Quatro

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São três horas da manhã e eu descobri que existe um limite para a minha estupidez

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São três horas da manhã e eu descobri que existe um limite para a minha estupidez.

O vento açoitava o meu cabelo com força e eu senti meu estômago se encolher e grudar nas minhas costelas como se ele também estivesse com medo de cair se chegasse próximo demais da beira. E eu realmente acreditei que não seria nada demais aceitar o pedido estapafúrdio do herói.

- Você disse sem riscos a integridade física! – eu gritei apertando ainda mais aquela barra de metal até os nós dos meus dedos ficarem pálidos.

Por favor, que não tenha nenhuma corrente elétrica, por favor, que não tenha nenhuma corrente elétrica, por favor, que não tenha nenhuma corrente elétrica...

- Ei, cuidado, pode ter alguma corrente elétrica passando por aí.

O vento uivava forte contra meus ouvidos, mas eu consegui escutá-lo, comecei a soltar a barra metálica, mas logo meus dedos se fecharam ao redor dela novamente.

- O que foi? – ele me perguntou.

- Tô pensando no que seria pior. – expliquei. – Cair daqui ou tomar um choque de sei lá quantos mil volts.

- Ué, e onde estão as suas ideias malucas agora? – ele me perguntou certamente achando graça da situação, já que na primeira vez que "saímos" eu parecia muito interessada olhando para o chão do alto do prédio.

- Morreram no segundo que eu olhei para baixo. – respondi um pouquinho impaciente. – Mal dá para enxergar as pessoas lá embaixo! Como eles conseguem manter uma merda dessas de pé? Qual é o problema desse prédio? Eles queriam bater o recorde do maior prédio do mundo?

- Não acho que esse seja o maior prédio do mundo. – respondeu, e pelo canto do olho eu o vi se aproximar como se não se importasse em estar em uma plataforma de segurança duvidosa a 240 metros do chão.

Claro que ele não se importa, ele voa, idiota!

- Não é. O maior prédio do mundo é o Burj Khalifa e agora eu tenho certeza absoluta que nunca vou querer conhecer!

- Ei Miwa, não pense nisso. – ele sorriu. – A vista é bonita, vale a pena.

Hawks estendeu a mão na minha direção, mas eu permaneci imóvel, o medo de me mexer e o chão sob meus pés ceder era gritante.

- Vem, você pode segurar em mim. – ele insistiu. – Não deixo você cair nem que você me peça.

Titubeei por um instante, mas logo a racionalidade me atingiu como um tapa, e eu percebi que o mais seguro era estar perto da única pessoa ali que conseguia manter-se no ar mesmo que não houvesse superfície alguma sob seu pés.

- Ok. – eu disse finalmente aceitando a mão estendida.

Hawks me guiou até a beira e eu comecei a repensar suas atitudes.

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