Prólogo

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Dona Eva estava passando o café quando conferiu as horas, sua filha ainda não havia se levantado e o dia na fazenda tinha começado fazia tempo

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Dona Eva estava passando o café quando conferiu as horas, sua filha ainda não havia se levantado e o dia na fazenda tinha começado fazia tempo. Ela enxugou as mãos no avental e foi até o quarto da garota. 


— Raquel, acorde minha filha, já são nove horas. O Guilherme, você sabe, acorda junto com as galinhas e não para de perguntar sobre você. 

— Mas mamãe, eu não dormi bem a noite, tive pesadelos com aranhas. Preciso dormir mais um pouquinho. Ela puxou o lençol sobre o rosto. 

— Pesadelos, Kel? Eu falei para você não comer tarde que ia ter pesadelos. Que bom que dessa vez não foi para minha cama, você já está mocinha e precisa aprender a dormir em seu quarto. 

— Eu não estou mocinha, só tenho 10 anos, mamãe! 

— Mas crianças de 10 anos dormem em seus quartos. 

— A senhora sabe que tenho medo de aranhas e elas sempre entram aqui a noite. 

— Nós moramos na fazenda, minha filha, invadimos o território delas. 

— Elas que invadiram o nosso! 

— Levante, Raquel. Vou te esperar na cozinha. 

A vida na fazenda, para alguns, começava às 4h da manhã, junto com o galo Bruce, esse é o horário que ele canta, não perde a hora. Recebeu esse nome do Guilherme, um garoto de 12 anos estimado por todos. Guilherme era o filho dos trabalhadores da terra, eles moravam em uma das colônias de moradores. Sua família são os trabalhadores mais antigos da fazenda do pai de Raquel. 

O Paulo, pai de Kel, sempre quis ter um filho homem, para ajudá-lo nas tarefas mais pesadas da fazenda, como ela é filha única, era com o Gui que ele dividia todo seu conhecimento. 

— Até que enfim você veio tomar café, Kel. 

— Hoje é sábado, mamãe. Posso dormir até mais tarde. 

Ela falou bocejando. 

— Você perdeu metade da manhã dormindo, minha filha, a vida passa rápido demais para ficar com os olhos fechados. 

— Bom dia, bela adormecida. 

— Bom dia, Gui! É hoje que vamos cavalgar com o trovão? 

— Come alguma coisa, Gui. 

A Eva colocou o prato com um pedaço de bolo na frente dele. 

— E que história é essa de cavalgar com o trovão? Ele ainda está sendo domado. 

— Obrigado, dona Eva, mas já tomei café da manhã faz um tempo. E já falei isso para a Kel, mas ela está ansiosa para cavalgar com ele. 

O garoto puxou uma cadeira e sentou para esperar a amiga terminar seu café. 

Retalhos - Suas escolhas determinarão o seu destino!Onde histórias criam vida. Descubra agora