Prólogo - Zexuxiang

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Em um lugar remoto do Tibete, serpenteando entre as montanhas de Zexuxiang, longe de qualquer sinal de vida vegetal ou animal encontrava-se um casebre surrado feito de madeira e algumas barras de metal mal colocadas. Era de se esperar que ninguem seja encontrando em tão deplorável lugar. Supreendentemente, porém, um barulho estridente preenche o ambiente. Um barulho que se instala de maneira solitária pois ninguem poderia ouvi-lo, era impossível.

- Droga!

Praguejou a garota que tentava com todas as suas forças puxar um objeto que tinha rolado para fora do seu alcance, as pesadas correntes em ambos os pulsos lhe impediam de escorregar até o pequeno objeto prateado. Era um verdadeiro golpe de azar, justo naquele dia em que eles não estavam de bom humor.

- Fique quieta! Estamos tendo uma conversa importante!

E voltaram os ruídos baixos, pareciam estar falando outro idioma. Em outro momento a garota estaria curiosa e empolgada para entendê-lo, mas naquele momento se esticava tentando alcançar o pequeno pingente em formato de árvore. Era algo que ela sempre teve, e nunca ousou tirar mas quando se esgueirava por cima do casebre quebrou e ele caiu. Não ligava para o cordão que estava no chão, poderia fazer outro com alguma corda. Mas o pingente era insubstituível.

Quando ela deu um impulso para frente com toda sua força sentiu que seria muito mais fácil arrancar os pulsos que as correntes, após muito esforço ela teve a brilhante idéia de puxar o pingente com os pés. Deitou-se com as pernas em direção ao objeto e o arrastou até si. Isso! Exclamou a garota. Logo uma incessante briga começou entre eles novamente, eram sua companhia a tanto tempo quanto poderia lembrar. Não possuiam corpos, eram vozes e uma presença, uma vez pensou ter visto um movimento na sombra mas nunca havia realmente um corpo. Trols.

- Cale a boca, ela vai ouvir você! -Rosnou uma das vozes.

- Ora, o que aconteceu? - A garota não pôde evitar perguntar.

Não ouve resposta, apenas silêncio. Isso foi surpreendentemente assustador, considerando o quanto eles eram tagarelas e barulhentos. Ela chamou de novo e de novo, mas não obteve resposta. Assumiu que algo estranho aconteceu. Ou estava acontecendo à dias, o clima andava tenebroso. O céu escurecia em plena manhã, alguns dias se tornavam noites. Algo havia mudado. Os pêlos da nuca dela se arrepiaram ao pensar nisso. Mas logo voltou para dentro.

Suas correntes a permitiam andar por todos os cantos do casebre, não que fosse muito grande. Apenas uma sala vasta com cama, armário, estante de livros, pia e uma mesa com duas cadeiras. O outro cômodo, pequeno ao lado direito, era um banheiro simples com vaso e chuveiro. Não havia comida, não havia indícios de que alguem pudesse ter passado 19 anos ali. Ela não sabia dizer como sabe sua idade, mas sabe quando nasceu e que existiam mais coisas longe daquele casebre. Ela queria sair, mas todas as suas tentativas foram em vão. Perdera a esperança de que alguem viesse. Dedicava todo seu tempo e esforço aprendendo coisas novas, era seu hobbie. Os trols haviam ensinado como cantar, dançar, falar, escrever e algumas coisas estranhas sobre muita água salgada cobrindo vários km de terra.

Claro que toda história tem um começo. E nem sempre o começo é o início de tudo, mas pode considerar um começo quando uma figura negra se propagou no céu em meio a uma tempestade e acertou a pedra rúnica na frente do casebre. A chuva caia forte, fazendo o teto do lugar ceder e ranger. Os olhos da garota abriram em imediato ao ouvir o barulho, correu até o lado de fora como se soubesse que algo importante havia acontecido. Arfou ao olhar pela janela, uma pedra entalhada com um desenho. Era a runa "Ehhwaz" e estava em pedaços, junto à correntes que prendiam a única moradora do lugar. Aquela pedra era o começo das correntes, cada um de seus pedaços anunciava um novo começo. Muitos serão salvos, mas apesar de tudo. Esse é o começo de um caos.

- Raika?

A Ultima Bruxa - Reencarnação de LilithOnde histórias criam vida. Descubra agora