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Depois de contar cada vírgula do que aconteceu entre mim e Christopher, a fofoqueira da minha prima me ajudou a tomar banho e vestir uma roupa. Eu realmente não estava conseguindo colocar o pé no chão, e agora que Christopher não estava por perto para me distrair, sentia o tornozelo latejando constantemente. Só espero que não seja nada demais, porque a próxima semana vai ser intensa na faculdade, não posso faltar aula de jeito nenhum.

Christopher tocou a campainha enquanto eu estava penteando o cabelo e Lyana correu para abrir a porta e em poucos segundos ele apareceu em meu quarto para me ajudar. Nem tento reclamar quando ele me carrega no colo, porque sei que isso não adiantaria.

Desde que nos conhecemos, ele sempre foi carinhoso e atencioso comigo, hoje compreendo que não era apenas amizade, existia um sentimento a mais que eu não fazia ideia.

Lyana nos ajuda até que eu esteja sentada no banco do carona, depois se despede avisando que não vai dormir em casa enquanto olha furtivamente para Christopher. Também não sei o que vai acontecer entre nós depois que voltarmos, nossa conversa ainda não foi finalizada. A única coisa que sei, é que eu não quero perdê-lo outra vez.

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— Posso te perguntar uma coisa? — ele me encara enquanto aguardamos o médico voltar com os resultados do raio-x e concordo — Porque ficou tão assustada quando perguntei se o Alfonso estava morando perto de você? Pensei que era por medo dele nos ver junto e vocês brigarem, mas se vocês não tem mais nada...

— Ele não aceitou muito bem o término, precisei trocar de número três vezes por causa das ligações e mensagens que me mandava. Ele aparecia na minha casa do nada, brigava, gritava, fazia o inferno, meu pai chamou a polícia algumas vezes... — conto sem encará-lo — Da última vez que o vi, eu fui em uma festa com uma amiga, poucos dias antes do meu aniversário, e eu estava ficando com um garoto quando ele apareceu do nada, queria me tirar de lá a força, me xingou de todos os nomes possíveis e... — trago a saliva e respiro fundo tentando acalmar o nervosismo que me invade só de lembrar disso — Ele só não fez nada pior comigo naquele dia porque o impediram, meu pai conversou com os pais dele e ameaçou fazer uma queixa oficial e pedir uma medida protetiva, o que iria ficar na ficha dele para sempre, depois disso ele parou de aparecer, mas ainda manda mensagens quando descobre meu número. Fiquei com medo que ele estivesse rondando de novo.

— Meu Deus, Dulce! Quando ele ficou louco desse jeito? Depois de contar que nós ficamos? — maneio a cabeça.

— Nunca contei nada a ele, Chris. Não sei como ele sabe disso, se nos viu no show ou se estava apenas supondo, mas não me importo. Só o quero longe de mim.

— Se depender de mim, ele nunca mais chega perto de você! — o encaro e sorrio de leve.

— Diz isso para ele não se machucar ou por ciúmes? — Christopher ri pelo nariz e acaricia meu rosto devagar.

— Eu nunca tive ciúmes dele, eu tinha inveja, porque você o escolheu... Mas agora eu vejo que não foi bem assim, fui manipulado para pensar desse jeito e você pensou que era sua única opção...

— Você teria sido minha primeira escolha, se eu soubesse — murmuro, fazendo-o alargar o sorriso.

— Agora eu sei disso — Christopher beija minha bochecha suavemente e cheira meu cabelo — Eu sentia inveja dele por poder te beijar e te tocar quando quisesse, mas agora eu só consigo sentir pena dele...

— Pena? — murmuro, incapaz de falar mais nada ao sentir ele roçar os lábios em minha orelha. Sinto minha intimidade pulsar apenas com esse toque.

— Porque ele teve você, mas nunca soube te dar o valor que você merece. E eu sei que ele nunca vai conseguir encontrar nenhuma mulher como você... Se eu passei tantos anos tentando tirar você da cabeça sem nunca ter sentido você, imagina ele... Nunca vai se perdoar por isso.

Medo BoboOnde histórias criam vida. Descubra agora