso.

    — Eles metem a cabeça dos garotos no vaso sanitário no primeiro dia de escola — contou ele a Harry — quer ir lá em cima praticar?

    — Não, obrigado — respondeu Harry — O coitado do vaso nunca recebeu nada tão horrível quanto a sua cabeça, é capaz de passar mal. — E correu antes que Duda conseguisse entender o que dissera.

    A risada estrondosa de Sirius interrompeu a leitura.

    - Esse menino é um gênio.

    - É claro que é. Este é o meu filho afinal. - Tiago respondeu alegremente ao ver o quão espirituoso será o seu filho.

    - Mas quem disse que a genialidade dele veio de você? - Sirius fez graça com o amigo.

     Tiago dramaticamente segurou o peito como se tivesse sido gravemente ferido. Ao seu lado sua esposa riu contente ao ver que ambos estavam de certa forma contentes, principalmente Sirius que parecia estar ficando triste com todas aquelas acusações.

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