chapter two; discovering 🕹

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Clarice's house
Seoul, Coreia do Sul

Eu comia o último pedaço do meu palmier de canela, sem prestar atenção em nada ao meu redor. Não ouço nada além do doce quebrando na minha boca.

Estávamos todos na sala. Eunji, Bogum, Kang e eu acabamos ficando no chão mesmo, enquanto os outros estavam distribuídos entre cadeiras que eu havia colocado e o sofá. Mesmo que a sala fosse pequena, iria servir por enquanto, já que o sol da tarde destrói qualquer um. Por sorte, a sombra está bem fresquinha — e dentro de casa mais ainda.

Após terminar e jogar a embalagem fora, finalmente volto do devaneio e começo a ouvir a conversa. Bogum — certamente o mais paciente de todos nós — junto de Eunji (embora a última citada não fosse muito paciente, se esforçava naquele exato momento) explicavam um pouco sobre as comidas vindas da cafeteria. Entre elas haviam pães doces e salgados, variados doces e fatias de bolo. Não pensem que somos assim sempre. É tudo culpa dos invasores.

Minha mãe ficaria um pouco brava se soubesse que recebi pessoas aqui e não comprei comida. Tenho saudades dela. A última vez em que liguei foi mês passado... E meu Deus. Ela vai surtar quando souber do caos que está a minha casa.

— ... E então, eu vou visitar a lua mês que vem! — disse Eun, com uma animação engraçada.

— Lua? 'Tá doida? Achei que você cursasse moda. — falei indignada.

— Agora a bonita me ouve, né? 'Tava fazendo o que, palhaça? Pensando na morte da bezerra?

— Ei, não precisa ser grossa. Já entendi meu vacilo.

— Podem parar, vocês duas? É só eu piscar que vocês começam! Eu estava falando que se eles quiserem sair e conviver em sociedade precisam de nomes normais, porque com toda certeza, os nomes deles não são. A não ser que estejamos em Divergente e eles entraram na Audácia. Ai, até me emocionou. Já imaginaram? — Bogum soltou tudo isso num fôlego só. Como ele faz isso? Eun também tem essa mania. Deve ser talento.

Os sete meninos estavam com semblantes claramente confusos, mas não ousaram abrir a boca para perguntar nada. Tadinhos. Acabo por soltar uma risadinha. Eles são fofos demais.

—Olha lá, de novo. Acho que ela tá caidinha. Gum, grava isso. É um fenômeno raro, e 'tá acontecendo bem na nossa frente. Anda, vai! — disse Eun. Vou bater nessa desgraçada.

— Kangjoon, você me segura? Preciso dar na cara de alguém que gosta de explanar as amigas por aí — digo em tom de brincadeira, e logo me levanto. Vou em direção a cozinha, fingindo a intenção de pegar água na geladeira.

Quando estou perto da parede que divide a sala da cozinha, dou meia-volta e sigo até a parte do chão onde está sentada uma Eunji distraída. Por trás dela, olho para Zero que está me encarando, provavelmente querendo perguntar o que estou prestes a fazer. Gesticulo em sua direção, pedindo silêncio. Ele parece entender, então sigo com meu plano. Parada atrás dela, conto até três e dou um pedala robinho* de presente para minha melhor amiga.

Ela se vira em minha direção com sangue nos olhos, e eu não estou diferente. Começo a rir internamente, porque amo quando temos essas briguinhas bobas.

Kangjoon, vendo que iríamos passar vergonha logo nas primeiras horas em contato com os sete homens — agora não mais desconhecidos —, nos segurou antes que pudéssemos sequer trocarmos uns tapinhas.

— Muito bem, senhoritas. Eu amo quando vocês brigam assim, porque acho fofo, mas nossos convidados talvez achem estranho.

Sobre nossas brigas, é algo como: ela me dá um tapa no braço, e eu revido. Às vezes acaba ficando mais forte, mas só um pouquinho. Não é nada que nos machuque de verdade, até porque enquanto fazemos isso estamos rindo na maioria das vezes. Acontece que a intimidade é um perigo. Quando você vê, já tá socando a pessoa porque ela disse alguma coisa, e ela começa a rir.

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⏰ Última atualização: Oct 22, 2021 ⏰

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