01 ¤ Enfermidade

16 2 0
                                    

Com o máximo de cuidado, o rapaz empunhou o arco e puxou uma das poucas flechas em sua bolsa, mirando-a em seu alvo. Em seguida, deu dois pequenos passos para a frente, se escondendo atrás de um pequeno arbusto.

Você é meu... — comemorou ele num sussurro.

O cervo levantou as orelhas e olhou ao redor, analisando minuciosamente os arredores. Sem encontrar perigo, voltou a pastar, comendo pequenas porções de grama.

O jovem deu um suspiro de alívio e voltou a concentrar-se. Uma brisa fez-se presente e as folhas farfalharam. Em pouco tempo, a mira de seu arco encontrava-se sobre a cabeça do animal e ele estava pronto para disparar a flecha fatal.

— LUCIUS!! — Uma voz já conhecida ressoou pelos ouvidos do rapaz e, com certeza, por metade da floresta, lhe causando arrepios.

O cervo assustou-se e o rapaz disparou a flecha rapidamente, errando por pouco o alvo, que fugiu às pressas dali, saltitando mata a dentro.

O jovem caçador se levantou com uma veia quase saltando da sua testa e se virou, dando de cara com os culpados da fuga da sua presa. Ele os encarou com um olhar de reprimenda, mas os dois o fitavam com um sorriso inocente no rosto que o desarmou por completo de qualquer que fosse sua ira.

— Pelos deuses, meninos! Já não disse para não me atrapalharem durante as caçadas?

— Não foi culpa minha, Lu! Foi o Hugo que me arrastou até aqui! — denunciou a pequena garota de cabelos castanhos e olhos brilhantes.

— Eu?! Só te trouxe aqui porque a mamãe não parava de me torrar a paciência perguntando sobre o Lucius... — Defendeu-se Hugo, passando as mãos sobre o cabelo de fios negros. — Aliás, você sabe que ela não gosta de suas longas caçadas!

— Cof! Cof! — O rapaz deixou uma pequena tosse escapar e então continuou: — Vamos para casa, o dia não foi nada produtivo... Agora venha aqui, sua danadinha!

— Você está doente, irmão? ㅡ
— indagou Gaby.

— De jeito nenhum! Foi só uma tossezinha...

Com um olhar exausto, o irmão mais velho colocou o arco nas costas e agarrou a pequena, levando-a nos ombros. A menina abriu um grande sorriso, como se estivesse nas nuvens.

— Gaby, só tenta não gritar tão alto da próxima vez, está bem? — explicou Lucius pela centésima vez naquele ano. — Pode fazer a diferença entre uma boa caçada e um dia gasto inutilmente.

A garota concordou, mas logo voltou a se distrair com os vagalumes que começavam a lotar a floresta com o piscar de suas pequenas luzes.

Mais um dia se findava e os três irmãos dirigiram-se para o pequeno vilarejo onde moravam, um local isolado num vale coberto por uma grande floresta e que ligava-se ao resto do Reino de Highwall por uma longa estrada de terra quase sempre deserta.

Mais um dia se findava e os três irmãos dirigiram-se para o pequeno vilarejo onde moravam, um local isolado num vale coberto por uma grande floresta e que ligava-se ao resto do Reino de Highwall por uma longa estrada de terra quase sempre deserta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O Despertar da PragaOnde histórias criam vida. Descubra agora